Os bispos portugueses e o declínio da natalidade
Os bispos portugueses manifestaram recentemente a sua preocupação com o acentuado declínio da natalidade ocorrido nos últimos anos em Portugal. Parece-me louvável esse sentir perante este fenómeno, tal como julgo serem de elogiar as medidas sugeridas pelo episcopado nacional para combatê-lo. Porém, as mesmas medidas, ainda que necessárias, por si sós não são suficientes para inverter a tendência verificada.
De facto, a este respeito, seria de toda a utilidade que os nossos bispos recordassem e defendessem publicamente o magistério constante da Igreja Católica condenando a regulação artificial dos nascimentos - magistério perfeitamente explicitado nas importantíssimas encíclicas “Casti Conubii”, do Papa Pio XI, e “Humanae Vitae”, do Papa Paulo VI -, bem como seria de toda a utilidade que não temessem enfrentar e afrontar os disparates do mundo responsáveis pela situação a que chegámos quanto à queda dos nascimentos em terras lusitanas. Em consequência, seria de elogiar que não hesitassem em criticar de viva voz a ideologia feminista radical marxista do género e os seus derivados corporizados no ódio à maternidade (D. Jorge Ortiga, diga-se em abono da verdade, parece pretender - ainda que timidamente - contrariar este ódio), no anticoncepcionismo abortifaciente que transformou as mulheres portugueses em viciadas em pílulas, e no aborcionismo homicida puro e duro, para tal fim usando, sempre que possível e quando a tal se preste a maturidade dos fiéis ouvintes, a pregação dos púlpitos, mas também a administração do sacramento da Penitência nos confessionários e a leccionação dos cursos de preparação matrimonial (estes últimos, no presente, orientados muitas vezes de forma lastimável por leigos ignorantes e hostis aos magistério).
Seria bom que tudo isto assim fosse. Contudo, neste campo, as coisas não estão a suceder da forma desejada, como de resto em muitos outros. Tenhamos esperança que se modifiquem, exista vontade para isso no episcopado português.
A Casa de Sarto
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