Da Contrarrevolução: os Rebeldes de hoje serão os Terroristas de Amanhã

Da Contrarrevolução: os Rebeldes de hoje serão os Terroristas de Amanhã

Frederico de Castro

“Os rebeldes de hoje serão os terroristas de amanhã.”
(Anônimo)

É comum que o católico que recém tenha descoberto a crise conciliar vá se familiarizando com um novo termo muito mencionado em livros católicos da tradição e nos dias de hoje na blogosfera. Explicite-se: contrarrevolução.
É necessário, todavia, deixar claro o significado exato desta palavra, pois o fenômeno blogger também tem como efeito colateral a difusão de imprecisões, quando não se tratar de erros mesmo.
Pois bem, o que se entende por contrarrevolução não é uma revolução em sentido contrário ou alguma espécie de vingança das pessoas de bem; o que obviamente seria um absurdo aos olhos da religião já que a vingança a Deus pertence. Não; não se trada disso.

Se o fosse, por absurdo que seja, os frutos produzidos seriam os mesmos da revolução, da insurreição/sublevação, já que se trataria de uma eventual subjugação dos revoltosos, ação muito própria dos tiranos. Portanto, se o que se tem em mente for uma subjugação dos revolucionários, incorre-se em erro e, verdadeiramente, tal pessoa não deveria se dizer contrarrevolucionário, mas antes revolucionário. (A título de esclarecimento: autoridade ou autorização é o poder exercido à força do convencimento. Quem exerce a força sob autorização é autoridade. Quem exerce a força sob jugo é tirano. Quem é tirano não está autorizado a exercer o poder sobre aqueles aos quais subjuga e muito menos sobre aqueles que sequer subjuga.)
Logo, a contrarrevolução, com efeito, é na verdade um processo complexo que visa o impedimento da marcha revolucionária e a concomitante conversão das instancias de autoridade. O seu modus operandi é, pois, variável e cada contingência revolucionária exigirá em concreto o uso dos meios hábeis e disponíveis pelas organizações e agrupamentos contrarrevolucionários.
Mesmo assim, tais meios não podem ser usados indistintamente pelo simples fato da revolução, mas deve-se observar rigorosamente a prudência em ordem aos seus efeitos. E, nesse sentido, é imprescindível o atendimento do magistério de Santo Tomás de Aquino, que discrimina em sua Suma Teológica o mínimo indispensável prudencial para os casos de conflito, cuja análise parte desde a mera discórdia chegando a situações limítrofes como a sublevação.

Assim, poder-se-ia dizer com bastante segurança que não há verdadeiro contrarrevolucionário que não seja tomista, pelo menos em função da prudência.
É por esta razão que os contrarrevolucionários que decidem lutar o bom combate sem se descuidar do problema à maneira simplista e imediatista dos homens belicosos sempre estarão desvantagem no que diz respeito aos meios empregados, mas terão em compensação as graças quanto ao fim último, pois como disse Santa Joana D'arc: os soldados lutarão, mas será Deus quem dará a vitória.
Não sigamos nós o exemplo dos infiéis e dos pagãos que governam nossas nações, mas tomemos nossas ações segundo a sabedoria. Com vigor e violência se as circunstâncias o chegarem a exigir, ou com o martírio se nos sobrevier a honra, mas se caso e quando for a hora sem nunca estarmos alheios à prudência.
Vejam como a revolução opera na chamada “primavera árabe”:

http://www.youtube.com/watch?feature...;v=e6HYY1A4DJM

SPES - Santo Tomás de Aquino: Da Contrarrevolução: os Rebeldes de hoje serão os Terroristas de Amanhã