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Tema: Gnosticismo como essência da modernidade

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    Gnosticismo como essência da modernidade

    GNOSTICISMO COMO ESSÊNCIA DA MODERNIDADE: A MENTALIDADE REVOLUCIONÁRIA COMO FERMENTO DO MUNDO MODERNO

    Posted by Daniel in Eric Voegelin, Filosofia, Filosofia Política, Gnosticismo secularizado, Secularismo


    A SECULARIZAÇÃO DA GNOSE



    No começo do século XIX, muitos historiadores das religiões estavam conscientes dos elos de continuidade entre a heresia gnóstica dos primeiros séculos da Era Cristã e as filosofias iluministas e românticas. Por uma triste ironia, justamente no momento em que essas filosofias, logo a seguir, se transmutaram em movimentos ideológicos de massas, a consciência daqueles elos desapareceu do horizonte intelectual e o fenômeno totalitário resultante desses movimentos não pôde ser adequadamente compreendido.

    Coube ao filósofo alemão Eric Voegelin (1901-1985) o mérito de haver não somente redescoberto a inspiração gnóstica das ideologias totalitárias, mas criado os instrumentos intelectuais para enquadrá-la numa compreensão mais geral da história.

    Malgrado a alucinante variedade dos movimentos gnósticos e as diferenças entre suas formulações teóricas, há no fundo de todos eles a unidade de uma cosmovisão, ou no mínimo de um sentimento cósmico comum: a vivência do universo como lugar hostil e do homem como criatura jogada no meio de uma máquina absurda e incompreensível. Em última instância, ]é a rejeição do julgamento que Deus fez da Sua própria criação no último dia do Gênesis, quando Ele olhou o cosmos e “viu que era bom”. Para os gnósticos, a ordem cósmica é essencialmente má e ao homem não resta senão o caminho da fuga ou da revolta.


    Ao longo dos oito volumes de sua “History of political ideas” e dos cinco da obra inacabada “Order and History” (ambas publicadas pela University of Missouri Press), Voegelin demonstrou que dessa visão inicial emergiram os desenvolvimentos mais variados, desde a total rejeição da vida mediante o ascetismo à outrance dos cátaros, passando pelo sonho dos alquimistas elisabetanos de “corrigir a natureza”, até as utopias políticas modernas da Revolução Francesa e dos movimentos comunista, nazista e fascista, com suas ambições prometéicas de sociedade planejada, Estado onipotente e felicidade coletiva a ser alcançada por meio de um morticínio redentor.



    Eric Voegelin defendia que o gnosticismo é, de fato, a essência da modernidade.


    Para Voegelin, a modernidade é o projeto para retirar do cosmos e da natureza humana qualquer sinal de presença divina, origem ou destino transcendente. As idéias religiosas deveriam ser “imanentizadas”, transformadas em movimentos políticos com objetivos desse mundo. Essas idéias deveriam substituir o cristianismo com formas voluntariosas de intelecto humano projetadas sobre toda a humanidade sem nenhuma referência, a não ser a autonomia humana. A perfeição se torna “auto-realização” onde o eu é percebido como não tendo nenhuma fonte, a não ser a autonomia humana.


    Em Science, Politics and Gnosticism, Voegelin resume “as seis características que, tomadas em conjunto, revelam a natureza da atitude gnóstica”.

    Primeira.
    “O gnóstico está insatisfeito com a sua situação.”

    Segunda.
    “Os males da situação podem ser atribuídos ao fato de que o mundo é intrinsecamente mal organizado... Os gnósticos não são inclinados a descobrir que os seres humanos em geral ou eles próprios em particular são inadequados. Numa dada situação em que algo não é como deveria ser, a culpa será encontrada na maldade do mundo.”

    Terceira. A crença em que “é possível salvar-se da maldade do mundo”.

    Quarta.
    Para isso, “a ordem do ser terá de ser mudada por meio de um processo histórico. Do mundo miserável, um mundo bom deve evoluir historicamente”.

    Quinta.
    “O traço gnóstico em sentido mais estrito: a crença em que uma mudança na ordem do ser reside no reino da ação humana, de que o ato salvacional é possível por meio do próprio esforço do homem.”

    Sexta.
    “O conhecimento – Gnosis – do método de alterar o ser é a preocupação central do gnóstico... a construção de uma fórmula para a salvação do eu e do mundo”. (1)

    (1) Eric Voegelin, Collected Works, vol. V, Columbia, University of Missouri Press, 2000, pp. 297-8.

    Em resumo, os traços da atitude gnóstica são:



    A revolta contra a ordem do ser, a confiança na possibilidade de mudar essa ordem pela ação humana,a apologia do processo histórico como meio de criar um mundo bom e, sobretudo,e o conhecimento entendido como “método de alterar o ser”.

    Adversus Haereses
    Última edición por Hyeronimus; 05/06/2009 a las 21:20

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