O Município e a Família provêm de uma só realidade humana: a condição iniludível do homem ser um ser concreto, de viver a sua existência dentro de um quadro de valores construídos ao longo dos tempos e que assimilou pelos simples facto de ter nascido no meio deles.
O sangue, o solo, a família e o município, quer gostemos quer não, fazem-nos ser o que somos. A força dos factores sociológicos é mais eficaz do que o oportunismo das decisões arbitrárias. Jamais o homem foi um algo abstracto como procuraram fazer crer as repetidas Declarações dos Direitos Humanos que apareceram no pós-revolução.
A ordem harmónica das sociedades consiste em que a sociedade total, regida pelo poder supremo do Estado, é composta por muitas sociedades políticas menores e que a sociedade geral não é uma congregação de indivíduos, mas um ajuntamento de famílias.
Daí a primazia destas entidades menores sobre o Estado, encarnação e sujeito do poder político supremo que não é mais do que o coordenador do funcionamento total do organismo comunitário fundindo as vontades essenciais e harmonizando os diversos sectores do conjunto colectivo com os quais nos identificamos, pelo simples facto de termos nascido.
As pretensões modernas de lhes pôr fim são o reflexo da vontade de destruição que anima as revoluções. Mas a Família e o Município são mais fortes do que todas as revoluções, pois sem eles o homem nunca seria aquilo que é.
Um dia, não muito distante, os furacões da Grande Revolução que hoje desmantelam a humanidade e as noites do actual vandalismo passarão para voltarmos a contemplá-los de pé, aprumados e seguros, como guardiões firmes da História viva que é a Tradição perene, exemplos vivos da forma como os povos vivem a sua vida, indiferentes aos caprichos revolucionários que sacodem os meandros do poder político.
A Família Cristã e o Município romano continuarão a existir enquanto caem a cada geração monarquias, repúblicas, impérios e senhorios porque a sua supremacia está na sua radical e única autenticidade.
"Poder e liberdade. Uma visão do tradicionalismo hispânico" - F. Elías de Tejada.
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