Nossa Senhora a Antiga vergou o invasor maometano




A imagem remonta aos primeiros tempos do Cristianismo, anterior aos reinos góticos, motivo pelo qual recebeu o nome de "a Antiga".

Pintada em um muro da catedral, foi muito venerada em toda a península até a Espanha ser invadida pelos muçulmanos.

Muza se apoderou de Sevilha, e Abdelasis, seu filho, fez passar a fio de espada grande parte da população.

A catedral foi convertida em mesquita maior, foram destruídos os objetos de culto e se empenharam em fazer desaparecer a imagem de Nossa Senhora a Antiga.

Rasparam-na duas, três e muitas vezes mais, porém logo que concluíam sua obra sacrílega a imagem voltava a aparecer, mais bela e resplandecente ainda.

Avisado, Abdelasis foi ver o que acontecia. Logo que se apresentou diante da milagrosa imagem, uma força extraordinária o obrigou a ajoelhar-se, bem como a todo o seu séquito.

Isto se repetiu cada vez que os muçulmanos insistiam em seu iníquo propósito.

São Fernando rei de Castela, Alcácer de Córdoba
Para fazê-la desaparecer, resolveram então cobri-la com uma parede maciça de pedra. Mas muitos fiéis continuaram a ver a imagem, como se a parede fosse de cristal.

A lembrança de Nossa Senhora a Antiga perdurou indelével nos corações dos católicos, em meio à terrível opressão em que estavam.

No reinado de Fernando III, que deu novo e vitorioso impulso à Reconquista, o paredão que Abdelasis havia mandado erguer começou a emitir raios de resplendor, o que os mouros tomaram como presságio de sua ruína.

Não conseguiram encobrir esse novo milagre, e além disso começou a repetir-se o prodígio de obrigar a ajoelhar-se todo infiel que se atrevesse a olhá-la.

Em agosto de 1247, o Rei São Fernando iniciou o sítio de Sevilha.

Conhecendo a história dessa gloriosa imagem da Virgem, tinha vivo desejo de venerá-la, o que lhe foi concedido já antes de completar a Reconquista.

Uma noite, foi guiado por um anjo, em meio à cidade ainda ocupada pelos mouros, até o lugar da mesquita onde Ela estava murada.

Rezou ali, e é de supor que com fervor lhe tenha pedido auxílio para libertar com a maior presteza a imagem e a cidade da tirania muçulmana.

Depois voltou à tenda do seu acampamento, onde sua ausência já deixara a todos aflitos.

Contou-lhes o Rei que estivera visitando Nossa Senhora a Antiga, "a cujo poder deveremos o próximo repouso dentro da cidade".

Quatro dias depois, a 24 de novembro de 1248, o emir Abu-Asan entregava ao Rei santo as chaves da cidade rendida.

A Nossa Senhora a Antiga foi muito difundida também na América desde o início da Conquista, pelo estrito vínculo que teve Sevilha com tudo que se relaciona com a América, sendo especialmente venerada em São Domingos, no Panamá (a primeira missa que se celebrou ali, em 1513, foi em sua honra), em Quito, Lima e Cuzco, entre muitos outros lugares.


(Fonte: Conde de Frabaguer, "Imágenes de la Virgen Aparecidas en España" - Juan J. Martínez Editor, Madrid, 1861; J. M. Matovelle, "Obras completas", Ecuador, 1981, pp. 394-397)



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