Búsqueda avanzada de temas en el foro

Resultados 1 al 18 de 18

Tema: António Sardinha a través dos seus textos

Vista híbrida

  1. #1
    Avatar de Ordóñez
    Ordóñez está desconectado Puerto y Puerta D Yndias
    Fecha de ingreso
    14 mar, 05
    Ubicación
    España
    Edad
    43
    Mensajes
    10,255
    Post Thanks / Like

    Respuesta: António Sardinha a través dos seus textos

    Madre Inquisição


    Temos a África nas nossas veias.
    O mais do nosso sangue é sangue preto.
    Assim, carregadinhos de cadeias,
    onde é que irá ficar-nos o esqueleto?

    E eles mandam como as alcateias!
    Há tantos, que debalde os acometo.
    Logo ressurgem com as caras feias,
    – não sei por que feitiço ou amuleto!

    São moiros e ciganos quem governa.
    Nunca será bastante a pena eterna
    pr'a quem desfez a raça com torpeza!

    Oh Santa Inquisição, acende as chamas!
    E no fulgor terrível que derramas,
    Vem acudir à Pátria Portuguesa!


    António Sardinha in Pequena Casa Lusitana.


    Publicada por O Reaccionário em 23:45 0 comentários

    Etiquetas: António Sardinha, Poesia








    Auto de Fé


    A um poeta

    Não és da Cruz, não és do nosso rito.
    São de outro sangue os mortos que tu contas.
    Quem te vestisse a ti o sambenito
    e te impusesse a estrela de seis pontas.

    Teu verbo foi de morte! Foi maldito!
    É verbo de Israel, bramindo afrontas.
    De tudo o que deixaste um dia escrito
    perante Deus um dia darás contas!

    Iago, Saltamontes e Veneno,
    por grande que ele seja, é bem pequeno
    Meu ódio de cristão, de português!

    Deitem-lhe os livros todos à fogueira.
    E enquanto a chama os lambe justiceira,
    Ponham-lhe os santos óleos de outra vez!


    António Sardinha in Pequena Casa Lusitana.


    Publicada por O Reaccionário em 23:59 0 comentários

    Etiquetas: António Sardinha, Poesia









    Da verdadeira Monarquia


    A restauração da Monarquia – ponderava já De La Barre De Nanteuil – não é simplesmente a restituição do poder ao rei, mas a restauração de todas as leis fundamentais do povo. Pois, exactamente, nas «leis fundamentais» do povo, é que a nossa Monarquia tradicional assentava a sua razão histórica de existir. Não pensemos, de modo nenhum, em que seriam preceitos escritos, formando o que em boa mitologia política se convencionou chamar uma «constituição». Saídas de vários condicionalismos, tanto sociais como físicos, duma nacionalidade, formariam, quando muito, pelo consenso seguido das gerações, a observância dos princípios vitais da colectividade, – Família, Comuna e Corporação, ou seja, Sangue, Terra e Trabalho, cujo conjunto admirável Le Play designaria de «constituição-essencial».
    De «Monarquia limitada pelas ordens», classificaram os tratadistas portugueses a nossa antiga Realeza. Correspondendo às forças naturais da sociedade, organizadas e hierarquizadas em vista ao entendimento e bases do comum, as «ordens» do Estado eram, a dentro dos seus foros e privilégios, as depositárias natas dessas «leis fundamentais». Cada associação, cada classe, cada município, cada confraria rural, cada behetria, possuía na Idade Média o seu estatuto próprio, a sua carta de foral. Legislação positiva destinada a normalizar e a coordenar as exigências da vida quotidiana, tomava o «costume» por base e consagrava a experiência como sua regra inspiradora.


    António Sardinha in A Teoria das Cortes Gerais.


    Publicada por O Reaccionário em 20:45 0 comentários

    Etiquetas: António Sardinha, Contra-Revolução, Integralismo, Nacionalismo, Realismo, Tradicionalismo

  2. #2
    Avatar de Ordóñez
    Ordóñez está desconectado Puerto y Puerta D Yndias
    Fecha de ingreso
    14 mar, 05
    Ubicación
    España
    Edad
    43
    Mensajes
    10,255
    Post Thanks / Like

    Respuesta: António Sardinha a través dos seus textos

    Versos a Dona Sol


    Fosse eu familiar do Santo Ofício,
    levava-te à prisão sem grande pena!
    Neta de moiro, herdaste o malefício
    Da tua raça morena!

    (...)

    Se houvesse Inquisição – que desengano!
    terias sido já queimada viva!

    Tição de varonias de Castela,
    o povo hebreu deixou vestígio em todas.
    Se és nódoa escura da linhagem dela,
    não temos de estranhar as tuas bodas!

    (...)

    Que airosa não ficavas, que elegante,
    de sambenito, algemas e carocha!
    Houvesse Inquisição!... E assim ligeira,
    em modos de possessa que estrebucha,
    terias já bailado na fogueira,
    oh filha dum cigano e duma bruxa!

    (...)

    eu próprio te levava ao Santo Ofício,
    oh Dona Sol de túnica amarela,
    que me puseste um dia malefício!...


    António Sardinha in Quando as Nascentes Despertam...


    Publicada por O Reaccionário em 23:30 1 comentários

    Etiquetas: António Sardinha, Poesia


LinkBacks (?)

  1. 16/09/2011, 13:26

Información de tema

Usuarios viendo este tema

Actualmente hay 1 usuarios viendo este tema. (0 miembros y 1 visitantes)

Temas similares

  1. Los marranos: ¿víctimas o victimarios de España?
    Por Erasmus en el foro Historia y Antropología
    Respuestas: 203
    Último mensaje: 02/09/2024, 18:25
  2. II Republica asesina y criminal
    Por TerciodeSarmiento en el foro Historiografía y Bibliografía
    Respuestas: 50
    Último mensaje: 16/01/2023, 17:00
  3. Sobre Julius Evola
    Por Ordóñez en el foro Historiografía y Bibliografía
    Respuestas: 2
    Último mensaje: 10/11/2018, 13:42
  4. Respuestas: 2
    Último mensaje: 01/04/2011, 12:02
  5. A Monarquia Tradicional - por Victor Emanuel Vilela Barbuy
    Por Irmão de Cá en el foro Hispanoamérica
    Respuestas: 2
    Último mensaje: 19/05/2010, 06:36

Permisos de publicación

  • No puedes crear nuevos temas
  • No puedes responder temas
  • No puedes subir archivos adjuntos
  • No puedes editar tus mensajes
  •