Sidney Silveira


A SEMANA DA PÁSCOA é o interlúdio espiritual entre a rememoração de que neste mundo as vitórias, mesmo as legitimamente conquistadas, são efêmeras (Domingo de Ramos) e a contemplação do estandarte triunfante da Cruz (Domingo da Paixão).


Em breves termos: o Domingo de Ramos é a expressão litúrgica da consciência de que as glórias outorgadas pela instabilidade do coração humano são como vento, vêm e vão; o Domingo da Paixão, por sua vez, expressa a estabilidade do verdadeiro amor, excruciante porque pressupõe entrega total, inabalável perante a dor e as traições humanas.


Trata-se de uma passagem mística de ciclo: da via iluminativa à via unitiva; das verdades assimiladas às verdades praticadas; da luz recebida à luz que se dá.


Áspero mistério do amor que se afirma como única realidade necessária a uma vida verdadeiramente humana — pois sem amor o homem é incapaz de triunfar sobre as suas próprias debilidades.


Desejo, pois, aos amigos católicos uma Semana Santa de muita paz.

Contra Impugnantes