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Tema: Rolão Preto

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    Rolão Preto






    ..."a verdade, quando impedida de marchar, refugia-se no coração dos homens e vai ganhando em profundidade o que parece perder em superfície... Um dia, essa verdade obscura, sobe das profundidades onde se exilara e surge tão forte claridade, que rasga as trevas do Mundo"


    Rolão Preto in Inquietação






    Francisco de Barcelos Rolão Preto nasceu em 5 de Fevereiro de 1894, no Gavião (Abrantes). Era ainda um estudante liceal no «Colégio Figueirense», quando se juntou na Galiza às tropas que, comandadas por Paiva Couceiro, desencadearam as incursões monárquicas de 1911-12. Refugiado na Bélgica, veio a ser o secretário da revista Alma Portuguesa, onde Luís de Almeida Braga cunhou a expressão "Integralismo Lusitano". Tendo retomado os seus estudos no Liceu Português de Lovaina (criado pelo Professor Mendes Pinheiro), veio a frequentar a Universidade da mesma cidade, onde foi aluno do cardeal Mercier (arcebispo de Malines) e se licenciou em Ciências Sociais. Partiu depois para Toulouse, onde concluiu o curso de Direito, em 1917. De passagem por Paris, antes de retornar a Portugal, ainda conheceu e privou com destacadas personalidades do nacionalismo francês da época, como Maurice Barrès (republicano) ou Charles Maurras, Léon Daudet, Jacques Bainville (monárquicos).
    Em Portugal nos finais de 1917, Rolão Preto assumiu de imediato importantes responsabilidades no seio do jornal integralista da tarde, A Monarquia. Após o assassínio de Sidónio Pais, quando os partidos da «República Velha» preparavam a sua total reinstalação no poder, foi Rolão Preto que levou a ordem de Aires de Ornelas ("Go on!") pela Serra da Estrela e Beira Baixa, a levantar o Exército pela restauração da Monarquia.
    Em 1920, durante a prisão de Hipólito Raposo em S. Julião da Barra, Rolão Preto assumiu a direcção do jornal A Monarquia e da organização do Integralismo Lusitano. Cooptado para a sua Junta Central, em 1922, veio depois a desempenhar destacado papel nas acções conspirativas que vieram a derrubar o regime parlamentar republicano, em 28 de Maio de 1926. Estreito colaborador do General Gomes da Costa, foi Rolão Preto o Autor do Manifesto em 12 pontos afixado nas paredes de Braga, no qual se formulavam as bases programáticas do movimento militar que se iniciava e se chamavam os portugueses às armas.
    A máxima notoriedade de Rolão Preto, porém, viria a dar-se na sequência do lançamento do «Movimento Nacional-Sindicalista», em Fevereiro de 1932, através do qual foi desafiado o Salazarismo emergente. Sob a direcção de Rolão Preto e Alberto de Monsaraz, aquele movimento de massas veio a abalar profundamente o País. Através do jornal A Revolução, Rolão Preto, com extraordinários dotes de persuasão, conseguiu imprimir ao nacional-sindicalismo uma liderança fortemente carismática, mobilizando grande número de jovens das Academias.
    O «Movimento Nacional-Sindicalista», embora não colocasse abertamente a questão do Trono através de A Revolução - em Para além do comunismo, 1932, o "apelo ao Chefe" era, no entanto, claramente identificado como o "Chefe histórico" e "dinástico" - e tivesse adoptado métodos milicianos de organização e propaganda, não deixou de permanecer fiel à matriz tradicionalista, orgânica, anti-parlamentar do Integralismo Lusitano - entretanto dissolvido enquanto organização política. Na historiografia portuguesa das últimas décadas, a chamada "fase nacional-sindicalista" de Rolão Preto tem sido considerada como uma deriva fascista no seu percurso político, por não se compreenderem os fundamentos cristãos do ideário político integralista que lhe está na base, de raiz comunitária e personalista (ver tb "Política de Personalidade"). Apesar de Rolão Preto ter saudado com esperança as vitórias das forças nacionalistas na Europa (nomeadamente dos fascistas em Itália e dos nazis na Alemanha), a verdade é que este, em entrevista à United Press, não deixou de fazer alusão à sua distinta matriz doutrinária, enunciando uma clara demarcação ideológica: o fascismo de Mussolini e o Nacional-Socialismo de Hitler, eram "totalitarismos divinizadores do Estado cesarista", ao contrário do Nacional-Sindicalismo, que filiava a sua doutrina nas tradições cristãs de Portugal.
    O modernismo autoritário de Salazar, apesar de também se proclamar das tradições cristãs e de fazer jus a certa bonomia catedrática, veio a revelar-se bem mais próximo do fascismo, mostrando-se aliás em melhores condições para atrair e manter as juventudes influenciadas pelos modernismos estatistas em voga. Em Novembro de 1933, com as actividades do «Movimento Nacional-Sindicalista» totalmente proibidas, foi Salazar quem logrou captar para o seio do regime parte significativa das juventudes que o Nacional-Sindicalismo, por breves momentos, conseguira mobilizar, entre os quais se destacavam José Cabral, Dutra Faria, Ramiro Valadão ou Pires de Lima. A cisão no seio do Nacional-Sindicalismo deu-se precisamente quando Alberto de Monsaraz e Rolão Preto resolveram impugnar abertamente o modelo de Regime Corporativo de Partido Único - tipicamente fascista -, defendendo a independência do Movimento que dirigiam. Em Junho de 1934, uma representação ao Presidente da República voltou a recolocar o problema. Entre outras reivindicações, uma vez mais se preconizava a constituição de um Governo nacional com a participação de todas as tendências políticas. O regime Salazarista, alicerçado no modelo fascista do Partido Único, porém, estava já completamente senhor da Situação, acabando Rolão Preto por ser preso e expulso para Espanha (ver caracterização política da época, por Rolão Preto, em "Apologia de César" e "Ressurreição dos Mortos"). Pouco depois, uma nota oficiosa do Governo ainda insistia em convidar os Nacional-Sindicalistas a ingressar na União Nacional, ficando o Movimento, uma vez mais, totalmente proibido.
    Em Espanha, Rolão Preto veio a residir durante cerca de um mês (Novembro) em casa de José António Primo de Rivera, com quem terá colaborado na redacção dos "27 pontos" programáticos da Falange (segundo José Luis Jerez Riesco). Veio a reentrar em Portugal em Fevereiro do ano seguinte, com o intuito de reorganizar e relançar o Nacional-Sindicalismo mas, em Setembro, o Governo deu Rolão Preto como implicado num frustrado movimento revolucionário contra o regime ("golpe Mendes Norton"). De novo forçado a sair para Espanha, Rolão Preto acabou por vir a acompanhar o desenrolar da Guerra Civil ao lado dos nacionalistas da Falange. O seu livro Revolução Espanhola (Aspectos, Homens, Ideias), dá conta dessa experiência.
    A sombra do seu exemplo de resistência ao Estado Novo, e o seu forte carisma pessoal, porém, não deixaram de martirizar Salazar durante esses anos, ao ponto de este o ter procurado neutralizar politicamente através de aliciamento para vários cargos importantes no seio do regime, como o de Administrador da SACOR ou o de Embaixador de Portugal junto da Santa Sé. Rolão Preto tudo recusou.
    Após a segunda Grande Guerra, Rolão Preto veio a retomar intervenção política através do apoio ao Movimento de Unidade Democrática (MUD). Tomou parte no comité de candidatura à presidência da República do Almirante Quintão Meireles e, nas eleições de 1958, com Almeida Braga e Vieira de Almeida, integrou também a candidatura do General Humberto Delgado, assumindo a chefia dos Serviços de Imprensa, escrevendo vários discursos da Candidatura e parte do respectivo Programa Político (ver José Manuel A. Quintas,Os monárquicos e as eleições de 58).
    Em estreita relação com Mário Saraiva, Barrilaro Ruas, entre outros, veio a ter directa intervenção na constituição da Editora «Biblioteca do Pensamento Político», nos movimentos da «Renovação Portuguesa», «Convergência Monárquica», bem como nas «Comissões Eleitorais Monárquicas», em cujas listas se apresentou como candidato a deputado à Assembleia Nacional, em 1969.
    Em 23 de Maio de 1974, por iniciativa da «Convergência Monárquica», foi fundado o «Partido Popular Monárquico» (P.P.M.), no qual Rolão Preto assumiu a Presidência do Directório e do Congresso.
    Francisco Rolão Preto morreu em 19 de Dezembro de 1977. Em 10 de Fevereiro de 1994, foi condecorado, a título póstumo, pelo Presidente da República, Mário Soares, com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, pelo seu patriotismo e "entranhado amor pela liberdade".
    Obras mais importantes: A Monarquia é a Restauração da Inteligência, Lisboa, 1920; Para Além do Comunismo, Coimbra, 1932; Orgânica do Movimento Nacional Sindicalista, Lisboa, 1933; Salazar e a Sua Época: Comentário às Entrevistas do Actual Chefe do Governo com o Jornalista António Ferro, Lisboa, 1933; Justiça!, Lisboa, 1936; O Fascismo, Guimarães, 1939; Em Frente! Discurso pronunciado pelo Dr. Rolão Preto no banquete dos intelectuais nacionalistas, Castelo Branco, 1942; Para Além da Guerra, Lisboa, 1942; A Traição Burguesa, Lisboa, 1945; Inquietação, Lisboa, 1963; Carta aberta ao Doutor Marcello Caetano, Lisboa, 1972.


    [fonte]


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    AlmaLusíada está desconectado Miembro novel
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    Re: Rolão Preto

    Estudo sobre o Movimento Nacional-Sindicalista português elaborado para o portal Causa Nacional.
    http://www.causanacional.net/textos/movimentons.htm


    O Movimento Nacional-Sindicalista

    por NGC

    «Não pode haver duas revoluções dentro da mesma revolução (…) Rolão Preto imaginou o contrário; supôs erradamente que a “Revolução” nacionalista (…) podia ser bicéfala, dupla: tranquila e frenética, conservadora e revolucionária, calma e extrovertida, mesquinha e grandiosa, serena e apopléctica, salazarista e nacional-sindicalista.»[1]



    Introdução

    O Movimento Nacional-Sindicalista (NS) nasceu em 1932, já em plena fase de afirmação do regime salazarista. De forma simples e resumida podemos considerar que o NS foi o que de mais próximo existiu em Portugal a um movimento fascista, e não poderia ser mais oportuno falar de fascismo em Portugal e das suas relações com o Salazarismo, do que agora, neste ano em que se comemoram os 30 anos da Revolução de Abril.

    Os fascistas portugueses envergando as suas camisas azuis, representando os trabalhadores, e a cruz de Cristo, representando a Tradição portuguesa, chegaram a abanar os alicerces do Estado Novo nascente, no entanto, a sua vida foi curta. Pode-se mesmo dizer que o NS “foi uma estrela fugaz, deslumbrante e rápida, com uma ascensão vertiginosa, mas rapidamente eclipsado”.

    Chefiado por Francisco Rolão Preto praticamente desde o início, o movimento cresceu muito, e muito depressa, e representou acima de tudo uma radicalização e fascização do velho Integralismo Lusitano (IL), movimento de ideologia conservadora, monárquica e nacionalista que se inspirou em grande parte na Action Française de Charles Maurras, com a qual, o jovem Rolão Preto exilado[2] na Bélgica tinha tido contacto muito próximo. Ainda enquanto membro da Junta Central do IL Rolão Preto manifestava já as suas tendências mais “trabalhistas” publicando artigos sobre a “questão social”, o que vai ser um elemento central na definição ideológica do NS[3].

    Anos mais tarde, Luís Cabral de Moncada, professor catedrático de Coimbra, aderente ao movimento considera que este não passou de um epifenómeno de superfície como o da fosforescência de certas vagas no mar” marcado pelos ventos soprados da Itália e da Alemanha, comuma grande confusão de ideias e de sentimentos”[4]. De facto, o exemplo chegado do estrangeiro, principalmente da Alemanha, foi fundamental no desenvolver do NS português.

    Em 1933 Hitler chegava ao poder na Alemanha, facto com que os NS se regozijavam, dedicando-lhe a primeira página do “Revolução” (coisa que mais nenhum jornal português fez) e vários artigos. Embora, ideologicamente, o NS não estivesse próximo do Nacional-Socialismo alemão, não se detectando no discurso NS traços de nacionalismo rácico ou anti-semitismo, a verdade é que o Nacional-Socialismo alemão foi um grande exemplo que os camisas azuis pretenderam copiar, talvez em ponto pequeno, à escala de Portugal.

    Em 1934 Rolão Preto é forçado a partir para o exílio espanhol, onde toma contacto com os principais líderes políticos espanhóis da época, e conhece José António Primo de Rivera, fundador da Falange. Durante a sua estadia em casa de José António, Rolão Preto colabora na elaboração do programa da Falange, que ao início lhe pareceu “bastante condescendente com o processo capitalista"[5], alertando José António para que não se esquecesse da componente revolucionária. Para além de José António também conheceu Franco e Ledesma Ramos, fundador das Juntas de Ofensiva Nacional-Sindicalistas (JONS), que se viriam a fundir com a Falange. Na revista Accion Española publicou uma série de artigos sobre o movimento NS português.

    Tendo-se incompatibilizado com Salazar, o NS passa para a oposição ao regime, clamando por liberdade contra um regime conservador, autoritário e de direita.

    Mais tarde Rolão Preto participa na campanha do General Humberto Delgado, e adere ao Movimento de Unidade Democrática (MUD). Já após o 25 de Abril retoma o seu “primeiro amor”, a monarquia, tendo participado na fundação do PPM – Partido Popular Monárquico.



    O nascimento

    O Movimento Nacional-Sindicalista (NS) nasce em 1932 em torno do jornal “Revolução”, iniciativa de um grupo de jovens estudantes universitários que constituíam a Junta Escolar de Lisboa do Integralismo Lusitano (IL). Entre os fundadores do jornal podemos apontar: António Pedro, Dutra Faria, Amaral Pyrrait, Franz de Almeida Laghans, Barradas de Oliveira, Pereira de Matos, António Tinoco.

    Esta nova geração demarcava-se dos velhos Integralistas em termos de método de acção política e consideravam ultrapassados muitos dos aspectos da ideologia dos fundadores do IL.

    Em 1930, num banquete realizado no Luso, só dois dirigentes da velha Junta Central do IL se identificaram com a nova geração fascista: Rolão Preto (futuro Chefe do Movimento) e Alberto de Monsaraz (secretário geral do Movimento).

    De entre estes fundadores António Pedro era, sem dúvida, o mais activo, e foi ele também o autor dos primeiros projectos de organização do NS.

    O primeiro número do “Revolução” foi publicado em Fevereiro de 1932. Dutra Faria não escondia internamente que o objectivo do jornal era reorganizar o que restava do IL em bases fascistas. António Pedro, chefe de redacção, apresentava em editorial os princípios do diário. Eram anti-parlamentares, defendiam uma ordem hierárquica e autoritária, a supressão da liberdade de concorrência, a sua substituição por uma economia dirigida centralmente pelo Estado, a defesa da família e a organização corporativa das profissões numa sindicalização obrigatória.

    O seu radicalismo inspirava desconfiança à notabilidade integralista, sendo que só Rolão Preto e Alberto de Monsaraz aderiram ao “Revolução”. A entrada de Rolão Preto para a direcção do jornal, em meados de 1932, permitiu no entanto a adesão de muitos núcleos integralistas.

    A nível local o NS pôde-se organizar muito rapidamente, sobretudo porque foi capaz de captar para si a velha malha integralista, bem como núcleos da Liga 28 de Maio, e em alguns casos até mesmo núcleos da União Nacional. A acção de Rolão Preto e Alberto de Monsaraz neste processo foi determinante. Assim se explica a rápida expansão do movimento que, segundo Rolão Preto, chegou a atingir os 50 mil militantes[6].



    A ideologia

    O NS, como todos os movimentos fascistas pretendeu representar uma superação da divisão esquerda/direita, capitalismo/comunismo, e assumir-se como uma “terceira via”.

    O NS representou, em muitos aspectos o IL, mas dando-lhe um carácter mobilizador e orientado para o futuro, retirando-lhe a nostalgia reaccionária e tradicionalista. Também a questão do regime (os Integralistas defendiam intransigentemente a re-instauração da Monarquia) não se colocava para os NS, que entendiam ser muito mais importante que o estado fosse nacionalista e corporativo do que a sua forma. O ponto nº29 do programa NS, contido no livro de Rolão Preto, Balizas, diz o seguinte: “A Revolução Nacional dos Trabalhadores (…) não suscita (…) qualquer questão de regime político”[7].

    Tendo nascido sem um programa rigorosamente definido o NS adoptou como declaração programática os “Doze Princípios da Produção” enunciados por Preto em 1920, considerando a nação como uma realidade eterna e a pátria como “uma realidade imposta pela Terra, pelo Clima, pela Língua, pela Raça e pela História” e negavam “a dissolução dos elementos de Produção nacional, isto é, negamos a existência isolada de classes, artificio que põe em litigio os componentes necessários do mesmo todo”, negando também a “solidariedade do proletariado universal por cima e contra as fronteiras sagradas da nação”.

    O jornal “O Nacional-sindicalista”, de Faro, define o NS como: anticomunista, antiliberal, antidemocrático, antiburguês, anticapitalista, anticonservador. Pela positiva o movimento é definido como familiar, municipalista e regionalista, sindicalista, corporativista, representativo, autoritário, nacionalista e revolucionário. O folheto-jornal “O Ressurgimento”, da Madeira, apresenta as bases do Estado NS: “a família, a tradição, o município, o sindicato, a corporação, a nação”.

    Nos seus textos oficiais, embora se reconhecesse a propriedade privada como um direito natural, imponham-se-lhe restrições e a intervenção estatal sempre que tal se revelasse nos melhores interesses da nação. Verberavam a plutocracia, a usura e o capital apátrida das sociedades anónimas.

    O seu anticapitalismo era marcado por uma visão de uma sociedade de pequenos produtores ameaçada pela concentração industrial e o capital financeiro. No entanto, o NS também dedica a sua atenção às classes médias, proclamando que “o estado Nacional-sindicalista não deixará queimar as classes médias, pois são elas quem estabelece o equilíbrio económico-social da nação, servindo-se de três meios poderosos: a sindicalização e corporatização obrigatória, o crédito e a intervenção do Estado”.

    Na sua propaganda o NS sempre se definiu como um movimento de vanguarda da Revolução Nacional, que eles consideravam ser os únicos capazes de levar a cabo, reclamavam-se da juventude[8] (característica tipicamente fascista), mas a “questão social” era o seu argumento fundamental. Salazar chegou a acusar a sua propaganda de “andar paredes-meias com os comunistas”, e no banquete do Parque Eduardo VII, Pinto de Lemos diria, respondendo àqueles que os acusavam de bolchevismo: “Bolchevistas! Sim! Se bolchevista significa o desejo de que uma maior justiça social seja derramada sobre todos os homens… não há dúvida, nós somos então Bolchevistas!”.

    Há também que ter em conta que o movimento NS se desenvolve no quadro de uma ditadura autoritária e conservadora, num momento em que Salazar consolidava o seu poder e se começava a organizar o partido único governamental – a União Nacional – pelo que a sua tónica “trabalhista” e anticonservadora era constantemente brandida.

    O NS tentou penetrar nos meios operários, desde o início, com algum sucesso, de que é indicativo as referências feitas pela imprensa sindical ao movimento, sendo que o “Revolução” possuía desde o seu princípio uma “página do operário”, que mais tarde se transforma num suplemento semanal dirigido por António Tinoco, “A Revolução dos Trabalhadores” (que mais tarde, à medida que o conflito com Salazar se agrava, vai ser constantemente cortado na totalidade pela censura). Cerca de 15% dos aderentes ao movimento eram operários, embora a classe média (empregados, pequenos proprietários rurais e comerciantes) fosse dominante.



    A acção

    As manifestações públicas do Nacional-Sindicalismo introduziram em Portugal a coreografia fascista. Os desfiles paramilitares, as canções de combate e a ritualização carismática de Rolão Preto marcaram a sua acção política, que se inspirou, sem dúvida nos modelos do fascismo italiano e sobretudo do nacional-socialismo alemão.

    A sua presença na rua iniciou-se em Setembro de 1932 e teria como pontos altos os comícios de Lisboa e Porto e a manifestação comemorativa do golpe militar, em 28 de Maio de 1933 em Braga. Os primeiros comícios tiveram um carácter local e contavam com o apoio dos simpatizantes do movimento instalados na administração.

    Em Fevereiro de 1933, aproveitando o primeiro aniversário do “Revolução” foi organizado o primeiro comício nacional em Lisboa. O banquete do Parque Eduardo VII, contou com a presença de 730 nacionalistas e marcou a emergência pública de Rolão Preto, que à sua chegada ao local foi saudado à romana. No seu discurso Rolão Preto considerou-se dirigente de uma “revolução que não se detém” e que há-de “transformar esta Pátria gloriosa!”. No final diria, em tom desafiador: “Eu, que nunca pedi nada ao Dr. Oliveira Salazar com a cabeça bem erguida digo, a ele que me está ouvindo: Sr. Dr. Oliveira Salazar, oiça V. Ex.ª a alma nacional que vibra, escute os votos da mocidade portuguesa e, se quer, alea jacta est!”.

    A 7 de Maio do mesmo ano, novo banquete, desta feita no Porto. Cerca de 6200 camisas azuis marcham pelo Porto, devidamente uniformizados, e reúnem-se 1200 convivas na nave central do Palácio de Cristal.

    Após a realização deste comício no Porto, no Palácio de Cristal, os NS preparam-se para uma concentração nacional em alternativa às celebrações governamentais do 28 de Maio. Mobilizaram 3000 camisas azuis, que desfilaram, devidamente uniformizados por Braga, tendo ocorrido confrontos com elementos antifascistas, sendo que alguns elementos NS ficaram feridos. Em Ermesinde um grupo de ferroviários tentou fazer descarrilar o comboio onde seguiam os NS.

    Em Maio de 1933, perante estes ataques, Rolão Preto acusava os republicanos conservadores de manobrarem a UN contra o NS, e negava que houvesse conflito com Salazar.

    Embora prudentes nos ataques a Salazar os NS mostravam-se intransigentes na fascização do Estado, na implantação rápida de uma ordem corporativa, na recusa da integração no partido governamental e no ataque a qualquer principio de cedência ao liberalismo republicano.

    No seu opúsculo de 1933, “Salazar e a sua Época”, que é um comentário às entrevistas dadas por Salazar a António Ferro, Rolão Preto considera o ditador como um “homem do centro”, um “formalista universitário, que não compreende o problema social” e incapaz de fazer a Revolução.

    No começo do Verão de 1933 o NS encontrava-se já numa situação dificilmente sustentável face a Salazar.

    O NS negou o apoio à nova Constituição do Estado Novo, plebiscitada em 1933, na qual via um compromisso com os princípios liberais e a negação do corporativismo integral.

    Servindo-se da sua influência no exército, desde cedo começou a conspirar contra Salazar[9].

    Desde finais de 1932 que Salazar se demarcava dos NS, não perdendo nenhuma oportunidade para deles se demarcar no campo ideológico e político, no entanto, a sua dependência face ao Presidente da República e dos militares deixava-lhe pouca margem de manobra.

    A 7 de Junho Rolão Preto é recebido por Carmona que lhe garante que dentro da ditadura há espaço para todos os nacionalistas.

    Em 1933 Salazar tenta mudar o ministro da guerra, o que não consegue devido a movimentações dos militares, mas consegue nomear um novo ministro do interior: António Gomes Pereira, antigo governador civil de Évora, que se tinha revelado fortemente anti-NS, que vai apertar a repressão ao NS, através da censura e de limitações às suas acções públicas.

    No entanto, a iniciativa de Salazar que mais impacto produziu no movimento foi a promulgação da legislação corporativa no Verão desse ano de 1933. O corporativismo era o elemento central do programa NS e muitos dos seus elementos foram convidados para cargos no novo aparelho corporativo em constituição, o que muitos aceitaram. Pedro Teotónio Pereira, subsecretário de Estado das Corporações convidou vários NS a participarem no processo de criação dos Sindicatos Nacionais, entre eles: Amaral Pyrrait, Abílio Pinto Lemos e Castro Fernandes, que aceitarem, fracturando assim o núcleo original fundador do NS.

    A direcção NS, no entanto, demarcou-se desta legislação, afirmando que entre o seu projecto e o do governo “vai a distância que existe entre as soluções integrais e as meias soluções”. Também a adesão destes membros provocou uma tensão no seio do movimento.

    Após algumas suspensões do Revolução, ordenadas pela censura, o jornal interrompe a sua publicação no começo do Verão de 1933, reaparecendo em Setembro, completamente mutilado.

    As novas instruções dadas à censura impediam todas as referências ao NS, à sua organização e actividades, as menções de partidos similares europeus e até a designação de camarada foi proibida.

    A censura foi a principal arma contra o NS. A partir de Outubro de 1933 números inteiros do Revolução dos Trabalhadores vinham cortados. As manifestações públicas dos NS foram também proibidas.



    A cisão

    Desde de Maio de 1933 que o Governo procura encontrar uma facção mais moderada no seio do NS com a qual pudesse promover a integração dos NS no regime – o sector mais permeável era o Grande Conselho[10].

    O grupo de Coimbra (constituído por professores universitários, como Cabral de Moncada) era favorável a uma aproximação a Salazar, mesmo que isso colocasse em causa a chefia do movimento por Rolão Preto, e o mais destacado líder do grupo que vai promover a cisão foi José Cabral. Este grupo defendia o fim da chefia personalizada, já que esta era uma condição de Salazar para tolerar o movimento, e a criação de um directório, questão em que Rolão Preto acabou por ceder. Faziam parte do recém-criado directório Rolão Preto (chefe), Alberto de Monsaraz (secretário-geral), os três secretários de zona (Alçada Padez – zona sul; Eusébio Tamagnini – zona centro; Augusto Pires de Lima – zona norte) e ainda José Cabral (provavelmente em representação do Grande Conselho).

    Para clarificar estas situações, é decidido convocar o I Congresso do movimento, que realizar-se-á em 12 de Novembro de 1933. Na circular convocatória Alberto de Monsaraz definia a questão central a ser resolvida pelos congressistas: “Pelo poder, contra o poder, sem o poder?”. O segundo problema referia-se à posição a tomar face à organização corporativa, principalmente porque alguns militantes tinham já aceite cargos no seu aparelho.

    Vence a posição “sem o poder” e Rolão Preto sai vitorioso face ao grupo de José Cabral apesar do núcleo fundador ter sido fracturado: Amaral Pyrrait, Abílio Pinto de Lemos e Castro Fernandes assumem uma posição contrária a Rolão Preto e juntam-se ao grupo de Coimbra liderado por José Cabral.

    Nesse mesmo dia reúne-se o Directório no qual se decide transferir o Secretariado-geral para Leiria, e transformar o jornal “União Nacional” no órgão nacional do movimento, uma vez que o “Revolução” se encontrava muito endividado e também como forma de evitar a censura que era mais apertada na capital.

    O directório representava um equilíbrio de forças que impossibilitava qualquer tomada posição, já que os dois grupos em confronto se equilibravam numericamente (Rolão Preto, Monsaraz e Alçada Padez contra José Cabral, Pires de Lima, Eusébio Tamagnini). No entanto, ficou decidido que José Cabral e Alberto de Monsaraz deveriam apresentar projectos de estatutos.

    A cisão dá-se oficialmente após a reunião de 26 de Novembro de 1933. José Cabral, que tinha sido encarregue pelo congresso de elaborar novos estatutos propõe uma orgânica que elimina Rolão Preto e Alberto de Monsaraz dos seus lugares de chefia. Segundo ele esta era uma condição indispensável para que Salazar tolerasse a existência do movimento.

    Augusto Pires de Lima avança uma proposta conciliatória, que prevê a manutenção de Rolão Preto e eliminando Monsaraz. A votação dá empate (José Cabral, Augusto Pires de Lima e Eusébio Tamagnini votam favoravelmente, os restantes votam contra). Perante este impasse, Tamagnini e Cabral declaram que “recuperavam a sua liberdade de acção”. Rolão Preto decide a dissolução do conselho e chama a si todas as responsabilidades de comando do NS, até que se forme novo Conselho.

    Passados poucos dias, o núcleo cisionista, fortalecido pelo apoio do Poder, reúne-se, em nome do NS, com o ministro do Interior e com Salazar. Supostamente ser-lhes-ia permitida autonomia de acção, desde que actuando em convergência com a UN, não a hostilizando e apoiando o Estado Novo e as suas realizações.

    O novo órgão central do movimento, o “União Nacional” demarca-se desta posição comunicando que eles apenas se representam a si próprios.

    No entanto, o núcleo cisionista, através de José Cabral anuncia uma nova orgânica e uma nova direcção para o NS. Nos primeiros meses de 1934 este núcleo tentou de facto reorganizar o NS, talvez convencidos de que Salazar iria de facto tolerá-los, nomeando novos delegados distritais, incitando os filiados a renovarem os seus cartões de membro e surgindo até um novo “Revolução Nacional dos Trabalhadores” dirigido por Pyrrait. Este núcleo possuía também o seu próprio jornal, o “Revolução Nacional”, dirigido por Manuel Múrias, que se dedica a atacar os NS “ortodoxos” de Rolão Preto, preconizando um entendimento com Salazar. Toda esta actividade era apoiada pelo aparelho propagandístico do Estado Novo, através do SPN (Secretariado da Propaganda Nacional).

    A própria criação da Acção Escolar Vanguarda (AEV), predecessora da Mocidade Portuguesa, em finais de 1933, pelo SPN, deve-se a uma tentativa de neutralizar a influência do NS junto da juventude e dos estudantes. A dirigi-la encontrava-se inclusivamente um antigo NS: Oliveira e Silva.


    No entanto, as actividades deste núcleo eram também muito limitadas, sendo que lhes era constantemente negada a autorização para a realização de demonstrações públicas, os editoriais mais “excessivos” e de temática social do “Revolução Nacional” eram constantemente cortados pela censura e as referências às suas actividades pela imprensa eram proibidas, o que os deixava desorientados, já que por um lado o governo fazia declarações de apoio e por outro tentava limitar as suas actividades ao máximo.

    Era claro que Salazar não toleraria a existência de qualquer NS, nem sequer um NS “domesticado”.



    O fim

    Nos últimos meses de vida legal do NS o movimento tentou a conciliação com os dissidentes e o Poder, para permitir a sobrevivência da organização. No entanto, internamente, assistia-se a uma radicalização ideológica a partir do “soviete”[11] de Lisboa, que não seria acompanhada por muitos militantes, principalmente na província, que não estavam dispostos a realizar actividades clandestinas. Apesar da maioria dos núcleos se manter fiel a Rolão Preto começava a assistir-se a um certo desânimo e desmobilização em alguns deles.

    Com o aparecimento do “Revolução Nacional”, e os seus violentos ataques a Rolão Preto assiste-se a uma radicalização “para o exterior”, ou seja, o tom anti-salazarista há muito utilizado na correspondência interna alastra para o exterior, para os comunicados do movimento distribuídos na rua. Por outro lado a linguagem revolucionária era acentuada e o movimento começava a “virar à esquerda”. Num panfleto clandestino o movimento definia-se como uma força que iria “revolucionar a actual sociedade, arrancando da miséria, (…) as classes trabalhadoras, oprimidas pelo capitalismo”. Rolão Preto também acompanha este desvio socialista nos seus editoriais do “União Nacional”.

    Ao mesmo tempo que promovia a cisão, o governo começou, a partir de 1934 a repressão sistemática de qualquer acção NS. A participação de Rolão Preto em reuniões e visitas aos núcleos locais foi praticamente proibida. A sede nacional em Lisboa foi encerrada por decisão governamental, bem como várias sedes locais. Ocorreram também várias prisões a NS, no geral intimidatórias, já que não duravam mais do que uma semana.

    Perante esta situação desesperada o movimento confiava cada vez mais nos militares para a sua sobrevivência (desde 1933 que o sector militar do NS participava em manobras anti-salazaristas).

    A 20 de Junho de 1934 Rolão Preto decide enviar ao Chefe de governo, através de Alçada Padez, uma longa exposição sobre a situação do país. Considera que se assiste, no seio da ditadura, a um confronto entre duas concepções diferentes, uma conservadora e outra revolucionária, que aqueles que sonharam e fizeram a revolução não ficaram na posse do poder, ao contrário do que aconteceu na Alemanha e na Itália. Acusava o governo de perseguir o seu movimento e atacava a UN, “grupo eclético, composto das mais antagónicas correntes políticas, sem nenhuma espécie de consciência nacionalista”. Terminava apelando ao Presidente da República para que interviesse no sentido de permitir a liberdade de acção do NS.

    Perante isto, Salazar decide dissolver o movimento. A 4 de Julho Rolão Preto é preso, e mantido incomunicável; o mesmo acontece a Alberto de Monsaraz poucos dias depois. A 11 de Julho o Conselho de Ministros decide expulsar os dois do país, por um período de seis meses. A 14 de Julho os dois líderes do movimento NS são postos na fronteira espanhola. Rolão Preto só regressa a Portugal em Fevereiro de 1935.

    Em 29 de Julho de 1934, por nota oficiosa de Salazar, o movimento NS é oficialmente dissolvido. Na nota publicada pelo “Diário de Notícias” pode ler-se que o NS é “inspirado em certos modelos estrangeiros”, e que “o elemento de ordem que pretendera ser se transformara em elemento perturbador e de desagregação das forças nacionalistas do Estado Novo”. A nota refere-se também aos cisionistas que lutaram “contra a adulteração do pensamento nacional-sindicalista” e considera que “a experiência não demonstrou a necessidade de duas organizações”. A nota termina com um “sincero apelo para que abandonem os redutos particulares da sua luta e ingressem com pureza de intenções na União Nacional”, “ficam também abertos os quadros da AEV” e adverte que todos aqueles que não queiram aderir à nova situação passarão a “ser considerados indiferentes ou inimigos”.

    Apesar da proibição do movimento este manteve-se activo até ao final da II Guerra Mundial. Segundo António Costa Pinto a vida clandestina do NS divide-se em dois períodos: entre 1934-1936 o movimento ainda consegue manter alguma actividade, a partir de 1936 e até ao final da guerra este não passa de uma “rede de amigos políticos”.

    Até 1936 mantém uma chefia, uma organização e um núcleo de militantes com um dado projecto ideológico, e uma acção politica, que pretende ser uma oposição clandestina ao salazarismo. O golpe falhado de 1935 marca a última tentativa do NS para derrubar o regime salazarista, e com o final da guerra de Espanha, em 1936, o NS pulveriza-se.

    A 10 de Setembro de 1935 vários sectores da oposição tentam derrubar Salazar, sendo que Rolão Preto e os NS participaram activamente na conspiração falhada.



    Bibliografia



    AAVV, Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura, vol. XIII, Lisboa, Verbo

    AAVV, Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, vol. XVIII, Lisboa, Editorial
    Enciclopédia

    AAVV, Enciclopédia Luso-Brasileira, edição séc. XXI, Vol. XX, Lisboa, Verbo, 2001

    Costa Pinto, António, Os Camisas Azuis, Ideologia, Elites e Movimentos Fascistas em Portugal, 1914-1945, Lisboa, Editorial Estampa, 1994

    Frugnoli, Elisa Maria, O Nacional-Sindicalismo de Rolão Preto, Lisboa, ISCSP, Estudos Políticos e Sociais, Volume XII, nº 1-2, 1984

    Leonard, Yves, Salazar e o Fascismo, s.l., Editorial Inquérito, 1998

    Medina, João, Salazar e os Fascistas, Salazarismo e Nacional-Sindicalismo a história dum conflito 1932-1945, Lisboa, Livraria Bertrand, 1978

    www.cepp.pt.vu (consultado em 23/05/2004)
    www.carpe-diem.it/spagna/htm/port01es.htm (consultado em 20/05/2004)
    www.angelfire.com/pq/unica (consultado em 1/06/2004)
    www.cphrc.org.uk (consultado em 7/03/2004)


    [1] Medina, João, Salazar e os Fascistas, Lisboa, Bertrand, 1978, p. 8

    [2] Rolão Preto exilou-se na Bélgica devido à sua participação, ainda muito jovem, nas incursões monárquicas de 1911-12 de Paiva Couceiro, a partir da Galiza.

    [3] António Costa Pinto considera Rolão Preto o “Valois poruguês”. Valois, político francês, proveniente do anarquismo, ligou-se mais tarde à Action Française que acabou por abandonar para fundar o Faisceau, o primeiro partido fascista francês.

    [4] www.cepp.pt.vu

    [5] Entrevista dada por Rolão Preto a João Medina, publicada na obra Salazar e os Fascistas, Lisboa, Bertrand, 1978, p. 171

    [6] Segundo António Costa Pinto este número é provavelmente exagerado, sendo que a militância real do NS deveria rondar os 30 mil elementos.

    [7] Citado em Medina, João, Salazar e os Fascistas, Lisboa, Bertrand, 1978, p. 224

    [8] Rolão Preto chegou a escrever um artigo no “Revolução” intitulado “Todo o poder aos novos”

    [9] A orgânica do movimento incluía um Secretariado Militar clandestino. Os NS tinham alguma influência no exército, sendo que muitos dos tenentes do 28 de Maio eram afectos ao movimento.

    [10] O Grande Conselho era um organismo de carácter consultivo que incluía individualidades não filiadas no NS.

    [11] Era assim que o núcleo duro do “Revolução”, constituído por António Pedro, Dutra Faria, Barradas d’Oliveira, António Tinoco, Campos e Sousa, Pereira de Matos, e outros, se auto intitulava.

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    Re: Rolão Preto

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    El nacional-sindicalismo lusitano

    por José Luis Jerez Riesco

    El Movimiento Nacional-Sindicalista portugués fue una estrella fugaz, deslumbrante y rápida, con un ascenso vertiginoso, pero eclipsado con gran celeridad. Sus antecedentes ideológicos más próximos se encuentran en el Integralismo Lusitano que se iniciaba, en el exilio, con la revista Alma Portuguesa, publicada en Lovaina en 1913, como respuesta y reacción espiritual y doctrinaria contra la república demagógica que se había instalado en Portugal en 1910. El núcleo activo de la corriente integralista lo formaban jóvenes realistas, inquietos, audaces, originales y a la vez arraigados en las viejas tradiciones lusitanas. En derredor de aquella incipiente publicación, chispa de todo un planteamiento ideológico, se dieron cita Domingos de Gusmao Araújo -el director-, Luis de Almeida Braga, el hijo del duque de Cadaval, Antonio Alvarez Pereira, y el jovencísimo Francisco Rolão Preto que ejercía las funciones de secretario de redacción y que sería quien, transcurridos los años, fundara y dirigiera el Movimiento Nacional-Sindicalista en Portugal.
    El Integralismo Lusitano, prolegómeno del Nacional-Sindicalismo, se vertebraría y enriquecería con la incorporación inmediata al nacionalismo integral de Antonio Sardinha, ideólogo, filósofo, pensador y artífice de un ambicioso proyecto que culminaría con la obra Alianza Peninsular. Sardinha sería el promotor de la revista Nação Portuguesa, en cuyo primer número ya se insertaba el manifiesto y programa del Integralismo que se declaraba antiparlamentario -antiliberal-, descentralizador, municipalista y corporativo. En la revista colaboraron Alberto Monsaraz -que sería más tarde el secretario general del Nacional-Sindicalismo-, Hipólito Raposo, Pequito Rebélo y otros destacados valores que algunos autores han denominado la generación rectificadora.
    En 1917 aparecía la primera edición del que fuera el primer diario del Integralismo, bajo la cabecera de A Monarquia, que se publicaba bajo la dirección política de Antonio Sardinha y Alberto Monsaraz y que llegaría posteriormente a dirigir el propio Rolão Preto, cuando, en 1920, por hallarse encarcelado el director del periódico, Hipólito Raposo, por delitos de opinión y censura, le llamaron para que asumiese la dirección. Sobre todo, y ante todo el Integralismo, hacía un llamamiento de reivindicación de la inteligencia.
    Los pilares sobre los que se asentaban aquellos jóvenes eran el de un componente religioso y espiritual importante: «la mano de Dios está allí en la eternidad serena, marcando el camino por donde tendrán que pasar los destinos de los pueblos». Eran humanistas convencidos y radicales que sintetizaban en la frase acuñada por Preto de «tudo pelo homen» como la única fórmula aceptable, ya que todas las instituciones son creadas por el hombre y el hombre no puede, sin negar las propias leyes divinas, ser su esclavo, teniendo ese sentido el concepto cristiano de la vida humana que considera a «Cristo como la suprema altura a la que el hombre un día se elevó».


    Francisco Barcelos Rolão Preto había nacido el 12 de febrero de 1893 en el pueblecito alentejano de Gaviào. Su bisabuelo, el médico Antonio das Neves Cameiro, había sido diputado en las Constituyentes de 1836 y fue perseguido por jacobino y francmasón. Su abuelo, Antonio María, fue académico de Coimbra y moriría en la horca por defender la libertad y la justicia. Casi en su adolescencia, cuando había iniciado sus estudios de Derecho en Coimbra, se alistó en las tropas de Henrique Paiva Couceiro en Galiza, en 1912, por lo que tuvo que comer, desde su juventud, el pan amargo del exilio.
    Fijó su residencia en Bélgica, licenciándose en 1917 en Ciencias Sociales, por
    la Universidad de Lovaina. Fue en esa ciudad donde apareció en 1913 el primer órgano del Integralismo Lusitano Alma Portuguesa, donde colaboró como secretario de redacción. Posteriormente, también se graduaría en Derecho por la Universidad de Toulouse. Frecuentó en París a Charles Maurras, a quien visitaba en su despacho de la calle de Roma, de París, donde tuvo la oportunidad de conocer a Léon Daudet. Llegó a formar parte de la Junta Central del Integralismo Lusitano, conviviendo con Sardinha, Rebelo, Raposo, Monsaraz... Colaboró estrechamente con el general Gomes da Costa en el levantamiento del 28 de mayo de 1926, siendo el autor de su manifiesto de doce líneas que se colocaba sobre las paredes de Braga convocando a los portugueses a las armas «por la libertad y el honor de la Nación», así como de la proclama en la que se formulaban las bases del movimiento y que comenzaba: «¡Portugueses!: la nación desea un gobierno nacional formado por las mejores capacidades para instaurar en la administración del Estado la disciplina y el honor que se han perdido. La nación ya ha tenido bastante con la tiranía de políticos irresponsables. Y quiere un gobierno fuerte que tenga por misión salvar a la Patria e instituir la verdadera representación nacional de los intereses reales, vitales y permanentes de Portugal».

    Rolão Preto es considerado como uno de los ideólogos del pronunciamiento del 28 de mayo y, tras el triunfo nacionalista, fue el director efectivo del órgano del general Gomes da Costa Revolução Nacional el director aparente era el teniente Armando Pinto Correia, escribiendo los editoriales y firmando sus artículos con los pseudónimos de «Plures» y «Pluribus».
    Supuso que
    la Revolución Nacionalista, iniciada por Gomes da Costa, continuada por Carmona y monopolizada más tarde por Salazar, podía ser bicéfala y dupla, es decir, tranquila y frenética, conservadora y revolucionaria, serena y convulsa, salazarista y nacional-sindicalista.
    En 1932, el 15 de febrero, salía a la calle un nuevo diario Revolução, dirigido por Preto, y se ponía en marcha el Movimiento Nacional-Sindicalista que, según su propio mentor, «surgía de las ansias e inquietudes de las generaciones nuevas y frente a la trasnochada democracia liberal 7, democracia que condujo a Portugal «al socialismo y al comunismo, que son la quintaesencia de la moral y del criterio económico del capitalismo hecho Estado». Significaba que, en Portugal, la reacción contra los errores demócratas-liberales en su aspecto político, se llamaba Integralismo Lusitano, y la reacción contra esos mismos errores en su aspecto económico y social fueron los que dieron origen al Movimiento Nacional-Sindicalista.
    La simbiosis de los términos 'nacional' y 'sindicalista' se hace por ser un movimiento interno, portugués, autóctono, que busca la redención de la persona humana a través de un marco sindical corno unidad económico-social que «libremente organizado y justamente representativo de los valores de la formación técnica, la mano de obra y el capital refuerce las posibilidades propias -personalistas- y comunitarias.
    El Nacional-Sindicalismo era un alegato en favor de la solidaridad entre los diversos elementos de la producción, y de la transformación de la moral social, con un llamamiento a la mística revolucionaria. Se pretendía erigir «un gran movimiento espiritual, pues es un error, y error trágico, de los que juzgan poder cambiar las condiciones del mundo que nos rodea, sin primero crear un nuevo espíritu. Las revoluciones no se hacen sólo con decretos y boletines oficiales». La divisa del movimiento rezaba: «Es preciso que los muy ricos sean menos ricos, para que los muy pobres sean menos pobres».
    El Nacional-Sindicalismo trata de potenciar el municipio con un nuevo sentido social y económico, recogiendo así el carácter municipalista del Integralismo. Es descentralizador, pero orgánico y sindicalista. Reconoce el calor y la atracción de las «elites», pero se siente populista considerando que «la revolución sólo es eficaz cuando la respalda el pueblo» que «sólo marcha por las vías imperiales cuando el clima de su exaltación es capaz de realizar milagros con una fe sin límites por tener una gran confianza en sí mismo y una disposición heroica ante cualquier sacrificio»
    Uno de los lemas fuerza era: «Ni contra las izquierdas, ni contra las derechas. i Adelante! » La bipolaridad ficticia izquierdas-derechas ya había sido objeto de reflexión por Preto que las consideraba «viejas palabras sin sentido, mitos depuestos» propugnando que al nacionalismo le iba a corresponder una gran misión en la ola del futuro.
    Justificaba la floración del Nacional-Sindicalismo como reacción al liberalismo porque éste, fríamente, «consiente que los más fuertes esclavicen libremente a los más débiles y que tiene al lucro como única regla de vida», precisando que «todos los trabajadores conscientes deben comprender que no vale la pena sustituir la tiranía del capitalismo hecho Estado, por la tiranía del Estado hecho capitalista» “. El Nacional-Sindicalismo era un movimiento revolucionario, que hacía de la palabra «revolución» sinónimo de «justicia» y que estaba profundamente sensibilizado por la urgente reforma agraria y por los principios de orden corporativo.
    Según un folleto que, bajo el título de 0 Ressurgimento, se difundió en Funchal, el 28 de mayo de 1933, distribuido y editado por el Movimiento Nacional-Sindicalista, sus bases eran: a) la familia; b) la tradición; c) el municipio; d) el sindicato; e) la corporación; f) la nación. Coincidía con la definición del movimiento que había aparecido en el periódico 0 Nacional-Sindicalista de Faro donde se definía al Nacional-Sindicalismo como «familiar, municipalista, regionalista, sindicalista, corporativista, representativo, autoritario, nacionalista y revolucionario»
    En diciembre de 1932 el teniente de Ingenieros y estrecho colaborador de Rolão Preto, A. Neves da Costa, publicaba un libro que, bajo el epígrafe Nacional-Sindicalismo, llevaba por título Para além da ditadura, en donde se hacía una reflexión, un ensayo, un desarrollo y un programa de lo que era el Nacional-Sindicalismo, sintetizado en una serie de afirmaciones: «Afirmamos que la revitalización de la familia ha de detener la decadencia moral, conservando los hogares. Afirmarnos que el restablecimiento para todos de la representación de los intereses generales ha de detener la decadencia política. Afirmamos que el liberalismo, también conocido como capitalismo, es contrario a la naturaleza y nocivo tanto a la producción como al trabajador. Afirmamos que el capitalismo, base de todo el sistema social moderno, es un sistema de torpe especulación que sólo tiene por fin aumentar el rendimiento del capital en detrimento del precio de costo, de la mano de obra y de la calidad y cantidad del producto terminado»
    En España, el pensamiento nacional-sindicalista portugués fue divulgado por la revista Acción Española que dirigía Ramiro de Maeztu, en cuyo número 45 se insertaban los doce Principios de
    la Producción, que eran la norma básica del movimiento.
    El nacimiento y despegue del Nacional-Sindicalismo en Portugal fue meteórico. Iniciada su andadura con el periódico Revoluçao, en febrero de 1932, pronto comienza la afiliación y militancia, los adheridos y simpatizantes se cuentan por miles y se inician los actos públicos y multitudinarios, tanto en el territorio peninsular, corno en las islas. Antes de concluir el año 32 ya contaban con otro importante órgano, el semanario 0 Nacional Sindicalista en el Algarbe, cuya redacción estaba en Faro y que dio comienzo a su actividad el 18 de diciembre bajo la dirección de Rodrigo de Sousa Pinto. Pronto, en Lisboa, surgió un nuevo semanario,
    la Revolução dos trabalhadores, dirigido por Antonio Tinoco, que salía los sábados como suplemento del periódico Revoluçào, a partir de enero de 1933, cuando el movimiento ya contaba con varios diarios y alcanzaba la cifra estimada de 50.000 afiliados.
    Los actos públicos fueron resonantes. Podríamos destacar los banquetes que se celebraron en Lisboa. El primero en el Parque de Eduardo VII, el 18 de febrero de 1933, que reunió a más de 750 comensales, muchos de los cuales ya vestían la camisa azul adoptada por el nacional-sindicalismo portugués y donde se saludó a la manera romana cuando hicieron su entrada los miembros de la presidencia del acto, y en especial Rolão Preto que pronunciaría un vibrante discurso en el que destacaba que «nosotros representamos la revolución permanente, la revolución que no se detiene, que ha de transformar totalmente esta Patria gloriosa».
    El segundo gran comicio del Movimiento fue el magno banquete que tuvo lugar en el Palacio de Cristal de Oporto el 7 de mayo, tras la revista de un desfile al que asistieron más de 6.200 simpatizantes. El 28 de mayo, con ocasión del VII aniversario del levantamiento militar, los nacional-sindicalistas lo conmemoraron con un desfile de más de tres mil adeptos por las calles de Braga. La jornada se cerraba con algunos incidentes al regreso de los participantes en el desfile a su paso por la localidad de Ermezinde, donde fueron atacados -se dijo que por instigadores del propio Gobierno- y, al repeler la agresión, se produjo un tiroteo en el que se quiso implicar a Rolão Preto, que no participó en absoluto en los incidentes, pues después de los actos del 28 de mayo en Braga se trasladó a Vila do Conde con el secretario general Alberto Monsaraz, estando al día siguiente en Viana do Castelo, donde tuvo conocimiento de lo sucedido, lo que motivó que se trasladara de inmediato a Oporto para visitar a los heridos. La campaña calumniosa contra los nacional-sindicalistas se había desatado.
    El 5 de julio Rolão Preto era recibido en el Palacio de Belem por el presidente de
    la República, general Carmona, que le dio garantías de que dentro del espíritu del 28 de mayo cabían todos los nacionalistas. El 16 de aquel mismo mes pronunciaba el jefe del Nacional-Sindicalismo el que fuera su último discurso público como dirigente máximo del movimiento, y lo hizo en el teatro San Carlos donde asistía a una conferencia del capitán Correia Campos, pero, al detectar los asistentes la presencia en un palco del jefe nacionalista le vitorearon y se vio obligado a pronunciar una alocución en la que, entre otras cosas, dijo que pesaban «sobre las viejas teorías financieras, los absurdos conceptos económicos, en nombre de los cuales el hombre es esclavo de la plutocracia, de la usura y del Estado». Afirmó que la economía moderna debería basarse sobre la justicia, para terminar que «nosotros queremos al individuo encuadrado en la familia, en el sindicato e integrado en la nación, pues cada uno de esos marcos es un círculo de libertad que protege al hombre contra la voluntad arbitraria de los tiranos»
    El gobierno portugués veía con recelo esas muestras de entusiasmo, esa oleada de camisas azules cuya cresta no se divisaba y que parecía crecer con los vientos a su favor. El gobierno empezó a ser hostil al movimiento, si no de forma frontal, sí con subterfugios. El periódico Revolução publicaba su última edición el 23 de septiembre de 1933 tras 418 números. Antes, ya había dejado de existir el semanario 0 Nacional Sindicalista en junio de aquel mismo año, mes en el que se cancelaba también el semanario Revolução dos trabalhadores.
    A partir de julio del treinta y tres quedó prohibida toda la propaganda y todos los actos del partido, lo que motivó que en noviembre se convocara un congreso del partido del que salieron tres posiciones o tendencias divergentes: 1) Los revolucionarios nacional-sindicalistas, con Rolão Preto y Alberto Monsaraz al frente de los camisas azules, que abogan por la independencia ante el poder. 2) Los filo-salazaristas, cuyos miembros más destacados eran Dutra Faria, Ramiro Valadão, Cabral, y Pires de Lima que se pronunciaron por la obediencia al gobierno de Salazar. 3) El abandono de algunos de los cuadros de toda militancia política, como fue el caso del doctor L. Cabral de Moncada.
    Con subvenciones indirectas y medios económicos los nacional-socialistas disidentes, los que seguían la línea del acatamiento político al gobierno de Salazar, lanzaban en marzo de 1934 un periódico con el nombre A Revolução Nacional, que dirigiría el periodista Manuel Múrias y que se publicaría hasta agosto de aquel mismo año.
    En junio, Rolão Preto envió al jefe del Estado una representación que le expuso la situación del país y las reivindicaciones nacional-sindicalistas. Entre otras, su derecho, según
    la Constitución, de su libre organización sin injerencias. Rolão Preto fue hecho preso y desterrado, el 14 de julio, por la frontera hispano-portuguesa de Alcántara. Inmediatamente después, el 29 de julio, apareció una nota suscrita por Oliveira Salazar y dirigida «a los nacional-sindicalistas» invitándoles a incorporarse al Partido Unión Nacional, bajo pena de que el gobierno podría considerar al movimiento nacional-sindicalista corno perturbador y desafecto al Estado Nuevo. Rolão Preto permaneció exiliado en España hasta que en febrero del año siguiente regresó a Portugal, reiniciando su actividad política con un discurso a los intelectuales nacionalistas que le brindaron un homenaje, con una intervención pública en Oporto en abril y con continuos desplazamientos por todo el país para tratar de recomponer el Movimiento, hasta que, finalmente, el 10 de septiembre de 1935, se le conmina irrevocablemente al exilio por implicarle en la intentona insurreccional del comandante monárquico Méndez Norton. La nota del gobierno, una vez neutralizada la rebelión, aludía a los nacional-sindicalistas corno los instigadores de la revuelta, acusación que rechazaba de plano Preto, quien manifestaba posteriormente que «el movimiento Nacional-Sindicalista no tiene entre sus métodos la intención de revolución armada en las calles, pues desde siempre proclamó, por el contrario, su deseo de conquista del pueblo por la persuasión, por el calor de la mística, por el amor» El Movimiento Nacional-Sindicalista portugués se sentía predecesor del movimiento hermano Falange Española, por su precedencia en el tiempo, por la exposición de la doctrina y por la adopción de sus principales distintivos de identificación. En febrero de 1932 surgieron las camisas azules en Portugal y hasta el otoño de 1933 no tuvo lugar el discurso fundacional de la Falange Española en el teatro de la Comedia de Madrid, y, no fue hasta un año más tarde, cuando se adoptó la camisa azul como uniforme. Rolão Preto consideraba a Falange un movimiento congénere, incluso, en noviembre de 1934, cuando se estaban redactando los 27 puntos de la norma programática de la Falange Española, Roláo Preto intervino en la redacción de los Puntos dando su opinión de abundamiento en los aspectos sociales y así se lo hizo saber a José Antonio Primo de Rivera en su despacho, donde le visitó cuando ultimaba el texto definitivo del borrador de la regla fundamental de la Falange durante la guerra española, Rolão Preto visitó los frentes y manifestaba que si «la Falange consigue vencer todos los embates de todos los sectores reaccionarios, tendrá que realizar la gran obra de la Revolución Nacional-Sindicalista conciliando la libertad con la autoridad, con la conquista del pan y de la justicia. Confiamos en el valor de nuestros camaradas y vemos en la Falange una gran esperanza de realizaciones revolucionarias. Para Portugal, con rostro humano distinto - se refería a Salazar - y alianza tradicional propia, realizaría en su territorio la obra de distribución de pan y justicia que la Falange, nuestra hija espiritual, ya emprendió más allá de la frontera»
    Escribió un libro titulado Revolução Espanhola (hombres, hechos, ideas) que dedica a las fuerzas armadas y «a mis compañeros de peregrinación por tierras del otro lado de la frontera, españoles y portugueses. A los nuestros que, en España, luchan por su sueño...» Durante su visita a los frentes en 1937, pronuncia una alocución en Radio Sevilla el 29 de marzo. Comenzaba su arenga con estas palabras: «España del Cid, y más que del Cid, España de los héroes del Alcázar de Toledo. Gloria a tu nombre eterno de nación una, grande y libre».
    De José Antonio, quien le dedicara una foto el 26 de noviembre de 1934, con quien converso mucho y trabajó bastante, decía que llevaba su batalla política como un apostolado y que «amaba las ideas en el verdadero sentido de la palabra amor, esto es, entregándose totalmente. Era un creyente, antes de ser un soldado. Era una personalidad. Un hidalgo. Un grande de España».
    Bajo el epígrafe «El Movimiento Nacional-Sindicalista Portugués» se publicaron en la revista Acción Española, una serie de artículos que aparecieron en los números 39, 45, 46, 47, 49 y 50 entre el 16 de octubre de 1933 y el 1 de abril de 1934. En la introducción del primer artículo se decía: «Rolão Preto, el magnifico discípulo de Antonio Sardinha, el que con el conde de Monsaraz fue fundador del poderoso movimiento Nacional-Sindicalista portugués, del que no han faltado noticias a nuestros lectores; el director del batallador órgano del Partido “Revolução”; el autor del excelente libro Para além do comunismo, viene a honrar las páginas de Acción Española con un estudio lleno de palpitante interés cuya publicación comenzamos hoy»
    La aparición de la primera entrega dio origen a una curiosa polémica con el semanario Libertad, de Valladolid, que dirigía Onésimo Redondo, que en su número 64, de 20 de noviembre de 1933, publicaba de su puño y letra un comunicado en el que se decía «En Acción Española colabora un separatista» bajo el argomento que los camisas azules portugueses pretendían anexionarse Galicia, presunción derivada de la frase pronunciada por Rolão Preto durante una intervención en Oporto que se había dirigido a los gallegos como «portugueses d’alem Minho». Decía Onésimo Redondo: «Bien está la hidalguía española que perdona fácilmente y a veces favorece a los que nos abofetean... llegar a ponerles tribuna, mientras en sus discursos y periódicos se atreven con la sagrada integridad de
    la Patria nos parece excesivo en un órgano nacionalista y españolista como Acción Española. Ahora se ha llevado al colmo esa inconsciencia, o lo que sea, dando las primeras páginas de esa revista al jefe de los nazis portugueses, que en Oporto, llegó a llamar a los gallegos «Portugueses d’alem Minho». Por la estimación que a todos los que militamos en la juventud nacional nos merece Acción Española y porque precisamente en ella bebemos muchas de nuestras inspiraciones doctrinales, nos atrevemos a esperar que se oiga en aquella nuestra protesta»
    La respuesta no se hizo esperar. En el número 45 de Acción Española y como nota a pie de página se publicaba lo siguiente: «El combativo y querido colega de Valladolid Libertad publicó la noticia alarmante de que en Acción Española colaboraba un separatista, refiriéndose al ilustre jefe de los nazis portugueses... Informado el ilustre escritor del suelto de referencia, nos envía para su publicación las siguientes líneas aclaratorias, que nosotros no necesitábamos, pero que tranquilizarán, debidamente, a nuestro colega Libertad: En extracto venía a decir que Libertad confundía anexión con separatismo y que el Movimiento Nacional-Sindicalista portugués no era ni patriotero ni anexionista, sino un «movimiento economico y social exclusivamente», terminando: «consideramos a España corno nuestra hermana latina más próxima, no sólo por su posición geografica, sino por afinidades de espíritu. Esta proximidad, bien real para nosotros, se acentúa más todavía cuando la contemplamos a través del paisaje material y espírítual de Galicia. Y por ello, cuando llamamos a los gallegos «portugueses del otro lado del Miño» no tenemos en la mente otro deseo que el de proclamar una fórmula de amistad. Libertad tenía la obligación de saber que nadie como nosotros, los discípulos de Antonio Sardinha, podemos entender junto a un Portugal eterno, la eternidad de España»
    La rectificación por parte de Libertad no se hizo esperar y con el rótulo «Respuesta obligada: El Nacional-Sindicalismo Portugués», Onésimo Redondo describía el placer que le había producido leer la carta de Rolão Preto aclaratoria, por lo que renunciaba con propia satisfacción a insistir en el apelativo de separatista - lógicamente correlativo, pero no contradictorio de anexionista - y aceptaba, en lo que valía, la hidalga rectificación del relevante político portugués. Hacía alusión a Sardínha y su libro Alianza Peninsular y terminaba que «si este conato de polémica, sirviera de algún modo para extender entre los seguidores de Rolão Preto una confianza sardinhista en el porvenir armónico de ambas Patrias, daríamos por bien empleada nuestra modesta intervención en temas de tanta trascendencia».
    Los trabajos que en seis números, como ya hemos dejado apuntado, publicó Acción Española eran un comentario y un desarrollo a los doce Principios de
    la Producción, eje integrador de toda la teoría básica del Nacional Sindicalismo portugués. El programa de esos doce puntos había ya sido publicado en un libro que se editó en 1920, en Lisboa, con el nombre de A Monarquía e a Restauração da inteligéncía y lo que hizo Rolão fue una explicación y un análisis de aquellos puntos, una puesta al día y una justificación.
    La conclusión de su serie de artículos era que «estamos ante una hora europea revolucionaria y nacionalista. La revolución, como las bayonetas, no consiente que se le sienten encima. Salazar tiene que obrar revolucionariamente para realizar su obra. Sólo para eso cuenta de veras con nosotros. Los nacional-sindicalistas son las milicias organizadas y ardientes de
    la Revolución Nacional de los trabajadores»
    Rolão había conocido durante sus reiterados exilios políticos en España -en 1934, en 1935 y durante su visita a los frentes en 1937- a los principales líderes políticos como José Antonio Primo de Rivera, al que ya hemos hecho referencia, Ramiro de Maeztu, Víctor Pradera o José María Gil Robles - a quien, por cierto, no le unía ninguna simpatía - Ernesto Giménez Caballero y otros.
    La historia del Nacional-Sindicalismo portugués, para los españoles, no es que sea una página olvidada, ha sido, hasta ahora, una página ignorada, a pesar de las analogías y puntos de convergencia con el ideario de idéntica denominación en España.

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