Daqui a pouco estaremos a apoiar a entrada da Indonésia na União Europeia! Assim é que é! Obrigadinho, ó Cavaco!
Se estivesse mas é quieto e calado...:no2:
http://jn.sapo.pt/common/images/jn_logo.png14 Maio 2009
Cavaco Silva dá novo empurrão à entrada da Turquia na UE
Presidentes respondem às reservas da Alemanha e França relativas à adesão turca à UE
Ontem
PEDRO IVO CARVALHO, em Ancara
A adesão da Turquia à União Europeia não sai da agenda de Portugal. Cavaco Silva insistiu, esta terça-feira, em Ancara, no avanço do processo, mesmo contra a oposição dos "gigantes" Alemanha e França.
O segundo dia da visita do presidente da República à Turquia ficou marcado pela palavra que, por estes dias, as autoridades turcas mais gostam de ouvir: adesão. Dos ganhos que aquela nação de maioria muçulmana pode obter e das vantagens que essa integração constitui para a Europa. "Eu não tenho dúvidas de que a Turquia tem argumentos [para convencer os países opositores]", considerou, ontem de manhã, Cavaco Silva, na conferência de Imprensa conjunta com o seu homólogo, Abdullah Gül. À tarde, num discurso de 22 minutos na Assembleia Nacional (privilégio que só esteve ao alcance de seis chefes de Estado nos últimos 20 anos), voltou a dramatizar a relevância da consolidação do que é, por enquanto e apenas, uma forte possibilidade. "Com a adesão da Turquia (…) a UE ganha uma acrescida importância estratégica". Os deputados turcos que estavam presentes (menos de metade dos 550 que compõem o hemiciclo) rejubilaram.
Horas depois, durante o banquete com Abdullah Gül, Cavaco voltou ao assunto: "Não ignoramos que o processo é complexo e exigente. Mas não deixemos que as dificuldades nos façam perder de vista o objectivo. Isso obriga a que, perante os obstáculos, prevaleça a visão estratégica que define os construtores do futuro".
Ora, foi exactamente contra "a falta de visão" dos países opositores que o presidente turco se insurgira de manhã. "O processo de adesão já dura há alguns anos. E esses países que hoje contestam a nossa entrada também estiveram representados no momento em que nos foi reconhecido o estatuto de candidato à adesão", aventou, para rematar. "Os políticos falam, mas os políticos passam. E os políticos, às vezes, dizem coisas diferentes do que defendem por falta de visão". Recorde-se que, anteontem, Merkel e Sarkozy voltaram a manifestar-se contra a integração plena da Turquia na UE, defendendo um regime intermédio, através da constituição de uma associação privilegiada.
O presidente turco deixou, todavia, uma promessa: "Vamos continuar as nossas reformas. E até admitimos abrir alguns dossiês", afiançou, sem os nomear. Para poder juntar-se ao clube dos 27, a Turquia tem que cumprir os chamados critérios de Copenhaga, que prevêem uma série de alterações internas ao nível das reformas legislativas, constitucionais e na justiça.