Mais um 7 de Setembro a Lamentar.





Frederico de Castro

Que dizer desta data de 07 de setembro que faz tremular nas ruas do país um pavilhão verde e amarelo adotado como cores representativas da Pátria em uma vã tentativa de esboçar um patriotismo que não se espalha todos os dias como o são as cores que já nem tanto enfeitam as ruas como antigamente?
Que dizer desta data na qual um liberal e libertino nascido príncipe e adornado pelas cores de um oriente oculto e semeador de discórdias resolve-se libertador e se transforma em vez disso separador e usurpador?
Que dizer desta data na qual o destino e a vocação de uma herança são desperdiçados e lançados aos abutres da hipocrisia e da politicagem? Que dizer desse gesto que lança a semente de afastamento da multidão dos homens de seu fim? Que transforma uma Vera e Santa Cruz em um sanguíneo braseiro; em brasas em Brasil? Que transforma um remédio de multidões em comércio de ladrões?!
Que dizer, que fazer...?
Balançar bandeirolas e aplaudir obuses ao som cadenciado da marcha de pobres soldados que amam o que não sabem ou sabem o que não amam?
Definitivamente, não!
Se a herança moral e espiritual que recebemos ainda é capaz de causar rubor em nossas faces outra coisa faremos, ainda que seja somente manter um silêncio... e pode ser que seja fúnebre.

SEMINÁRIO PERMANENTE DE ESTUDOS SOCIOPOLÍTICOS SANTO TOMÁS DE AQUINO - SPES