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Tema: Grandes Hispanos: Campeões da Concórdia Peninsular

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    Grandes Hispanos: Campeões da Concórdia Peninsular

    Resolvi lançar este tema, para que a memória e o testemunho de vida dos personagens nele retratados e comentados provem, a todos quantos se lembrem de dizer " de Espanha nem bom vento, nem bom casamento" ou "de Portugal sólo nos puede venir mal", que essas são frases mentirosas e depropositadas e desligadas da realidade.

    Cabem neste tema as histórias e opiniões de originários das terras que formam o Reino de Espanha e que sejam amados, admirados e estimadamente recordados em Portugal e vice-versa.

    Começo pela minha preferida:

    Rainha Santa Isabel de Aragão e Portugal

    (Da Wikipédia a Enciclopédia Livre)

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    Origens

    Isabel era filha do rei Pedro III de Aragão com Constança da Sicília. Por via materna, era descendente do Sacro Imperador Romano-Germânico Frederico II da Germânia, pois o seu avô materno era Manfredo de Hohhenstauffen, rei da Sicília, filho de Frederico II.
    Teve cinco irmãos, entre os quais os reis aragoneses Afonso III e Jaime II, para além de outro monarca reinante, Frederico II da Sicília. Para além disso, uma sua tia materna foi Santa Isabel da Hungria, também considerada santa pela Igreja Católica.

    Casamento

    A 11 de Fevereiro de 1288, Isabel casou-se por procuração com o soberano português D. Dinis em Barcelona, tendo celebrado a boda ao passar a fronteira da Beira, em Trancoso, em 26 de Junho do mesmo ano. Por esse motivo, o rei acrescentou essa vila ao dote que habitualmente era entregue às rainhas (a chamada Casa das Rainhas, conjunto de senhorios a partir dos quais as consortes dos reis portugueses colhiam as prebendas destinadas à manutenção da sua pessoa.
    Em 1281 D. Isabel de Aragão recebeu como dote as vilas de Abrantes, Óbidos, Alenquer, e Porto de Mós. Posteriormente deteve ainda os castelos de Vila Viçosa, Monforte, Sintra, Ourém, Feira, Gaia, Lamoso, Nóbrega, Santo Estêvão de Chaves, Monforte do Rio Livre, Portel e Montalegre, para além de rendas em numerário e das vilas de Leiria e Arruda (1300), Torres Novas (1304) e Atouguia (1307). Eram ainda seus os reguengos de Gondomar, Rebordões, Codões, para além de uma quinta em Torres Vedras e da lezíria da Atalaia.
    Segundo uma história apócrifa, D. Dinis não lhe teria sido inteiramente devotado e visitaria damas nobres na região de Odivelas. Ao saber do sucedido, a rainha ter-lhe-á apenas respondido: Ide vê-las, Senhor. Com os tempos, de acordo com a tradição popular, uma corruptela de ide vê-las teria originado o moderno topónimo Odivelas. Contudo, esta interpretação não é sustentada pelos linguistas.
    Do seu casamento com o rei D. Dinis teve dois filhos:

    Rainha da paz

    Na década de 1320, o infante D. Afonso, herdeiro do trono, sentiu a sua posição ameaçada pelo favor que o rei D. Dinis demonstrava para com um seu filho bastardo, Afonso Sanches. o futuro D. Afonso IV declarou abertamente a intenção de batalhar contra o seu pai, o que quase se concretizaria na chamada peleja de Alvalade. No entanto, a intervenção da rainha conseguiu serenar os ânimos – pela paz assinada em 1325 nessa mesma povoação dos arredores de Lisboa, foi evitado um conflito armado que teria desestabilizado o reino.
    D. Dinis morreu em 1325 e, pouco depois da sua morte, Isabel recolheu-se no então Convento de Santa Clara-a-Velha em Coimbra, vestindo o hábito da Ordem das Clarissas mas não fazendo votos (o que lhe permitia manter a sua fortuna usada para a caridade). Só voltaria a sair dele uma vez, pouco antes da morte, em 1336.
    Nessa altura, Afonso declarou guerra ao seu sobrinho, o rei D. Afonso XI de Castela, filho da infanta Constança de Portugal e portanto neto materno de Isabel, pelos maus tratos que este infligia à sua esposa D. Maria, filha do rei português. Não obstante a sua idade avançada e a sua doença, a rainha Santa Isabel dirigiu-se a Estremoz, onde mais uma vez se colocou entre dois exércitos desavindos e evitou a guerra. No entanto, a paz chegaria somente quatro anos mais tarde, com a intervenção da própria Maria de Portugal, por um tratado assinado em Sevilha em 1339.

    Falecimento e legado

    Isabel faleceu em Estremoz, a 4 de Julho de 1336, tendo deixado expresso em seu testamento o desejo de ser sepultada no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, onde em 1995 foi iniciada uma escavação arqueológica, após ter estado por 400 anos parcialmente submerso pelo rio Mondego.
    Segundo uma história hagiográfica, sendo a viagem demorada, havia o receio de o cadáver entrar em decomposição acelerada pelo calor que se fazia, e conta-se que a meio da viagem debaixo de um calor abrasador o ataúde começou a abrir fendas, pelas quais elas escorria um líquido, que todos supuseram provir da decomposição cadavérica. Qual não foi, porém a surpresa quando notaram que em vez do mau cheiro esperado, saía um aroma suavíssimo do ataúde. O seu esposo D. Dinis repousa no Convento de São Dinis em Odivelas.
    Isabel terá sido uma rainha muito piedosa, passando grande parte do seu tempo em oração e ajuda aos pobres. Por isso mesmo, ainda em vida começou a gozar da reputação de santa, tendo esta fama aumentado após a sua morte. Foi beatificada pelo Papa Leão X em 1516, vindo a ser canonizada, por especial pedido da dinastia filipina, que colocou grande empenho na sua santificação, pelo Papa Urbano VIII em 1625. É reverenciada a 4 de Julho, data do seu falecimento.
    Com a invasão progressiva do convento de Santa Clara-a-Velha de Coimbra pelas águas do rio Mondego, houve necessidade de construir o novo convento de Santa-Clara-a-Nova no século XVII, para onde se procedeu à transladação do corpo da Rainha Santa. O seu corpo encontra-se incorrupto no túmulo de prata e cristal, mandado fazer depois da trasladação para Santa Clara-a-Nova.
    No século XVII, a rainha D. Luísa de Gusmão, regente em nome de seu filho D. Afonso VI, transformou em capela o quarto em que a Rainha Santa Isabel havia falecido no castelo de Estremoz.
    Actualmente, inúmeras escolas e igrejas ostentam o seu nome em sua homenagem. É ainda padroeira da cidade de Coimbra, cujo feriado municipal coincide com o dia da sua memória (4 de Julho). Alfredo Marceneiro dedicou-lhe o fado Rainha Santa, com letra de Henrique Rego.

    A lenda do milagre das Rosas

    A história mais popular da Rainha Santa Isabel é sem dúvida a do milagre das rosas. No entanto, este milagre foi originalmente atribuído à sua tia-avó Santa Isabel da Hungria. Provavelmente por corrupção da lenda original, e pelo facto de as duas rainhas possuírem o mesmo nome e fama de santas, a história passou também a ser atribuída a Isabel de Aragão.
    Segundo a lenda portuguesa, a rainha saíu do Castelo do Sabugal numa manhã de Inverno para distribuir pães aos mais desfavorecidos. Surpreendida pelo soberano, que lhe inquiriu onde ia e o que levava no regaço, a rainha teria exclamado: São rosas, Senhor!. Desconfiado, D. Dinis inquirido: Rosas, no Inverno?. D. Isabel expôs então o conteúdo do regaço do seu vestido e nele haviam rosas, ao invés dos pães que ocultara.
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    Re: Grandes Hispanos: Campeões da Concórdia Peninsular

    San Fructuoso de Braga

    (de la Wikipedia la Enciclopedia Libre)

    Biografía

    Fructuoso fue huérfano en la adolescencia, decidió abandonar los atractivos de la corte y retirarse a la vida solitaria. Su familia poseía algunas propiedades en El Bierzo, y allí decidió retirarse, a imitación de los ermitaños orientales. Pero antes fue al lado del sabio obispo de Palencia, Conancio, junto al cual aprendió Sagradas Escrituras y música, viviendo algún tiempo en la escuela episcopal de la ciudad. Después entregó sus bienes a los pobres, dio libertad a sus esclavos y marchó al Bierzo. Allí, en el valle de Compludo, lugar agreste y de difícil acceso, se entregó a la vida cenobítica, viviendo en una cueva, haciendo duras penitencias y alimentándose frugalmente. Pronto la fama de su vida se extendió por la región y fuera de ella. Muchos hombres y mujeres llegaron también a El Bierzo, que se pobló de cenobitas y penitentes, hasta el punto de que sería la región conocida por el nombre de «la Tebaida española». Fue tal la legión de solitarios que pobló aquellas montañas, que Fructuoso se vio obligado a fundar el primero de sus monasterios: el de Compludo, para el que redactó su primera regla monástica. De todas partes llegaron monjes, jóvenes y viejos, nobles y esclavos, jefes militares y soldados, que rapaban su cabeza y se vestían de saco para hacer penitencia. Así el monasterio tomó la forma de aldea, donde vivían, asimismo separados, las esposas y los hijos de los monjes. Las esposas, entregadas también a la más áspera vida monástica, y los niños aprendiendo en la escuela monacal su futura vida religiosa. Desde que entraban en Compludo debían olvidar sus antiguas relaciones familiares y aislarse en la oración y la penitencia.
    Una vez organizado el monasterio de Compludo, al que los grandes señores ofrecían constantemente donaciones, el Santo decidió regresar a la vida cenobítica y solitaria, y así buscó un nuevo lugar, aún más agreste e inaccesible en una cueva del monte Guiana en el valle del Oza; hoy es el monasterio de San Pedro de Montes y hasta hace un siglo han vivido en él monjes herederos de la fundación fructuosiana. Hasta el nuevo retiro le siguieron admiradores y discípulos y le obligaron al poco tiempo a levantar un nuevo monasterio: el llamado Rupianense. Hasta que un día, desde Compludo, los monjes de la primera fundación fueron a por el Santo y le hicieron regresar. Volvió a escaparse Fructuoso, y los hechos se repitieron, esta vez en la sierra de Aguiar, donde fundó el tercer monasterio de El Bierzo: San Félix de Visonia.

    Fundaciones de El Bierzo

    A partir de este momento, sale de El Bierzo y comienza una serie de fundaciones por todo el occidente peninsular; siempre en lugares escondidos de las montañas e incluso en alguna isla de las rías gallegas o hasta en la isla de León, junto a Cádiz en donde funda dos monasterios más. El total de fundaciones, desde Galicia a la Bética, y por toda Lusitania, puede estimarse alrededor de veinte. Después de su amplia etapa fundacional, abrazó la idea de peregrinar a Jerusalén; el rey Recesvinto se lo impidió apresándolo y encerrándole en Toledo, para sacarle de la cárcel con el nombramiento de abad-obispo de Dumio, en virtud de lo cual hubo de asistir al Concilio X de Toledo. En el Concilio la voz de Fructuoso debió ser importante, pues de los siete cánones aprobados, cuatro se refieren a la vida de perfección, y los dos decretos publicados como apéndices, plantean problemas que se dejan «a la discreción de nuestro venerable hermano Fructuoso, obispo», según figura textualmente en las actas conciliares. En el mismo Concilio, fue elegido por unanimidad Arzobispo de Braga y Metropolitano de Galicia, ante la renuncia del titular, Potamio, que confesó haber quebrantado el celibato en un escrito que envió espontáneamente a los padres conciliares, declarando querer retirarse a hacer penitencia.
    De su actuación como Obispo se conoce poco, sin embargo, a instancias suyas se construye una iglesia dedicada a San Salvador, que hoy es San Fructuoso de Montelios, una de las más originales y discutidas reliquias de la arquitectura visigoda, junto a la cual fue enterrado. Sus milagros parecen repetidos en las florecillas de San Francisco de Asís; no son espectaculares ni grandiosos y en ellos vemos su amor y frecuente contacto con la naturaleza. San Valerio nos los narra con singular sencillez. Muchos de ellos se refieren a la salvación de los códices de la biblioteca que el Santo llevaba siempre consigo en sus fundaciones a pique de perderse al atravesar los ríos en su peregrinar constante. De su regla monástica es de destacar la dureza en la mortificación, las horas dedicadas al rezo durante la noche y el día, los castigos terribles a los que cometen faltas a la regla, la frugalidad en la comida, el trabajo constante en el campo o en la biblioteca monacal y la obediencia al Abad, así como el voto de fidelidad que recuerda la costumbre visigoda.


    Muerte

    Al morir Fructuoso el arzobispo de Compostela Diego Gelmírez, en el año 1102, sacó el cuerpo venerado del Santo de la ciudad de Braga, por la noche, ocultamente, y huyó con él hacia Santiago donde fue enterrado solemnemente en la cripta de la catedral. La iglesia compostelana celebra la solemnidad litúrgica de la traslación el día 16 de diciembre. Hoy se venera en la Capilla de las Reliquias de la misma catedral.
    La importancia de Fructuoso para comprender la espiritualidad de la España visigoda es fundamental. Padre del monacato español, viajero infatigable, fundador de multitud de monasterios, sus dos Reglas de vida monástica, la Regula Monachorum y la Regula Monastica Communis, pueden considerarse como las más típicamente hispánicas del monacato peninsular. Después de él, aun en los propios centros fructuosianos triunfaron otras reglas europeas, particularmente la benedictina; sin embargo, muchos de los monasterios por él fundados han pervivido hasta época reciente. Fructuoso, conocedor del monacato oriental, de las reglas europeas, y de las normas isidorianas, las refundió todas dotándolas de una originalidad tal que, frente al latente latinismo de la Regla de San Isidoro, podemos considerarlas reflejo de un carácter español que se ha identificado con el espíritu bárbaro de los visigodos.
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    Re: Grandes Hispanos: Campeões da Concórdia Peninsular

    San Francisco Javier

    (de Wikipedia, la Enciclopedia Libre)

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    Circunstancias históricas de su nacimiento

    Francisco de Javier nació en 1506, seis años después, en 1512 se produce la conquista de Navarra por las tropas castellano-aragonesas al mando del Fadrique Álvarez de Toledo, Duque de Alba, por orden de Fernando el Católico con el apoyo de los beaumonteses navarros. Estos se habían enfrentado en un largo conflicto civil a los Agramonteses. Tras la invasión se produjeron varias contraofensivas navarras, pero finalmente se consumaría la anexión por parte de Castilla de la Alta Navarra, dando lugar a lo que luego conformaría España, mientras que la Baja Navarra, al norte de los Pirineos, se mantendría como reino independiente, que con el transcurrir del tiempo pasaría a formar parte de Francia.
    Francisco de Javier procedía de una relevante familia agramontesa. Su padre, Juan de Jaso, era Presidente del Real Consejo de Juan III de Albret, por lo que tras la invasión se exilió con su familia al Bearn, donde moriría poco después. Sus hermanos Miguel y Juan fueron destacados miembros de las tropas de los reyes de Navarra Juan III de Albret y Catalina de Foix, participando en las distintas contraofensivas para recuperar el reino. En la de 1521 se enfrentaron al capitán Ignacio de Loyola, que pertenecía a la guarnición castellana de Pamplona, resultando este último herido en el ataque. Ignacio de Loyola fundará más adelante la Compañía de Jesús, siendo Francisco de Javier su mejor amigo y colaborador de la misma. Posteriormente las tropas castellanas derrotaron en la Batalla de Noáin a las navarro-gasconas, condicionando el futuro del reino de Navarra.
    El Castillo de Javier, como el resto de casi todas las fortalezas de Navarra, fue desmochado y su foso rellenado por orden del Cardenal Cisneros en 1516.

    Biografía

    Francisco de Javier nació en el castillo de Javier ubicado en la localidad de Javier, Navarra, entonces reino independiente y actualmente España, el 7 de abril de 1506 en el seno de una familia noble. Su padre, Juan de Jaso, era Presidente del Real Consejo de Juan III de Albret. Su madre fue María de Azpilicueta y pertenecía a una noble familia de la que formaba parte Martín de Azpilicueta el llamado doctor navarrus. Era el benjamín de cinco hermanos: Magdalena, Ana, Miguel, Juan y él mismo.
    Su niñez estuvo marcada por los hechos históricos que conllevaron a la pérdida de la independencia al reino de Navarra, y su familia estuvo muy involucrada en dichos hechos. Su casa natal fue lugar de encuentro de los partidarios de los Albret y sufrió la revancha de la pérdida. Sus hermanos, miembros del ejército de Juan III, fueron encarcelados por ello. Estas circunstancias pudieron ser la causa de la determinación de Francisco por el estudio religioso. Francisco de Javier realizó sus viajes evangelizadores bajo pabellón portugués.

    Estudios en París

    En 1524 Francisco de Javier tiene tomada la determinación de ir a estudiar a París, a la Sorbona. Antes había cursado estudios en diferentes ciudades navarras, ultimándolos en Pamplona.
    En septiembre de 1525 fue a estudiar a París, donde conoció al que sería su mejor amigo, Íñigo de Loyola, posteriormente San Ignacio de Loyola, quien nunca le dejó solo en los momentos difíciles en París y siempre le ayudó, como, por ejemplo, cuando Javier sufrió problemas económicos.
    Fue allí donde con otros cinco compañeros se constituye lo que sería el embrión de la Compañía de Jesús. El 15 de agosto de 1534, una vez finalizados los estudios, juran votos de caridad y castidad, a la vez que prometen viajar a Tierra Santa, en la iglesia parisina de Montmartre. Francisco se queda en París otros dos años más estudiando Teología, después de participar en los Ejercicios espirituales junto a Ignacio de Loyola.
    En 1537 se reúne con Ignacio de Loyola para viajar a Italia. En Roma visitan al Papa Papa Pablo III para pedirle su bendición antes de emprender el viaje a Tierra Santa, viaje que no se iba a poder realizar por haber entrado en guerra Venecia con Turquía. Llegan a Venecia y es ordenado sacerdote el 24 de junio. Durante su estancia en Venecia, mientras esperaban el barco para ir a Tierra Santa, se dedica junto a sus compañeros a predicar por los alrededores. Ante la tardanza del viaje, vuelven a Roma y se ofrecen al Papa para ser enviados a cualquier otro lado. De allí parte hacia Lisboa en 1540, donde dará comienzo la etapa más importante de su vida: la de misionero. El viaje a Portugal se debió a la solicitud del embajador portugués en Roma, Pedro Mascareñas, que pidió en nombre de Juan II de Portugal a Ignacio de Loyola a algunos hombres suyos para enviarlos a las Indias Orientales. Para ese viaje Francisco fue nombrado por el Papa legado suyo en las tierras del Mar Rojo, del Golfo Pérsico y de Oceanía, a uno y otro lado del Ganges.

    Sus viajes de misiones [editar]


    Mapa del viaje de San Francisco Javier


    El viaje a Lisboa fue por tierra y paró en Azpeitia (Guipúzcoa) para entregar cartas de Ignacio de Loyola a su familia. En Lisboa estuvieron un tiempo, hasta que fue designado Francisco para ser el enviado a las Indias. En ese tiempo no pararon de predicar el evangelio a los pobres de la ciudad.
    El 7 de abril de 1541, día que cumplía 35 años, sale la expedición y llega el 22 de septiembre a Mozambique. Allí se queda hasta febrero del año siguiente. En esa estancia ayuda en el hospital y percibe la realidad del trato que se da a los negros, lo cual le lleva a tener los primeros enfrentamientos.
    Después de efectuar escalas en Melinde y Socotora, llega a Goa (ciudad que luego sería capital de la India Portuguesa) el 6 de mayo de 1542. Prepara un texto divulgativo basado en el catecismo de Juan Barros y comienza a predicar la doctrina católica por la ciudad, a la vez que asiste a moribundos, visita a presos y socorre a pobres.
    Para lograr un acercamiento más intenso se dedica a aprender la lengua del país. Tras rechazar el puesto de director del seminario de San Pablo, se embarca, en octubre de 1542, para las islas de la Pesquería, donde permaneció más de un año.
    Evangeliza a los indios Paravas y recorre las ciudades de Tuticorrín, Trichendur, Manapar y Combuture. Encontró la oposición de los brahmanes, que habitaban las pagodas de la región.
    Aprendió tamil y tradujo a esa lengua parte de los textos cristianos y una plática sobre el cielo y el infierno.
    En noviembre de 1543 se encuentra con sus compañeros Micer Paulo y Mansilla en Goa y se entrevista con el obispo de la ciudad, Juan de Alburquerque, para pedirle misioneros. El obispo destina a 6 sacerdotes para esa labor. Con los nuevos colaboradores se vuelve de nuevo a la Pesquería. En el viaje escribe varias cartas a sus compañeros de Roma, en una de ellas dice:
    muchos cristianos se dejan de hacer en estas partes, por no haber personas que se ocupen en la evangelización. Muchas veces me mueven pensamientos de ir a esas Universidades dando voces como hombre que tiene perdido el juicio, y principalmente a la Universidad de París, diciendo en la Sorbona a los que tienen más letras que voluntad, para disponerse a fructificar con ellas; ¡cuántas almas dejan de ir a la gloria y van al infierno por negligencia de ellos! Es tanta la multitud de los que se convierten a la fe de Cristo en estas partes, en esta tierra donde ando, que muchas veces me parece tener cansados los brazos de bautizar, y no poder hablar de tantas veces de decir Credo y mandamientos en su lengua de ellos y las otras oraciones.
    Establece en las Pesquería un sistema de asignación de territorios a un responsable, el cual debía de mantenerle informado del devenir de la misión. Una vez que ha organizado ese territorio, parte hacia Manapar y el distrito sur. Permanece un mes con los makuas, bautizando a más de 10.000.
    Durante 1544 realiza más de veinte viajes de evangelización. Ante las noticias de la ejecución de cristianos en Ceylan, Francisco vuelve a Goa y habla con el gobernador, para acompañar a las tropas que se iban a enviar para castigar las acciones contra los cristianos que el rey Jafnapatán había hecho. Por diferentes causas dicha acción nunca se llevó a cabo.
    En 1545 parte a las islas Molucas en compañía de Juan Eiro, llegando a Malaca poco después. Durante tres meses Francisco de Javier aprendería un mínimo el idioma y se familiariza con la cultura local; también traduciría, con ayuda de gentes entendidas, la parte básica de los textos de la doctrina católica. Ese mismo año escribe al rey de Portugal sobre las injusticias y vejaciones que les imponen los propios oficiales de Vuestra Majestad.
    Sale hacia las Islas de Amborio y Ternate en enero de 1546, después de preparar las Instrucciones para los catequistas de la Compañía de Jesús. Llega a su destino al cabo de mes y medio. Recorre diferentes islas de la región y en Baranula (Ceran), según cuenta la tradición, un cangrejo le devuelve el crucifijo que había perdido durante una tempestad.

    San Francisco Javier


    En junio llega a Ternate, rico centro comercial de especias y última posesión portuguesa, permaneciendo en ella tres meses. De allí sale a las islas del Moro, donde pasa otros tres meses. De las islas del Moro emprende viaje de vuelta a Cochín, donde llegaría el 13 de enero de 1548.
    Después de realizar labores de reordenación y supervisión de las misiones establecidas en India y Molucas, donde se siente decepcionado con el deterioro sufrido, tal y como demuestra en sus cartas, parte para Japón, junto a sus compañeros Cosme de Torres y Juan Fernández, el domingo de Ramos de 1549, llegando a tierras niponas el 15 de agosto. Desembarcan en Kagoshima, entonces capital del reino Sur del Japón. Permaneció en esta ciudad durante un año y por tierras japonesas durante dos años y tres meses. En colaboración de su compañero Pablo de Santa Fe evangelizó por tierras niponas e hizo traducir la obra Declaración de los artículos de la Fe, que se aprendió de memoria y solía recitar en las esquinas. Para responder a las preguntas que los transeúntes realizaban se valía de un intérprete. Ante el fracaso de la misión, pensó en citarse con el rey de la zona con la esperanza de que si éste se convertía al catolicismo, el pueblo también lo haría. En 1550 se dirige al norte con esta intención. Funda una pequeña colectividad cristiana en Hirado. Llega a Yamaguchi, luego a Sakai y, finalmente a Meaco, donde intenta, sin conseguirlo, ser recibido por el rey.
    Se traslada a Yamaguchi de nuevo y obtiene del príncipe la garantía de respeto a los conversos al cristianismo. Ante esa perspectiva realiza, junto con sus dos compañeros, una intensa labor de predicación que da su fruto en la creación de una pequeña comunidad católica. Muchos de los convertidos son samuráis. La oposición del clero local, los bonzos, fue siempre fuerte.
    En septiembre de 1551 le llama el príncipe de Bungo, que le permite predicar en esa islas. Un mes depués y dejando algunos conversos, Francisco Javier se vuelve a la India alertado por las noticias que le llegan. El viaje de vuelta se realiza en la nao Santa Cruz que capitaneaba Diego de Pereira, quien le da la idea de organizar una embajada a China en nombre del rey de Portugal para entablar negociaciones de paz. Cuando llega a Malaca se entera de que la India ha sido nombrada provincia jesuítica independiente de Portugal y que él es su provincial.
    El 24 de enero de 1552 llega a Cochín y el 18 de febrero a Goa. Después de solucionar algunos problemas de las misiones y preparar el viaje a China, parte rumbo a ese país el 14 de abril. Le acompañan en la aventura el padre Gago, el hermano Álvaro de Ferreira, Antonio de Santa Fe (que era de origen chino) y un criado indio llamado Cristóbal, y se embarcaron en la Santa Cruz capitaneada por Pereida.
    Cuando llegan a Malaca tienen problemas con el Capitán de Mares, Alvaro de Ataide, que retrasa el viaje por dos meses e impide que Pereida siga al mando de la nao. Llegaron a la isla de Sanchón a finales de agosto de 1552. Esta isla era el lugar de encuentro entre los mercaderes chinos y portugueses.
    Permanecen a la espera de la llegada de un barco chino que debe de introducirles, clandestinamente, en el continente. El 3 de diciembre de ese año muere Francisco de Javier cuando contaba 46 años de edad.
    Su cuerpo es conducido a Goa, donde llega en la primavera de 1554, siendo enterrado en esa ciudad
    Última edición por Irmão de Cá; 24/09/2008 a las 21:26
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    Re: Grandes Hispanos: Campeões da Concórdia Peninsular

    Começar este tema por exemplos de santos terá sido irreflectido… pois a associação de pecadores, (mais ou menos, que o somos todos) com santos, será sempre controversa e nem sempre bem compreendida.

    Arriscarei todavia, pois nem só de santos se fez a história da Concórdia Peninsular.

    Por muito que atraia o mal querer de alguns dos meus conterrâneos menos informados, mencionaria agora o caso de um Rei pouco compreendido e erradamente julgado pela história: Filipe II de Espanha – Filipe I de Portugal


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    Será escusado apresentar aqui uma nota biográfica genérica de Filipe II… ater-me-ei à sua relação com Portugal, menos conhecida, e à desmistificação de algumas afirmações correntes e tidas por verdades históricas em Portugal que, provadas falsas, me levam a eleger Filipe II como um campeão da Concórdia Peninsular.

    RELAÇÃO COM PORTUGAL

    (Da Wikipedia a Enclopedia Livre)

    Educado por cortesãos portugueses nos primeiros anos de vida, Filipe teve o português como primeira língua até a morte da mãe e cortava a barba à moda portuguesa. Filipe, em 9 de dezembro de 1580, atravessou a fronteira, entrou em Elvas, onde se demorou dois meses recebendo os cumprimentos dos novos súditos. Dos primeiros que o veio saudar foi o duque de Bragança. A 23 de fevereiro de 1581 Filipe II saiu de Elvas, atravessou triunfante e demoradamente o país, e a 16 de março de 1581 entrou em Tomar, para onde convocara cortes. Distribuiu recompensas, ordenou suplícios e confiscos, e recebeu a noticia de que todas as colónias haviam reconhecido a sua soberania, exceptuando a Ilha Terceira, onde se arvorara a bandeira do prior do Crato, ali jurado rei de Portugal a 16 de abril de 1581. Nas cortes, prometeu respeitar os foros e as isenções e nunca dar para governador ao país senão um português ou um membro da família real. Expediu de Lisboa tropas que subjugaram a ilha Terceira, em que D. António fora auxiliado pela França, e partiu para Espanha depois da vitória naval de Vila Franca, em que o Marquês de Santa Cruz destroçou a esquadra francesa em 26 de Julho de 1582, obtendo a submissão da ilha.”

    Há uma correcção a fazer ao texto da Wikipedia, pois também Macau (além da Ilha Terceira) não hasteou a bandeira Habsburgo. Todavia saltam à vista várias contradições com afirmações correntes pela sociedade, escolas e círculos culturais portugueses. Vejamos:

    1 – “D. Filipe II usurpou o trono português.”

    Falso. Em 1580 havia uma crise dinástica em Portugal. O Cardeal-Rei D. Henrique morrera sem herdeiros (como seria de esperar) e a pretensão de D. Filipe II ao trono português era tão ou até mais válida que outras: D. Filipe II era sobrinho, pelo lado materno, do Cardeal-Rei. Citarei o excelente estudo de Pedro Cardim “Política e Identidades Corporativas no Portugal de Filipe I”, como outras vezes para diante. Diz o autor: “(…)Na verdade e como demonstrou recentemente Mafalda Soares da Cunha, a inexistência de normas de sucessão dificultou bastante a avaliação dos fundamentos legais invocados pelos diversos candidatos. Coexistiam vários regimes sucessórios e havia, para além disso, a possibilidade da Assembleia de Cortes intervir, declarando o trono vago e apresentando-se como a entidade competente para decidir quem tinha direito a ocupá-lo.(..)”.

    Não havia pois, nenhuma pretensão ao trono mais válida que a D. Filipe II: a defesa que fez, pelas armas, dos seus direitos ao trono português, foi a que faria qualquer outro candidato, nascido ou não em Portugal, em semelhante cenário.

    2 – “D. Filipe II conquistou Portugal para a Coroa de Espanha”.

    Falso. Foi o próprio Rei D. Filipe II que se recusou a tratar Portugal como reino conquistado, apesar da divisão das opiniões contemporâneas. Cito novamente o estudo de Pedro Cardim: “(…)O enviado veneziano a Madrid, Matteo Zane escrevia que « Portogallo è regno conquistato et come tale si deve trattare à differentia dell altri che si sono dati volontariamente et à perció si devi guardari li privileggi et li patti accordatti id che non è necessário com questi…». De facto, da parte de alguns portugueses houve alguma resistência armada contra as forças chefiadas pelo Duque de Alba e D. Filipe teve a oportunidade de declarar que Portugal era uma conquista, quer dizer, poderia ter tirado partido dessa situação e alterado os foros do reino, adaptando-os às suas conveniências. Contudo e contra tudo o que seria de prever, D. Filipe decidiu noutro sentido, acedendo a dialogar com os «três estados do reino», numa reunião das Cortes de Portugal.(…)”.

    2 – “D. Filipe II não tinha a estima do povo português quando se tornou rei.”

    Falso. Voltaria ao texto informativo da Wikipedia: “Filipe, em 9 de dezembro de 1580, atravessou a fronteira, entrou em Elvas, onde se demorou dois meses recebendo os cumprimentos dos novos súbditos. Dos primeiros que o veio saudar foi o duque de Bragança. A 23 de fevereiro de 1581 Filipe II saiu de Elvas, atravessou triunfante e demoradamente o país, e a 16 de março de 1581 entrou em Tomar, para onde convocara cortes”. Quatro meses para atravessar 160 km. Quatro meses de banhos de multidão, de sessões de beija-mão e vassalagem (nem sempre desinteressada mas não mais do que noutras ocasiões). Tomaram os políticos mais populistas de hoje em dia granjear tanta estima.

    3 – “D. Filipe II desprezava Portugal.”

    Falso. Começaria por fazer a este título citação de um texto que pode ser encontrado no sítio http://www.agencia.ecclesia.pt: “(…)Quando, mercê das vicissitudes históricas que se sucederam à morte de D. Sebastião, e ao facto de o Cardeal D. Henrique na regência do Reino, não deixar sucessores dinásticos em Portugal, ter sido o rei Filipe II de Espanha, (que foi Filipe I de Portugal) – conforme foi jurado nas Cortes de Tomar em 1581 – logo o soberano chamou a si promover uma compilação de Leis – Ordenações – a partir das quais, entre outras decisões, optou por alvarás de criação de novas Misericórdias, não só em Portugal, mas também em terras de longe, como nas Filipinas e paragens várias do Pacífico. É que, conhecimento que teve da Misericórdia de Lisboa e da de Almada, logo optou por visitá-las e onde foi recebido com todos os protocolos institucionais, sendo feito Irmão honorário em ambas.
    Recebido com honras de rei, já não as aceitou na despedida, recusando-se ao beija-mão, com esta observação significativa: “Vim como rei, parto como irmão; e é como irmão que vos abraço”.

    Não poderia ser de outra forma. Não se despreza a terra natal da nossa mãe e da pátria da nossa primeira língua. Mas há mais testemunhos, que posso citar do já referido estudo de Pedro Cardim: “(…) À medida que iam sendo divulgadas as notícias que davam conta da postura conciliadora de D.Filipe, houve quem considerasse que o rei católico foi demasiado brando com os seus novos súbditos portugueses. Um dos que manifestou essa opinião foi ao atrás citado Zuan Franceso Morosini. A 26 de Dezembro de 1580 escrevia esse diplomata veneziano, com algum desagrado que «[D. Filipe] procura in tutte le sue attione di conformarsi pio que puo com li costumi, che usano li Re di Portogallo com quei populi…»(…)”.
    Passou, de resto, dois anos inteiros em Portugal, logo após a concretização da Monarquia Hispânica.

    4 – “D. Filipe II foi um rei tirânico e sanguinário.”

    Mais uma vez falso. Não foi sanguinário em Portugal mais do que outros reis portugueses nascidos nativos. Repare-se que mandou abafar militarmente a revolta da Ilha Terceira, nos Açores, apenas depois de quase um ano e meio de insubmissão da ilha, ano e meio de constante e provada negociação e atacou mais pelo chegada de uma esquadra francesa à ilha para se aproveitar do movimento de insurreição (a cobiça de Catarina de Médicis cobiçava ainda um trono a que tinha uma pretensão muito pouco fundamentada, em termos de parentesco), que por qualquer outra razão. Cuidado “diplomático” bem pouco comum à época. Outras houve, mais pequenas, e as mortes infligidas para as sufocar, sempre de lamentar, não sobressaem pela crueldade, de muitas outras da época, muito pelo contrário.
    Nas cortes, prometeu respeitar os foros e as isenções e nunca dar para governador ao país senão um português ou um membro da família real.” Com esta posição e segundo Pedro Cardim: “(…)as condições estabelecidas na «Patente» representavam como que um contrato entre o monarca e o seu novo reino, no qual se definia a modalidade da integração de Portugal na Monarquia Hispânica. Esse contrato era regulado, sobretudo por imperativos morais, ou seja, estabelecia um a obrigação de obediência que pesava quer na consciência dos vassalos, quer na do rei. Enquanto o monarca respeitasse esses compromissos, os vassalos tinham a obrigação de manter a obediência ao seu senhor; porém se o rei não cumprisse aquilo que havia prometido, os vassalos poderiam deixar de estar obrigados a essa obediência.(…)” .

    Conclusão: D. Filipe II de Espanha / Filipe I de Portugal foi um Grande Hispano e um Campeão da Conciliação Peninsular: Uniu sem usurpar, negociou quando podia conquistar, fez-se estimar por quem o podia odiar, aprendeu a amar um reino que não conhecia e reinou sábia e justamente.

    Cumpriu a sua promessa para com o povo português e teve dele, lealdade e vassalagem até sua morte.. D.Filipe III e D. Filipe IV não honraram a sua palavra e com isso destruíram, por muito tempo, a concórdia que construíra.
    Última edición por Irmão de Cá; 03/10/2008 a las 02:38
    res eodem modo conservatur quo generantur
    SAGRADA HISPÂNIA
    HISPANIS OMNIS SVMVS

  5. #5
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    Re: Grandes Hispanos: Campeões da Concórdia Peninsular

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    Cita Iniciado por Irmão de Cá Ver mensaje
    Começar este tema por exemplos de santos terá sido irreflectido… pois a associação de pecadores, (mais ou menos, que o somos todos) com santos, será sempre controversa e nem sempre bem compreendida.

    Arriscarei todavia, pois nem só de santos se fez a história da Concórdia Peninsular.

    Por muito que atraia o mal querer de alguns dos meus conterrâneos menos informados, mencionaria agora o caso de um Rei pouco compreendido e erradamente julgado pela história: Filipe II de Espanha – Filipe I de Portugal


    IVRelacionesTopyFelipeII2.jpg


    Será escusado apresentar aqui uma nota biográfica genérica de Filipe II… ater-me-ei à sua relação com Portugal, menos conhecida, e à desmistificação de algumas afirmações correntes e tidas por verdades históricas em Portugal que, provadas falsas, me levam a eleger Filipe II como um campeão da Concórdia Peninsular.

    RELAÇÃO COM PORTUGAL

    (Da Wikipedia a Enclopedia Livre)

    Educado por cortesãos portugueses nos primeiros anos de vida, Filipe teve o português como primeira língua até a morte da mãe e cortava a barba à moda portuguesa. Filipe, em 9 de dezembro de 1580, atravessou a fronteira, entrou em Elvas, onde se demorou dois meses recebendo os cumprimentos dos novos súditos. Dos primeiros que o veio saudar foi o duque de Bragança. A 23 de fevereiro de 1581 Filipe II saiu de Elvas, atravessou triunfante e demoradamente o país, e a 16 de março de 1581 entrou em Tomar, para onde convocara cortes. Distribuiu recompensas, ordenou suplícios e confiscos, e recebeu a noticia de que todas as colónias haviam reconhecido a sua soberania, exceptuando a Ilha Terceira, onde se arvorara a bandeira do prior do Crato, ali jurado rei de Portugal a 16 de abril de 1581. Nas cortes, prometeu respeitar os foros e as isenções e nunca dar para governador ao país senão um português ou um membro da família real. Expediu de Lisboa tropas que subjugaram a ilha Terceira, em que D. António fora auxiliado pela França, e partiu para Espanha depois da vitória naval de Vila Franca, em que o Marquês de Santa Cruz destroçou a esquadra francesa em 26 de Julho de 1582, obtendo a submissão da ilha.”

    Há uma correcção a fazer ao texto da Wikipedia, pois também Macau (além da Ilha Terceira) não hasteou a bandeira Habsburgo. Todavia saltam à vista várias contradições com afirmações correntes pela sociedade, escolas e círculos culturais portugueses. Vejamos:

    1 – “D. Filipe II usurpou o trono português.”

    Falso. Em 1580 havia uma crise dinástica em Portugal. O Cardeal-Rei D. Henrique morrera sem herdeiros (como seria de esperar) e a pretensão de D. Filipe II ao trono português era tão ou até mais válida que outras: D. Filipe II era sobrinho, pelo lado materno, do Cardeal-Rei. Citarei o excelente estudo de Pedro Cardim “Política e Identidades Corporativas no Portugal de Filipe I”, como outras vezes para diante. Diz o autor: “(…)Na verdade e como demonstrou recentemente Mafalda Soares da Cunha, a inexistência de normas de sucessão dificultou bastante a avaliação dos fundamentos legais invocados pelos diversos candidatos. Coexistiam vários regimes sucessórios e havia, para além disso, a possibilidade da Assembleia de Cortes intervir, declarando o trono vago e apresentando-se como a entidade competente para decidir quem tinha direito a ocupá-lo.(..)”.

    Não havia pois, nenhuma pretensão ao trono mais válida que a D. Filipe II: a defesa que fez, pelas armas, dos seus direitos ao trono português, foi a que faria qualquer outro candidato, nascido ou não em Portugal, em semelhante cenário.

    2 – “D. Filipe II conquistou Portugal para a Coroa de Espanha”.

    Falso. Foi o próprio Rei D. Filipe II que se recusou a tratar Portugal como reino conquistado, apesar da divisão das opiniões contemporâneas. Cito novamente o estudo de Pedro Cardim: “(…)O enviado veneziano a Madrid, Matteo Zane escrevia que « Portogallo è regno conquistato et come tale si deve trattare à differentia dell altri che si sono dati volontariamente et à perció si devi guardari li privileggi et li patti accordatti id che non è necessário com questi…». De facto, da parte de alguns portugueses houve alguma resistência armada contra as forças chefiadas pelo Duque de Alba e D. Filipe teve a oportunidade de declarar que Portugal era uma conquista, quer dizer, poderia ter tirado partido dessa situação e alterado os foros do reino, adaptando-os às suas conveniências. Contudo e contra tudo o que seria de prever, D. Filipe decidiu noutro sentido, acedendo a dialogar com os «três estados do reino», numa reunião das Cortes de Portugal.(…)”.

    2 – “D. Filipe II não tinha a estima do povo português quando se tornou rei.”

    Falso. Voltaria ao texto informativo da Wikipedia: “Filipe, em 9 de dezembro de 1580, atravessou a fronteira, entrou em Elvas, onde se demorou dois meses recebendo os cumprimentos dos novos súbditos. Dos primeiros que o veio saudar foi o duque de Bragança. A 23 de fevereiro de 1581 Filipe II saiu de Elvas, atravessou triunfante e demoradamente o país, e a 16 de março de 1581 entrou em Tomar, para onde convocara cortes”. Quatro meses para atravessar 160 km. Quatro meses de banhos de multidão, de sessões de beija-mão e vassalagem (nem sempre desinteressada mas não mais do que noutras ocasiões). Tomaram os políticos mais populistas de hoje em dia granjear tanta estima.

    3 – “D. Filipe II desprezava Portugal.”

    Falso. Começaria por fazer a este título citação de um texto que pode ser encontrado no sítio http://www.agencia.ecclesia.pt: “(…)Quando, mercê das vicissitudes históricas que se sucederam à morte de D. Sebastião, e ao facto de o Cardeal D. Henrique na regência do Reino, não deixar sucessores dinásticos em Portugal, ter sido o rei Filipe II de Espanha, (que foi Filipe I de Portugal) – conforme foi jurado nas Cortes de Tomar em 1581 – logo o soberano chamou a si promover uma compilação de Leis – Ordenações – a partir das quais, entre outras decisões, optou por alvarás de criação de novas Misericórdias, não só em Portugal, mas também em terras de longe, como nas Filipinas e paragens várias do Pacífico. É que, conhecimento que teve da Misericórdia de Lisboa e da de Almada, logo optou por visitá-las e onde foi recebido com todos os protocolos institucionais, sendo feito Irmão honorário em ambas.
    Recebido com honras de rei, já não as aceitou na despedida, recusando-se ao beija-mão, com esta observação significativa: “Vim como rei, parto como irmão; e é como irmão que vos abraço”.
    Não poderia ser de outra forma. Não se despreza a terra natal da nossa mãe e da pátria da nossa primeira língua. Mas há mais testemunhos, que posso citar do já referido estudo de Pedro Cardim: “(…) À medida que iam sendo divulgadas as notícias que davam conta da postura conciliadora de D.Filipe, houve quem considerasse que o rei católico foi demasiado brando com os seus novos súbditos portugueses. Um dos que manifestou essa opinião foi ao atrás citado Zuan Franceso Morosini. A 26 de Dezembro de 1580 escrevia esse diplomata veneziano, com algum desagrado que «[D. Filipe] procura in tutte le sue attione di conformarsi pio que puo com li costumi, che usano li Re di Portogallo com quei populi…»(…)”.
    Passou, de resto, dois anos inteiros em Portugal, logo após a concretização da Monarquia Hispânica.

    4 – “D. Filipe II foi um rei tirânico e sanguinário.”

    Mais uma vez falso. Não foi sanguinário em Portugal mais do que outros reis portugueses nascidos nativos. Repare-se que mandou abafar militarmente a revolta da Ilha Terceira, nos Açores, apenas depois de quase um ano e meio de insubmissão da ilha, ano e meio de constante e provada negociação e atacou mais pelo chegada de uma esquadra francesa à ilha para se aproveitar do movimento de insurreição (a cobiça de Catarina de Médicis cobiçava ainda um trono a que tinha uma pretensão muito pouco fundamentada, em termos de parentesco), que por qualquer outra razão. Cuidado “diplomático” bem pouco comum à época. Outras houve, mais pequenas, e as mortes infligidas para as sufocar, sempre de lamentar, não sobressaem pela crueldade, de muitas outras da época, muito pelo contrário.
    Nas cortes, prometeu respeitar os foros e as isenções e nunca dar para governador ao país senão um português ou um membro da família real.” Com esta posição e segundo Pedro Cardim: “(…)as condições estabelecidas na «Patente» representavam como que um contrato entre o monarca e o seu novo reino, no qual se definia a modalidade da integração de Portugal na Monarquia Hispânica. Esse contrato era regulado, sobretudo por imperativos morais, ou seja, estabelecia um a obrigação de obediência que pesava quer na consciência dos vassalos, quer na do rei. Enquanto o monarca respeitasse esses compromissos, os vassalos tinham a obrigação de manter a obediência ao seu senhor; porém se o rei não cumprisse aquilo que havia prometido, os vassalos poderiam deixar de estar obrigados a essa obediência.(…)” .

    Conclusão: D. Filipe II de Espanha / Filipe I de Portugal foi um Grande Hispano e um Campeão da Conciliação Peninsular: Uniu sem usurpar, negociou quando podia conquistar, fez-se estimar por quem o podia odiar, aprendeu a amar um reino que não conhecia e reinou sábia e justamente.

    Cumpriu a sua promessa para com o povo português e teve dele, lealdade e vassalagem até sua morte.. D.Filipe III e D. Filipe IV não honraram a sua palavra e com isso destruíram, por muito tempo, a concórdia que construíra.
    Da gusto ver que aun hay portugueses que piensan bien sobre Felipe II y que no solo se fijan en la Leyenda Negra para sacar conclusiones.

    "El vivir que es perdurable
    no se gana con estados
    mundanales,
    ni con vida deleitable
    en que moran los pecados
    infernales;
    mas los buenos religiosos
    gánanlo con oraciones
    y con lloros;
    los caballeros famosos,
    con trabajos y aflicciones
    contra moros".

    http://fidesibera.blogspot.com/

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