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Tema: A metafísica contra a teoria da evolução

  1. #1
    Avatar de Hyeronimus
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    A metafísica contra a teoria da evolução

    Aunque el tema tiene que ver con la ciencia, abro un hilo aparte porque está presentado desde la Metafísica.

    A metafísica contra a teoria da evolução (I)

    Sidney Silveira

    Para demonstrar efetivamente que as espécies evoluem, seria antes necessário comprovar que os entes podem operar para além das potências radicadas em suas formas, alterando assim o que os distingue na ordem do ser como circunscritos a uma espécie. Sem isto, a teoria da evolução — no tópico em que propõe a passagem "evolutiva" de uma espécie a outra — naufraga como quimera com ares de ciência.

    Antes porém de passar à indagação acerca da possibilidade de uma espécie transmudar-se em outra, seja por razões endógenas, exógenas ou, ainda, pela combinação de ambas, como numa mescla acidental entre elementos primários, vale repisar alguns conceitos.

    Vimos que potência é um possível no Ser, ou, noutra formulação, o Próprio Ser — que é Deus, cuja existência está metafisicamente comprovada — é a raiz primária de todas as potências, o horizonte possibilitante dos entes, quanto ao ser e quanto ao operar. Em resumo, sem o Ipsum Esse nada poderia haver nem atuar. E mais, como Ele é o único Ente Necessário, é forçoso admitir que todos os demais são partícipes d’Ele, na medida em que participar uma perfeição na ordem do ser é, em sentido estrito, causar, e, sendo o Próprio Ser a causa das causas, todos os entes estão radicados n’Ele, visto que suas perfeições entitativas específicas foram participadas.[1]

    Explicar o conceito de causalidade a partir da noção de participação não é, no caso de Tomás de Aquino, simplesmente aplicar terminologia platônica à teoria aristotélica das causas[2], mas enfatizar um determinado aspecto da relação entre causa e efeito: o efeito possui semelhança com a causa, na medida em que participa da mesma qualidade dela, e diferença, na medida em que está na posse daquela qualidade num grau inferior e/ou acidental. Disto se depreende que o conceito de participação na obra do Aquinate é essencialmente analógico, como sublinha o Pe. Battista Mondin em seu Dizionario Enciclopedico del Pensiero de San Tommaso. Veremos, adiante, como essa participação — decorrente do ato criador de Deus — é fundamento da distinção entre as espécies.

    Neste breve texto não se encontrarão argumentos da química ou da biologia, como os arrolados por Michael Behe em seu estupendo A Caixa Preta de Darwin, cuja conclusão é cabal, apodíctica: a complexidade das estruturas em nível bioquímico é irredutível, ou seja, não pode ser explicada como resultado da evolução a partir da seleção natural, mas sim como projeto concebido por uma poderosa inteligência; portanto, como design inteligente. Aqui se encontrarão apenas argumentos metafísicos para mostrar que é impossível aos entes transcender às possibilidades que radicam:


    1. proximamente nas suas formas, e



    1. distantemente no Ser.


    A forma como princípio de operação

    Nos entes compostos de matéria e forma, a forma é o ato primeiro de organização da matéria, sendo a operação o seu ato segundo.[3] Portanto, um ente sem forma seria — além de absurdo e inconcebível —, tão inoperante quanto a materia prima. É a forma que, organizando a matéria,[4] dá ao ente os princípios pelos quais atua. Neste contexto, cumpre salientar a absoluta harmonia entre matéria e forma em ordem à operação própria de um ente, assinalando o seguinte: uma matéria que, em dado indivíduo, não fosse predisponente às operações próprias da espécie indicaria nele o começo da corrupção da forma. Por exemplo: num hipotético homem privado das potências sensitivas partícipes da espécie, a cognição se comprometeria, na medida em que é próprio do homem chegar aos inteligíveis (universais) pelos sensíveis (particulares) abstraídos da matéria pelas referidas potências sensitivas.

    Reiteremos, pois, este princípio com outras palavras — a mero título de procedimento mnemônico: em todas as espécies em que há composição de matéria e forma, é necessário que a matéria esteja perfeitamente predisposta às operações que radicam na forma, pois, se não estiver, tornar-se-á um obstáculo às operações naturais próprias da espécie, indicando o começo da corrupção da forma, que é princípio de operação e, como veremos, também de especificação.

    Por sua vez, a matéria é o que, em sentido lato, está em potência tanto para o ser substancial como para o ser acidental. À primeira chamará Santo Tomás matéria “a partir da qual” (materia ex qua), à segunda, “matéria na qual” (materia in qua).[5] A propósito, a matéria ex qua é um dos coprincípios da natureza, sendo os outros dois a forma e a privação. Mas, com relação a esta última, esclareçamos o modo como ela pode ser dita “princípio”, que é o seguinte: para haver geração, requerem-se três coisas — o ente em potência (matéria); o não estar em ato (privação); e aquilo pelo qual o ente é atual (forma).[6] O exemplo dado pelo Aquinate nesta passagem do opúsculo De Principiis Naturae é bastante esclarecedor:

    “(...) Quando, a partir do cobre, é feita uma estátua,[7] o cobre (que está em potência para a estátua) é matéria; que esse cobre esteja desfigurado, indisposto [ou seja: sem forma], é privação; e a figura pela qual ele é chamado “estátua” é forma”.[8]

    Retenhamos bem isto: em todos os entes naturais (assim como nos artificiais), os coprincípios são forma, matéria e privação, sendo estes dois últimos meramente potenciais, ao passo que a forma é o ato que os distingue e, também, demarca os limites de seu modo de operar na ordem do ser. Neste contexto, o axioma escolástico operatio sequitur esse deve ser assim entendido: nos entes, o operar segue o ser por intermédio da forma. Ela é, como se pode depreender, o princípio próximo da operação, ao passo que o ser é um princípio universal que está virtualmente presente em todas as formas. Mas o ser — em sentido estrito — não pode ser manipulado, alterado, anquilado ou criado senão por Deus, que o participa aos entes por um ato criador.

    Nós, pobres mortais dotados de potências intelectivas ínfimas, somos capazes de atuar tão-somente sobre a forma e sobre a matéria dos entes, mas o ser é o suposto fundamental absolutamente inalcançável pela mão humana — ou mesmo pelos Anjos, cuja inteligência é incomensuravelmente superior.

    Nunca ninguém tocou o ser, mas apenas a forma e a matéria dos entes.

    Feitos estes apontamentos, fica, portanto, estabelecido o sentido em que se diz que a forma é princípio de operação. Sem ela, a matéria é inerte.

    A forma como princípio de especificação

    Outra característica da forma é ser princípio de especificação. E isto por uma razão muito simples: é pela forma que um ente se enquadra num gênero ou numa espécie.[9] Ora, se fosse a matéria o princípio de especificação, todos os entes compostos de matéria e forma seriam da mesma espécie, hipótese excluída por ser absurda. Pelo mesmo motivo não pode a privação — que é um dos princípios da natureza — ser chamada de princípio de especificação, porque é impossível classificar como pertencente a uma espécie o que é, em si mesmo, privação de quaisquer propriedades substanciais.

    Abra-se um breve parêntese para dizer que o conceito de espécie é, aqui, arrolado em sua concepção metafísica, e não de acordo com a taxonomia da biologia atual. Esta concebe a espécie como unidade básica na classificação dos seres vivos, embora não haja um consenso absoluto com relação a tal definição, que todavia é largamente aceita.

    Assim, para a biologia há:


    • Vida



    • Filo



    • Reino



    • Divisão



    • Classe



    • Ordem



    • Família



    • Gênero



    • Espécie


    Diga-se, em princípio, que esse modo de classificar as espécies, embora bastante útil para os fins a que se destina a ciência biológica, é entrópico por natureza, na medida em que tende a aumentar em progressão geométrica o número de espécies a partir de pequeníssimas diferenças. Para ter-se idéia disto, há hoje aproximadamente 180.000 espécies de lepidópteros (borboletas e mariposas),[10] distribuídas por 127 famílias. Algumas dessas espécies são classificadas a partir de meras diferenças materiais, mas não formais; outras, sim, têm diferenças quanto ao modus operandi que, para a metafísica, justificariam uma classificação como espécies distintas. Não se quer com isto afirmar que a taxonomia biológica é inválida, mas apenas mostrar que o âmbito no qual os seus conceitos se formulam não serve para os problemas radicais com que lida a metafísica.

    A propósito, a metafísica, cujas considerações são anteriores às da biologia, tem uma classificação distinta das espécies. Para ela, espécie é o que radica na forma, e portanto em um modo próprio (e único!) de operar. E com o vocábulo “próprio” referimo-nos a um dos cinco predicáveis aristotélicos, ou seja, às propriedades que, não sendo a essência de um ente, estão no entanto associadas inextricavelmente a ela. Não se trata, pois, de propriedade enquanto comportamento de uma classe de indivíduos numa espécie, mas sim de algo anterior: o estatuto ontológico da espécie, que inclui todos os seus predicamentos.

    Convém também destacar que, na ordem do ser, nem toda potência radica na matéria, mas toda matéria implica potência. Diga-se, neste contexto, que a potência é o fundamento real do devir, pois todos os sujeitos do movimento pressupõem ou: a) predisposição ontológica da matéria para a mudança (potência passiva); ou b) capacidade da forma para atuar sobre a matéria e sobre outras formas (potência ativa).

    Não é evidentemente o propósito deste breve texto abarcar todo o escopo do conceito de potência, que é imenso, mas apenas destacar alguns aspectos da natureza do ente para mostrar a impossibilidade de um movimento evolutivo de uma espécie a outra, na medida em que as espécies não têm potências ativas nem passivas para transcender as formas que as distinguem, pois, como dizia Aristóteles, “todo devir é algo, de algo e por algo”,[11] e o papel da forma é justamente o de ser algo (princípio de especificação) e o ser por algo (princípio de operação), ao passo que a matéria é o de algo — substrato da ação da forma (nos entes compostos de matéria e forma).[12]

    A forma como princípio de inteligibilidade

    Outra característica da forma é ser princípio de inteligibilidade, pois “todas as espécies inteligíveis são a forma do intelecto quando intelige em ato”.[13] Um ente sem forma seria, portanto, ininteligível, e a razão disso é a seguinte: embora as formas inteligíveis sejam em si mesmas imateriais (no caso dos homens, porque abstraídas das notas individuantes da matéria pelo intelecto agente), elas na verdade estão nas coisas como princípio operativo e de especificação, como vimos acima.

    É em parte graças à existência de tais princípios formais impressos em todos os entes que o intelecto entende as coisas e as classifica, e, como veremos adiante, a classificação metafísica das espécies — devido aos princípios universais de que parte — leva necessariamente a concluir contra a teoria da evolução.

    Quando, pois, Tomás de Aquino afirma que “o intelecto se faz inteligente mediante um inteligível em ato” (cf. Liber de Causis, lec.3), está referindo-se às formas como princípio por meio do qual o ser nos é inteligível.

    (continua)

    P.S. É verdade que, nos últimos anos, a Igreja, pela voz de algumas de suas autoridades (a começar pelos Papas), vem dizendo que não há contradição entre criação e evolução — evitando assim ferir susceptibilidades da mentalidade anticriacionista predominante, sobretudo no mundo ocidental. E até mesmo no seio do tomismo há quem implicitamente defenda esta tese a partir de alguns princípios colhidos em livros como o De mixtione elementorum e o apócrifo De natura materiae.

    Mas deixaremos a análise de alguns de seus argumentos para o final desta pequena série.


    ______________________

    1- “Quando uma coisa recebe parcialmente o que pertence a outra absolutamente, diz-se que é partícipe. Por exemplo: se diz que o homem participa da animalidade porque não exaure o conceito de animalidade em toda a sua extensão. Pela mesma razão se diz que Sócrates participa da humanidade”. Tomás de Aquino, In De Hebd., lec.2, n.24. Pelo que se depreende desta passagem, ser partícipe é possuir uma perfeição que se encontra em outro (seja um indivíduo ou uma espécie) de forma mais perfeita e/ou completa. Assim, o calor que há em cada planeta do nosso sistema solar participa do calor do sol; os modos e os graus de entidade que há nos entes participam do entidade suma do Próprio Ser; etc.

    2- A propósito, a conciliação da metafísica do ato e da potência de Aristóteles com a doutrina da participação em Platão é um aspecto da síntese magistral feita pelo Aquinate entre os dois gênios gregos.

    3- Cf. Tomás de Aquino, In II De Cael 4, n.334.

    4- A referência aqui é, evidentemente, aos entes compostos de matéria e forma. Não tratamos aqui das substâncias separadas da matéria: os Anjos.

    5- Tomás de Aquino, De principiis naturae, I, 2-3.

    6- Tomás de Aquino, De principiis naturae, I, 4.

    7- Idolum, no latim. Apenas para facilitar a compreensão do texto do Aquinate, neste artigo traduzimos o vocábulo por “estátua”, e não por “ídolo”.

    8- Tomás de Aquino, De principiis naturae, I, 4.

    9- Tomás de Aquino, Contra Gentes, II, c 7.

    10- A borboleta, por exemplo, pertence ao reino animal; ao filo antrophoda; à classe dos insetos; à ordem dos lepidópteros; e à família papilionoidea.

    11- Aristóteles, Física, I, 8, 191b

    12- Nos entes sem composição de matéria (os Anjos), a matéria não pode ser o fundamento real do devir.

    13- Cf. Tomás de Aquino, Subst. Sep. , c16.

    Contra Impugnantes

  2. #2
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    Re: A metafísica contra a teoria da evolução

    Interesante perspectiva la que plantea el autor. He encontrado las lógicas dificultades a la hora de entender el texto, aún aplicando un traductor, y eso considero que me deja en cierta desventaja. No obstante, creo haber captado el sentido general del tema, empezando por el muy claro título. Más o menos coincido en una parte de los argumentos, pero no en todos y explico por qué.

    Si alguien va al médico porque se siente enfermo espera una atención profesional adecuada y es lo que en realidad esperamos todos, y quien opine lo contrario que lo manifieste así. Cuando ese "alguien" es explorado y se le encuentra la dolencia está ante estas posibilidades: o que le apliquen un tratamiento a base de fármacos, ya sean la única solución, ya acompañada de una cierta terapia; o una intervención quirúrgica si la solución al problema no tiene otra alternativa. En ambas situaciones se corre el riesgo de que la decisión adoptada por el médico no sea la acertada a causa de efectos secundarios o de la inutilidad de la terapia elegida, lo que suele ser muy frecuente. Como también existe el riesgo de que una vez abierto el paciente en un quirófano aparezca alguna sorpresa inesperada y desagradable. Supongo que hasta aquí todo el mundo estará de acuerdo. Pero lo que ningún paciente del mundo espera es que su médico se reuna con otros médicos para discutir metafísicamente qué es la enfermedad y quién es un enfermo. Sustituyamos pues los términos de este ejemplo por los planteados en el artículo.

    Y es que este artículo además de farragoso, --porque no se explican los conceptos metafísicos que utiliza Santo Tomás con claridad suficiente para que los pueda entender cualquiera--, se apoya en las hipótesis de Michael Behe. Este bioquímico americano, católico, sin embargo, no reconoce al Dios trascendente como creador, sino que en La caja negra de Darwin (la cual es mencionada y alabada), de lo que habla es de que un demiurgo es quien ha creado el mundo. Afirma, sin ambages, que el ser humano desciende de otros primates. Además, es monogenista o monofilético y que todas las especies descienden de un único ser primigenio. También afirma que coincide plenamente con la postura generalizada de la Ciencia acerca de la Edad del Universo y de la Tierra, algo con lo que estoy absolutamente de acuerdo. Sinceramente, me gustaría saber de dónde saca el autor del artículo la conveniencia de ajustar metafísicamente los argumentos de Behe a los suyos propios.

    Michael Behe - Wikipedia, the free encyclopedia

    Recientemente en otro tema, y otros anteriores, y en este si fuese necesario también, he sostenido que una cuestión es la fe y otra la razón. Y no afirmo esto por razones "modernistas", que conozco y que suena a descalificación ideológica y no de hoy sino desde hace muchos años, tantos como los que han transcurrido --más de cien--, desde que la Iglesia a través de sus prelados (incluídos LEÓN XIII y PÍO XII), que no "funcionarios", admitieran la posibilidad de que no haya contradicción entre Creación y Evolución. Sino que lo hago por evidentes y manifiestas razones lógicas, y ese será el argumento que emplearé, ya que al materialismo y su ateísmo manifiesto no se les combate con razones metafísicas a las que rechazan de plano, y menos todavía con argumentos teológicos.

    Naturalmenrte, y como bien dejara constancia de ello SS PÍO XII, y tal como he dejado reproducidas sus palabras en otro tema, las ciencias particulares --Paleontología y Biología--, "ad hoc" no han encontrado pruebas suficientes y concluyentes acerca de la evolución del ser humano, dejando los posibles resultados a futuras investigaciones acordes con la revelación, o lo que es lo mismo, a cargo de investigadores rigurosos de fe y comunión católicas.

    Hay que fijarse en el detalle de que Su Santidad no hablaba de "especies en general", sino con extrema cautela acerca de la creación del ser humano, del "homo sapiens sapiens", aparte de afirmar que el espíritu lo otorga Dios directamente, y de donde podemos deducir que todo ser humano engendrado está insuflado de alma, y vaya esta acotación acerca de la cuestión del aborto y de quienes dudan de las cualidades humanas del feto.

    Y, al respecto, viene muy a propósito una frase que quedo recogida en la Prensa hace unos años, citas que en anteriores ocasiones ya reproduje. Así, en las páginas de "Sociedad" del Diario "ABC" (11/4/2005), página 50, el Dr. en Paleontología (Yale) y profesor de la Universidad de Columbia Ian TATTERSAL, autor de más de 250 publicaciones científicas, de las cuales en esa fecha 14 eran libros, investigador de restos fósiles supuestamente humanos en Viet-Nam, Yemen, Surinam, Mauritania, Madagascar..., y entonces Director de la División de Antropología del Museo de Historia Natural de Nueva York, afirmaba:

    A la pregunta del entrevistador: ¿Cuál es el descubrimiento que más le gustaría hacer? respondía:

    "Oh, Dios mío... Lo que me gustaría de verdad... es descubrir al ancestro de homo sapiens, aunque es algo que creo que nunca podremos hacer. Si analizamos otras especies, cualquiera de ellas, encontraremos que todas tienen algún pariente cercano. Pero homo
    sapiens no, parece haber surgido de la nada."

    Por tanto, la mezcla de dos campos de conocimiento tan dispares en muchos sentidos, en mi opinión sólo dan frutos positivos si se complementan y no se condicionan mutuamente interfiriéndose. Las citas de Santo Tomás, sacadas de contexto, pierden su verdadera dimensión cuando no se contemplan en plenitud. Yo no veo que Santo Tomás niegue heurísticamente las posibilidades del conocimiento humano por varias vías. Personalmente, y a efectos de estas cuestiones tan enjundiosas, consulto frecuentemente el siguiente texto:

    Tomás de Aquino. Maestro del Orden GARCÍA LÓPEZ, Jesús (Catedrático de Metafísica de la Universidad de Navarra) con prólogo de Ángel GONZÁLEZ ÁLVAREZ (Catedrático de Metafísica de la Universidad Complutense de Madrid) Editorial CINCEL, Serie "Historia de la Filosofía" nº 9, Madrid 1985.

    Así pues, a él recurriré para consultar en lo sucesivo, si es que se plantea un debate en el tema de este hilo. Y respecto a un mejor entendimiento del tema, dejo también esta otra referencia bibliográfica, la cual no califico para que si alguien se anima a su lectura no la empiece con pre-juicios y, por contra, pueda obtener sus propias conclusiones, si es que se pueden llegar a ellas:

    Creación y Evolución Stephan Otto HORN SDS y Siegfried WIEDENHOFER (dirs) por encargo del círculo de antiguos alumnos del Papa Benedicto XVI. Prólogo del Cardenal Christoph SCHÖNBORN. Editorial CLARET, Barcelona 2007
    Última edición por Valmadian; 04/02/2012 a las 03:21
    "He ahí la tragedia. Europa hechura de Cristo, está desenfocada con relación a Cristo. Su problema es específicamente teológico, por más que queramos disimularlo. La llamada interna y milenaria del alma europea choca con una realidad artificial anticristiana. El europeo se siente a disgusto, se siente angustiado. Adivina y presiente en esa angustia el problema del ser o no ser.

    <<He ahí la tragedia. España hechura de Cristo, está desenfocada con relación a Cristo. Su problema es específicamente teológico, por más que queramos disimularlo. La llamada interna y milenaria del alma española choca con una realidad artificial anticristiana. El español se siente a disgusto, se siente angustiado. Adivina y presiente en esa angustia el problema del ser o no ser.>>

    Hemos superado el racionalismo, frío y estéril, por el tormentoso irracionalismo y han caído por tierra los tres grandes dogmas de un insobornable europeísmo: las eternas verdades del cristianismo, los valores morales del humanismo y la potencialidad histórica de la cultura europea, es decir, de la cultura, pues hoy por hoy no existe más cultura que la nuestra.

    Ante tamaña destrucción quedan libres las fuerzas irracionales del instinto y del bruto deseo. El terreno está preparado para que germinen los misticismos comunitarios, los colectivismos de cualquier signo, irrefrenable tentación para el desilusionado europeo."

    En la hora crepuscular de Europa José Mª Alejandro, S.J. Colec. "Historia y Filosofía de la Ciencia". ESPASA CALPE, Madrid 1958, pág., 47


    Nada sin Dios

  3. #3
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    Re: A metafísica contra a teoria da evolução

    En ningún momento dice Sidney Silveira que se apoye en los argumentos que se apoye en los argumentos de Michael Behe. Dice precisamente que en esta serie de artículos no se encontrarán los argumentos biológicos ni químicos de dicho autor, y si califica de estupendo el libro en cuestión es simplemente porque el libro demuestra claramente por medios científicos la imposibilidad de la evolución. Otra cosa es lo que pueda creer personalmente el profesor Behe, aunque se diga católico. Ya sabemos que hoy en día hay muchos supuestos católicos con una fe muy sui generis. Pero el profesor Silveira no es químico ni biólogo, sino profesor de filosofía aunque con la cultura suficiente para entender bien de los aspectos científicos del tema. Es un riguroso tomista y católico tradicionalista, y después de años leyendo su blog y viendo videos de sus clases en Youtube tengo la plena certeza de que si analizara el libro de Behe desde un punto de vista metafísico o teológico no dejaría de encontrarle sus fallos, incluso muchos que se nos escaparían. De todos modos, el libro de Behe es excelente para refutar el evolucionismo. Lo sé bien porque lo tengo en mi biblioteca. Lo que pasa es que no es lo mismo refutarlo desde la ciencia que desde la metafísica, y aunque los argumentos sean diferentes tienen su momento y lugar. El mismo Silveira, cuando dice en el artículo que la taxonomía científica oficial no es del todo precisa en metafísica, reconoce su utilidad para los fines de la ciencia.

  4. #4
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    Re: A metafísica contra a teoria da evolução

    A metafísica contra a teoria da evolução (II): resposta a uma objeção comum





    (continuação deste texto)

    Sidney Silveira

    Estabelecido de que maneira se pode dizer que a forma é, na perspectiva metafísica, princípio de operação, de especificação e de inteligibilidade, abra-se um parêntese para responder a uma objeção comum de estudiosos de algumas ciências da natureza: os conceitos da metafísica não podem ser a elas aplicados — pois, entre a ciência metafísica e as dedicadas ao estudo da natureza, existe uma diferença de objeto formal.

    Para responder a isto, partamos inicialmente da premissa de que a verdade é este movimento acidental da potência intelectiva que culmina na assimilação imaterial da forma dos entes pelo intelecto.[1] Neste sentido, a verdade é cum fundamento in re. Ou seja: há verdade quando a forma da coisa (que, nos entes compostos de matéria e forma, é princípio organizador da matéria) se transforma em forma inteligível. E tal species inteligível, absolutamente imaterial, é mais ou menos abrangente conforme a universalidade do objeto assimilado pela inteligência.[2] Reiteremos, então, o princípio: a verdade tem fundamento na coisa,[3] na medida em que esta lhe serve de princípio ab extrinseco. Infelizmente, a história da filosofia mostra o quanto essa propriedade da verdade começou a esvanecer-se após Duns Scot e sua distinctio formalis.

    Pois bem, feita a referência a este aspecto relacional do conceito de verdade — pressuposto, de alguma forma, em todas as ciências, inclusive a biológica, malgrado as incontáveis divergências quanto ao seu teor —, passemos à observação de que a metafísica, por ser formalmente filosofia primeira (como ensinara Aristóteles), fornece a todas as demais ciências os princípios sem os quais elas sequer poderiam ser chamadas propriamente de “ciências”, a menos que apelemos a uma forçosa analogia. Assim, a matemática não pode desvincular-se do princípio da não-contradição (pressuposto em todas as suas premissas e operações), nem a física desvincular-se do conceito de movimento como trânsito da potência ao ato, nem a biologia, que estuda o ente enquanto possui vida (ou será que os animais não são “entes” viventes?) desvincular-se da noção metafísica de espécie. E isto simplesmente porque a categorização metafísica é formalmente anterior à das demais ciências, que pegam os seus princípios de empréstimo da filosofia primeira para lograr os fins a que orientam os seus estudos.

    É claro que há correntes da matemática que tentam negar o estatuto do princípio de não-contradição. Isto é arqui-sabido, mas os textos desta série não se propõem expô-las nem apontar o seu erro flagrante neste tópico. É claro que há correntes da física que parecem ignorar totalmente o conceito metafísico de movimento, em toda a sua rica amplitude. É claro que há correntes da biologia que parecem ignorar absolutamente o vínculo necessário desta ciência particular com aquela que, por sua natureza, é primeira e universal.

    Nestes casos, o que acontece é curioso: as ciências naturais, cujos objetos formais se referem a um universo mais ou menos demarcado, pretendem ultrapassar os limites que as especificam e fazer dos seus conceitos verdades omniabarcantes, como destaca o filósofo Carlos A. Casanova no estupendo livro Reflexiones metafísicas sobre la ciencia natural. E acabam, na prática, por transformar-se em má-metafísica. Um exemplo? Alguns físicos quando se põem a falar sobre a origem do universo e descambam a produzir teses que, em verdade, são um arremedo de metafísica — algo canhestro por partir da formulação de hipóteses que transcendem ao escopo de todas as correntes da física, sem que eles percebam.

    Não vêem, por exemplo, que a física pode especular, sem dúvida, sobre a origem do universo material[4] (pois aborda o ente na perspectiva do movimento, que, nos entes compostos de matéria e forma, radica na potência da matéria), mas não sobre a origem do ser. E mais: sequer os problemas filosóficos a respeito da proveniência da materia prima — de que ainda falaremos na presente série —, ou da energia concentrada que, há 13,9 bilhões de anos, teria gerado o Big Bang (concedamos, por procedimento dialético, que ele tenha havido) são resolvíveis por uma filosofia da natureza, como a physis.

    A metafísica, portanto, pode e deve imiscuir-se nos problemas de todas as demais ciências, quando estas contrariam os princípios indemonstráveis dela, que lhes servem de esteio. E tal “intromissão” lhe cabe de direito, em virtude da absoluta universalidade do seu objeto formal terminativo e, também, do seu grau de abstração superior ao de todas as demais ciências: o ente enquanto ente — ou o ente na medida em que é o que “tem ser” (habet esse), ou seja, tudo o que há.

    Com isto fica estabelecido que a refutação da teoria da evolução que se logrará ao fim desta série é metafísica, e, portanto, científica em elevado grau. Não trataremos de nenhum aspecto propriamente biológico, mas apenas da impossibilidade formal de as espécies — enquanto formas entitativas nas quais radicam determinadas potências — “evoluírem” em outras.

    Assim, não será trazido à baila nenhum argumento de biólogos, químicos, paleontologistas ou embriologistas como o ex-evolucionista Soren Lovtrup, cientista sueco, autor do demolidor livro Darwinism: the refutation of a myth. Apenas não posso deixar de assinalar que a sua conclusão está totalmente de acordo com a prova metafísica que apresentaremos no decorrer destes textos. É a seguinte: algum dia, o mito darwinista será classificado como a maior de todas as fraudes científicas da história.

    Mas esqueçamos por ora Lovtrup, cujos argumentos, como se frisou, sequer serão citados (assim como não abordaremos em detalhe fraudes como a do Homem de Piltdown, entre outras), pois a presente prova se dará em outra clave.

    (continua)

    ____________________


    1- A propósito, o fim do movimento, em sentido metafísico, culmina sempre na aquisição de uma nova forma.

    2- A título de exemplo, um cardiologista, devido a seu conhecimento da natureza do coração humano, pelos exames identifica quando ele apresenta problemas, ou seja, quando as funções naturais do coração não se cumprem perfeitamente. Neste caso, a forma inteligível superior e mais universal abarca, inclui e/ou abrange a inferior, no seguinte sentido: o conhecimento da doença proveio do conhecimento da coisa (o coração) em sua compleição natural. Noutras palavras, o conhecimento da substância, em sua integridade, é ontologicamente anterior ao conhecimento dos acidentes, embora muitas vezes seja cronologicamente posterior. Os acidentes só se conhecem como acidentes à luz do conhecimento da substância — e é no seguinte sentido em que, na gnosiologia tomista, se diz que uma forma inteligível é mais abarcadora que outra: quanto mais universal for uma forma inteligível, melhor será o conhecimento, porque mais species conterá em si. Por isso, Deus, inteligência suma que se identifica absolutamente com o Seu próprio e infinito Ser, possui uma só forma inteligível (Ato Puro) que contém em si, perfeitamente, todas as demais.
    3- Não nos custa lembrar que “coisa” (res) é um dos transcendentais do ser. Quando, portanto, se diz que a verdade tem fundamento na coisa (in re) não se está afirmando senão que ela tem fundamento no ser, do qual a coisa é um dos transcendentais. Disto se depreende que, nesta relação entre conhecer e ser, o ser tem precedência ontológica — com a óbvia exceção da inteligência divina, e, também, das inteligências angélicas, que têm as species inteligíveis das coisas antes mesmo de as próprias coisas serem, pois foram tais formas infundidas por Deus em suas inteligências. Mas deixemos este assunto de gnosiologia angélica para outra ocasião.

    4- Advirta-se: especular sobre a origem do universo material no tocante à matéria segunda, que é potência para o ser acidental, mas não no tocante à proveniência da matéria prima.

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  5. #5
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    Re: A metafísica contra a teoria da evolução

    A metafísica contra a teoria da evolução (III): incompatibilidade entre fim e meios

    (continuação deste texto)

    Sidney Silveira

    A anterioridade da metafísica com relação às demais ciências não é evidentemente cronológica, mas sim ontológica e, em certo sentido, topológica, na medida em que os seus princípios servem de ponto comum para as ciências de menor grau de abstração da matéria. Neste contexto, a física, que aborda o ente na perspectiva do movimento, do trânsito da potência ao ato, pode no máximo alcançar em seus cálculos, teses, premissas, hipóteses ou teorias aquilo que Santo Tomás chama de materia secunda, que é potência para o ser acidental e, portanto, raiz da distinção numérica dos entes, mas não da distinção formal — ou seja, por espécies.

    Por sua vez, a materia prima informe, enquanto potência primeva na ordem dos entes compostos de matéria e forma, está para além das especulações da física porque a sua cognoscibilidade não radica em evidências passíveis de comprovar-se por experimentos empíricos ou suposições oriundas de cálculos matemáticos, visto que a materia prima não possui quaisquer distinções numéricas ou qualitativas. A ela, portanto, só se pode chegar por uma abstração de terceiro grau, tipicamente metafísica. E, ainda assim, o conhecimento a seu respeito será por analogia.

    Muito menos podem a biologia ou a química, cujo grau de abstração da matéria é inferior ao da física e ao das matemáticas, dar efetiva resposta ao problema da origem das espécies animais (ou seja, da dos entes compostos de matéria e forma animada). As suas teorias, neste tópico específico, jamais passarão de suposições com roupagem científica, e a razão disto é simples: o seu objeto de estudo está imerso na matéria. Ora, quanto mais distante está a causa do efeito atual, maior abstração da matéria se requer para poder investigá-la, e este, em definitivo, não é o caso da biologia no tocante à origem das espécies, pois ela na prática lida com causas ordenadas acidentalmente (per accidens), nas quais o efeito comum não depende do influxo atual de todas as causas da série para existir,[1] e não com causas ordenadas essencialmente (per se), nas quais efeito, para ser e manter-se, precisa do influxo atual de todas as causas da série. Neste contexto, convém frisar o seguinte:

    > Uma ciência que investiga apenas causas acidentais não pode, por definição, conhecer a origem da série causal em seu âmbito — ou seja: a causa primeira.

    Não por outra razão, o ramo da biologia consagrado no último quartel do século XX como “biologia evolutiva” padece de uma radical incongruência entre objeto e meios, e, na prática, quando se vêem os seus propugnadores defenderem alguma tese, em geral repleta de dados empíricos agrupados, salta aos olhos que se trata de uma mal-disfarçada espécie de metafísica evolutiva, mas sem o menor rigor demonstrativo da verdadeira metafísica, que parte de evidências ancoradas nos primeiros princípios para chegar a conclusões necessárias.

    A propósito, a perda do elevado rigor do método metafísico escolástico explica, em parte,[2] como pôde uma ciência cujo objeto formal está imerso na matéria dar pareceres, formular hipóteses ou desenvolver teses relativas à origem das espécies, estando a sua própria definição de “espécie radicada na matéria informada (e, portanto, materia secunda). Não se trata, é óbvio, de desqualificar a importantíssima ciência biológica, e sim de apontar o quanto ela transcende indevidamente o seu objeto ao formular uma teoria — em verdade, uma hipótese — para a qual não possui sequer instrumentos científicos e filosóficos apropriados.

    Ora, toda e qualquer ciência supõe que o mundo é inteligível e que é possível conhecer essa inteligibilidade. Daí que, em qualquer ciência, haja uma pergunta prévia — a ser respondida ao se lhe demarcar o objeto — acerca da demonstrabilidade de suas teses centrais, a qual precisa comprovar-se com todo o rigor. Mas tal pergunta não pode ser respondida senão recorrendo a princípios anteriores aos da própria ciência particular. Sem isto, por mais que a observação e o estudo acurado da realidade levem a conclusões topicamente acertadas, eles naufragarão de forma rotunda no momento em que se tentar dar a essas conclusões particulares um caráter de princípio válido universalmente.

    Assim, mesmo que a hipótese da evolução se comprovasse apodicticamente — o que, ao final, veremos ser impossível, dada a estrutura da ordem do ser —, isto não lhe autorizaria a concluir, por exemplo, que as espécies animais não foram criadas — entre outras coisas porque o problema da evolução sequer é o mesmo do da criação. Somente uma ignorância suma acerca do que seja propriamente o problema filosófico da criação é capaz de fazer alguém colocá-lo num mesmo plano da hipótese da evolução das espécies. Esta, de tão imersa no materialismo, sequer vislumbra os conceitos de causa final e causa exemplar, e quando o faz é de forma capenga.

    É, portanto, absolutamente falsa a dicotomia criação/evolução. A primeira trata de uma questão de cariz metafísico, pois radica no ser; a segunda soçobra no materialismo. E, a respeito do materialista, bem dizia Chesterton com o seu humor típico:

    “É o sujeito que faz uso do espírito para dizer que só existe a matéria”.

    (continua)

    __________________________

    1- Por exemplo: dando-se a evolução como certa (a mero título de procedimento dialético), é evidente que a existência atual da espécie Y não depende da existência atual de todas as espécies anteriores na série que culminou nela.

    2- Das razões de ordem ideológica trataremos noutra ocasião.

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  6. #6
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    Re: A metafísica contra a teoria da evolução

    A metafísica contra a teoria da evolução (IV): a deificação da matéria

    (continuação deste texto)

    Sidney Silveira

    Ficou assentado que uma ciência que lida apenas com causas acidentais não está aparelhada para conhecer sequer a origem da série causal em seu próprio âmbito de investigação, que dirá para dar a uma hipótese o estatuto de verdade universalmente válida. Este é o caso da biologia quando pretende aplicar a hipótese da evolução à origem das espécies (e portanto da vida):[1] ela o faz sem ter instrumentos filosóficos para tanto. Em poucas palavras, uma ciência é dita natural justamente porque o seu objeto está no limite da natureza, e investigar o princípio — seja de que forma for — é fazer ciência acerca das causas da natureza. É, portanto, fazer metafísica e não ciência natural.

    No plano lógico, essa impossibilidade se dá porque, nas séries de causas ordenadas acidentalmente, jamais a razão pode chegar a um primeiro em sentido absoluto, pois sempre se poderá acrescentar logicamente mais uma causa à série.[2] Duns Scot, filósofo que somos insuspeitos para elogiar, ensina bem isto no Tractatus de Primo Principio. Ocorre que, se a biologia saísse da série acidental de causas naturais na qual está imersa, ainda que a pretexto de investigar uma suposta origem da vida, já não seria ciência natural, como acima se destacou.

    E mais:


    • a hipótese da evolução, mesmo se forçosamente a desvinculássemos da questão referente à origem das espécies, em virtude do seu caráter de explicação totalizante, abarcadora de toda a série causal (dos primeiros organismos unicelulares até as espécies contemporâneas, que deles “evoluíram”), padece de semelhante carência: nas causas ordenadas acidentalmente, é impossível definir um primeiro simpliciter. Mas sem o primeiro não há o segundo e, portanto, não existe a série. Querer, pois, estatuir uma verdade que englobe uma série de causas sem conhecer sequer o princípio dela é, para dizer o mínimo, ter da ciência um conceito muito baixo.[3]


    No plano ontológico, por ora basta-nos o fato já apontado de que a forma dos entes é princípio de especificação e de operação. E que, para não sucumbir diante da primeira objeção filosófica, a hipótese da evolução precisaria provar antes de tudo a possibilidade de uma forma entis ir além das potências que a circunscrevem. E não venham os biólogos argüir que se está misturando biologia com metafísica, ciência com filosofia, pois na verdade é justamente o oposto que ocorre: a cobrança de uma prova metafísica para a hipótese da evolução impõe-se porque, em si, tal hipótese é má-metafísica com roupagem de ciência natural, na medida em que aventa uma premissa que não lhe cabe enquanto ciência natural.





    Evolução e deificação da matéria

    O problema dos evolucionismos em geral não diz respeito apenas aos métodos de que se valem os seus propugnadores — inapropriados para a hipótese que pretendem provar cientificamente. Levadas as suas premissas às últimas conseqüências, observa-se que a teoria da evolução é uma mal-disfarçada espécie de deificação da matéria, pois, ainda que os naturalistas não saibam sequer o que seja propriamente a matéria, o fato é que, com a hipótese da evolução, creditam a ela um tipo absurdo de “omnipotência”, como veremos. O irônico de tudo isso é verificar que se trata de materialistas que desconhecem a natureza da matéria, o que no entanto se explica: quem conhece o que é a matéria deixa no ato de ser materialista, pois a matéria, mesmo quando organizada por uma forma, não dá conta de explicar a ordem do ser.

    Pois bem. Comecemos por um axioma escolástico muito simples e de valor universal: operari sequitur esse (o operar segue o ser) Ora, dizer isto significa o seguinte: nada opera senão enquanto é, pois o não-ser não pode operar. Portanto, o ser é a raiz primária de todas as operações, e, por conseguinte, de todas as potências. Nas palavras de Santo Tomás, ele é o ato de todos os atos e a perfeição de todas as perfeições. O seu primado é, portanto, absoluto, na medida em que o ser é o ato primeiro por si subsistente (primus autem actus subsistens per se, na expressão precisa e concisa do Aquinate).[4]



    Mas o ser tem outra característica marcante: por estar pressuposto em absolutamente em todas as coisas, ele é a atualidade de todas as formas existentes (actualitas cuiuslibet formae existentis).[5] Noutras palavras, toda forma — que, como vimos, é o princípio de especificação, ou seja, é o que distingue os entes em espécies — está para o ser assim como a potência está para o ato. E a matéria, por sua vez, está em potência para a forma, e ao unir-se a ela demarca um princípio e também um limite operativo para o ente. Assim, que um jacaré consiga ficar até duas horas embaixo d’água decorre do fato de que a matéria está nele organizada pela forma exatamente para operar assim. A sua qüididade contempla, em elevado grau, um tipo de respiração anaeróbica, ao passo que a forma entitativa humana (ou seja, a espécie homem) não possui tais potências.[6]



    Fixemos bem isto: o ser é o que de mais perfeito há em todas as coisas (ipsum esse est perfectissimum omnium) e é também a atualidade de todas as formas (actualitas omnium rerum, et etiam ipsarum formarum).[7] Em resumo, não há formas sem ser, e mais: a forma (enquanto essência) é o limite do ato de ser de um ente. Neste contexto, o grau de nobreza ontológica de um ente corresponde ao grau de ser que é atualizado nesta ou naquela forma, a qual dá ao ente tais ou quais possibilidades de operar; dá a ele, portanto, species. Assim, que o macaco de Darwin não possa resolver um problema de física quântica ou compreender as teses evolucionistas radica no fato de que a sua forma entis não possui potências intelectivas capazes de assimilar imaterialmente as formas das coisas. Ademais, pressupor que tal símio possa um dia — por meio de um complexo processo evolutivo “natural” — transcender às notas individuantes da matéria, sem ter contudo potências que o habilitem a tanto, é estabelecer um abismal salto na natureza.[8]

    Vale neste ponto relembrar que, na integração da forma com a matéria, compete à forma fixar a substância de ente num gênero ou numa espécie. Ora, vimos que a matéria não pode ser princípio de especificação porque, se o fosse, todos os entes compostos de matéria e forma (justamente por possuírem matéria em seu composto) seriam de uma mesma espécie, o que é absurdo. E como ato primeiro de organização da matéria, que tem a operação como ato segundo, dele decorrente, a forma define o ser substancial.[9] No caso do homem, por exemplo, a alma intelectiva é a sua forma substancial.

    Expostas todas estas coisas, observe-se que a matéria é de uma indigência ontológica sem par, visto que o seu grau de participação no ser é ínfimo. Sozinha, ela nada pode fazer, pois é inerte por natureza. E mais: tudo o que tem ser possui certas tendências, aptidões ou inclinações naturais, e neste contexto a materia prima, não podendo ser caracterizada como não-ser em sentido absoluto — pois então seria impotente para assumir quaisquer formas —, é tendência radical às formas. Ou seja: a materia prima é potência para o ser substancial,[10] ou, noutra formulação, ela é princípio absolutamente potencial. Ou seja, ela é informe enquanto princípio potencial, mas isto não implica que na realidade ela não possua formas, como se explicará adiante.

    Para evitar mal-entendidos posteriores, vale dizer que nos referimos, com a presente definição, à materia prima enquanto potência, mas ainda não abordamos amiúde dois problemas:

    a) se a sua informação (ou seja, o receber as formas) foi simultânea ou sucessiva ao seu surgimento;

    b) e se ela foi informada apenas por alguns elementos ou já recebeu formas entitativas prontas.

    Baste-nos frisar que, como primo principium passivum, ela é potência para o ser; ou seja, é ser potencial.[11]

    A propósito, observou-se anteriormente que a física não pode dar qualquer resolução teorética satisfatória acerca da natureza da materia prima, pois até mesmo para chegar-se à conclusão de que ela existe é exigida uma abstração de terceiro grau — eminentemente metafísica. Muito menos a biologia ou outras ciências naturais podem fazê-lo. Portanto, ao se indicar que os evolucionismos deificam a matéria, por lhe atribuírem superpotências operativas, está-se fazendo referência imediata à materia secunda, que é potência para o ser acidental, e não à materia prima enquanto potência para o ser, que eles sequer alcançam conceber.

    Abra-se aqui um breve parêntese para registrar que há, no tomismo contemporâneo, quem sustente a idéia de que a materia prima se identifica de alguma maneira com as formas “elementais”[12] a partir das quais se teriam desenvolvido sucessivamente formas posteriores — tese de que discordamos peremptória e decisivamente. Entre outras cosas porque o Aquinate é claríssimo ao afirmar, em diferentes passagens de sua obra, que o estado informe da matéria (materia prima) não precedeu no tempo à sua informação (materia secunda).

    Entre outros argumentos, pelos seguintes:[13]




    • Se a matéria informe precedeu em duração à matéria informada, isto implicaria dizer que ela existia em ato antes de ser informada. Ora, tal premissa pressupõe a existência de um ser atual sem ato, o que implica contradição (quod implicat contradictionem).



    • Toda imperfeição de um efeito provém de imperfeições no agente que o causou. Ora, Deus (cuja existência está provada) é o agente omniperfeito. Logo, nenhuma coisa feita por Ele poderia ser, em sentido absoluto, informe na realidade (o que indicaria certa imperfeição).



    • Se o estado informe (materia prima) porventura precedeu no tempo à formação da matéria (materia secunda), seguir-se-ia que, desde o princípio, reinou a confusão entre as coisas materiais, à qual os gregos chamavam caos.


    Ora, como o tempo surge com a materia prima,[14] daí se segue que, se houver alguma precedência da materia prima com relação à materia secunda, será quanto à natureza, mas não cronológica.[15] Para a compreensão disto, deve-se saber que Deus está fora do tempo; portanto, opera Ele desde a eternidade ordenando umas coisas a outras de acordo com a Sua Providência sapientíssima, razão pela qual os Seus decretos implicam, sim, precedência ontológica de umas coisas em relação a outras, mas não necessariamente cronológica.[16] Ocorre que de nenhuma dessas premissas se segue que a materia prima tenha possuído desde o início apenas formas “elementais” com potência para evoluir em outras — por meio de uma mescla acidental de elementos, embora se possa conceder que tal hipotética mescla possa realizar-se eficientemente por Deus, de potentia absoluta. Falaremos noutra ocasião acerca do tipo de atualidade que a materia prima possui, mas as características até aqui apontadas já nos servem como fio condutor da presente prova metafísica. Fechemos agora este parêntese relativo a um problema da escola tomista e voltemos ao tema que nos ocupa.

    A materia secunda, justamente por já estar informada, participa do limite de ser e de operação que há no ente. Mas ela, assim como a materia prima, também não possui potências ativas — mas tão-somente potências passivas, que são (reiteremos!) limitadoras das potências ativas radicadas na forma. Assim, desde os entes unicelulares do pool genético ancestral, pressuposto na hipótese da evolução, até o homem, existe sempre uma forma organizadora da matéria, mas também limitada por ela. Somente um ente sem composição de matéria em sua forma poderia não ser limitado pela matéria em seu ser e em seu operar.[17] Em resumo: todo ente composto de matéria e forma possui um conjunto específico de potências ativas e passivas (maior ou menor, não importa).

    Mas as potências da matéria, exatamente por serem passivas, sofrem em geral a ação de outrem ao modo de corrupção. No melhor dos casos, sofrem-na ao modo de adaptação ao meio — com mudanças acidentais e/ou substanciais que já estavam incluídas na potência daquela matéria informada. Assim, quando por exemplo se produz vinagre de vinho, a forma avinagrada proveniente do vinho é uma transformação devida a uma alteração química num ente natural orgânico, mas não uma “evolução”, em sentido metafísico.

    A corrupção da forma pela matéria, portanto, não é outra coisa senão a perda de elementos.[18] Mas a contrária não é verdadeira: a aquisição de novos elementos (ou a sua mescla pura e simples) não basta para gerar uma nova espécie com potências operativas superiores na ordem do ser, entre outros fatores em virtude de seu caráter acidental — e o acidente sequer entra na divisão por gênero.[19] Ora, nos entes compostos de matéria e forma, o que não é genérico não pode, por sua vez, ser predicado como específico — pois a espécie é uma subdivisão do gênero. Por isto, uma espécie composta de matéria e forma que não pertença a um gênero é tão possível quanto um círculo quadrado, porque nesta categoria de entes o gênero radica na matéria, e a espécie, na forma.

    Por estes apontamentos se pode ver que só é possível a hipótese evolutiva se se tem de antemão uma concepção da matéria informada como realidade potencialmente ativa — e não como o que ela de fato é: potência passiva limitadora das operações da forma. Mas conceber isso é absurdo porque até mesmo os elementos constitutivos dos corpos cumprem um papel predispositivo da matéria em relação à forma, contribuindo para a integridade da natureza substancial mista. Nas palavras de Santo Tomás, toda forma substancial requer uma disposição adequada da matéria, sem a qual não pode existir, daí ser a alteração um caminho entre a geração e a corrupção.[20] Mas quem disse que a geração, neste caso, é de uma espécie com potências ativas superiores?

    Fica, pois, estabelecido que a hipótese da evolução traz consigo a premissa oculta de que a materia secunda tem potências ativas “infinitas”. Potências para mudar populações de organismos ao longo dos tempos — de maneira não-aleatória (seleção natural) ou de maneira aleatória (deriva genética). Seja como for, uma coisa é modificarem-se as características de uma espécie no decorrer dos séculos, ou mesmo chegar a espécie a corromper-se, extinguir-se totalmente; outra, muito distinta, é pressupor que uma espécie supere, de uma maneira ou de outra, as inalienáveis contingências metafísicas em que está arrojada.

    Ademais, a primeira potência ativa na ordem do ser (radical e infinita) é d’Aquele cuja essência é ser em sentido absoluto. D’Aquele a quem, normalmente, damos o nome de Deus (quam omnes Deum nominant).[21]
    ________________________

    1- É impossível falar de “evolução” das espécies de forma totalmente dissociada do problema da origem da vida, não obstante sejam questões distintas. Na presente série, o vocábulo “evolução” serve tanto para fazer referência à origem da vida segundo os naturalistas, como para fazer referência à hipótese da evolução propriamente dita.

    2- Mas não ad infinitum, visto que o infinito numérico é impossível. A menos que usemos o termo “infinito” por meio de uma analogia.

    3- É claro que há incontáveis explicações naturalistas para a origem da vida na Terra. Mas uma explicação que se pretende universal e não alcança valor de prova apodíctica não é outra coisa senão uma petição de princípios. Ora, um metafísico jamais poderá aceitar que uma ciência se erga inteiramente sobre hipóteses. Neste contexto, quando se começa a procurar entre biólogos, geneticistas, paleontólogos, bioquímicos ou embriologistas quais são as suas explicações sobre a origem da vida, a discrepância entre eles já é um indicador de que não se trata de princípios nem de evidências, mas sim de hipóteses mais ou menos plausíveis de acordo com sua maior ou menor conveniência com a tese defendida. Portanto, petitio principii.

    4- Tomás de Aquino, Quodl. XII, q.5, art.1.

    5- Tomás de Aquino, Quodl. XII, q.5, art.1.

    6- Reiteramos o que foi dito anteriormente: species, aqui, é um termo usado em clave metafísica.

    7- Tomás de Aquino, Suma Teológica, I, q.4, art.1., ad.3

    8- Além, é claro, de agredir um princípio metafísico universalíssimo: o operar radica no ser, e este se atualiza em formas com potências mais ou menos limitadas, visto que, nos entes, a essência não se identifica com o ser em grau máximo. Só em Deus a essência pode ser dita ser em sentido absoluto.

    9- Referimo-nos aqui, evidentemente, às formas substanciais e não às formas acidentais.

    10- Tomás de Aquino, De princ.nat., c 1, n.338.

    11- Definir a materia prima como princípio absolutamente potencial não implica dizer que ela seja o não-ser, mas sim tomá-la como o ser em potência ou potência para o ser — o que a distingue do nada.

    12- Quase ao modo como alguns entenderam as razões seminais de Santo Agostinho.

    13- Cf. Tomás de Aquino, Suma Teológica, I, q. 66, art. 1, sed contra e corpus. Neste ponto convém registrar que o tempo que se iniciou com a matéria informe.

    14- Tomás de Aquino, Suma Teológica, I, q. 66, art. 4.

    15- Tomás de Aquino, Suma Teológica, I, q. 66, art. 4.

    16- A título de exemplo, é desse tipo a precedência das verdades capitais da teologia mariana. Maria é mãe de Deus e em ordem a isto é que recebeu a plenitude da graça. Há, portanto, precedência ontológica da maternidade divina de Maria em relação a ela ser plena de graça, mas não cronológica, porque em Deus não há cronos.

    17- Ou seja: os Anjos.

    18- Cf. Tomás de Aquino, In Met. V lec.4 n.800.

    19- Tomás de Aquino, Suma Teológica, III, q. 80,, a.3, ad.3

    20-“Omnis forma substantialis propria requirit dispositionem in materia”. Tomás de Aquino, De mix. ele, I, 6.


    21- Tomás de Aquino, Suma Teológica, I, q. 2, art. 3, resp.

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  7. #7
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    Re: A metafísica contra a teoria da evolução

    Cita Iniciado por Hyeronimus Ver mensaje
    En ningún momento dice Sidney Silveira que se apoye en los argumentos que se apoye en los argumentos de Michael Behe. Dice precisamente que en esta serie de artículos no se encontrarán los argumentos biológicos ni químicos de dicho autor, y si califica de estupendo el libro en cuestión es simplemente porque el libro demuestra claramente por medios científicos la imposibilidad de la evolución. Otra cosa es lo que pueda creer personalmente el profesor Behe, aunque se diga católico. Ya sabemos que hoy en día hay muchos supuestos católicos con una fe muy sui generis. Pero el profesor Silveira no es químico ni biólogo, sino profesor de filosofía aunque con la cultura suficiente para entender bien de los aspectos científicos del tema. Es un riguroso tomista y católico tradicionalista, y después de años leyendo su blog y viendo videos de sus clases en Youtube tengo la plena certeza de que si analizara el libro de Behe desde un punto de vista metafísico o teológico no dejaría de encontrarle sus fallos, incluso muchos que se nos escaparían. De todos modos, el libro de Behe es excelente para refutar el evolucionismo. Lo sé bien porque lo tengo en mi biblioteca. Lo que pasa es que no es lo mismo refutarlo desde la ciencia que desde la metafísica, y aunque los argumentos sean diferentes tienen su momento y lugar. El mismo Silveira, cuando dice en el artículo que la taxonomía científica oficial no es del todo precisa en metafísica, reconoce su utilidad para los fines de la ciencia.


    Pues esta es la cuestión, que no se pueden mezclar las cosas. Desde un punto de vista de una lógica elemental no se puede discutir de un tema común y concreto desde diferentes discursos y planos de abstracción. Por otro lado, aunque se le tengan muchas ganas a la "hipótesis/teoría de la evolución", por diferentes razones, hacerlo de una forma que no tiene un campo común de discusión apenas sirve para algo. Quizás, pueda tener la utilidad de que haya personas que puedan interesarse por analizarla desde otro enfoque, bien. Puede, por qué no, que otros que nunca se han planteado el asunto, lo hagan a partir de una exposición concreta como la expuesta aquí. Pero, igualmente puede exacerbar posiciones en lugar de acercarlas y, por supuesto, hay certeza de que una hipótesis si logra el rango de teoría, sólo puede ser refutada empíricamente por otra nueva teoría, y esto es un principio incuestionable del método científico aplicable a cualquier ciencia, sea la que sea. Por tanto, la hipótesis/teoría de la evolución sólo será refutada por un investigador, o grupo de investigadores (paradigma), desde el campo de la bioquímica.

    Mi posición en esto la puedo exponer muy claramente usando el sofisma siguiente:

    "El caballo es un ser vivo,
    el hombre es un ser vivo,
    luego el hombre es un caballo."

    Este sofisma forma parte de la metafísica, fundamentándonos en la lógica observamos que las dos premisas son ciertas pero la conclusión es falsa y así lo afirmamos metafísicamente. Parece que no hay duda al respecto, eso es cierto, pero para hacer una refutación real habría que analizar el ADN del caballo y el ADN del hombre, cotejarlos y establecer las diferencias. En mi opinión, podemos aplicar el ejemplo al tema desarrollado por este profesor. Debo aclarar que con ello no afirmo que esté planteando falacias, aunque por ahí me ha parecido encontrar algunas expresiones poco "ortodoxas", pero si sostengo que sus argumentos --así lo digo porque usas varios de diferente signo--, le sirven de apoyo para afirmar cuestiones que son sólo representativas de un ensayo, no de una demostración empírica y aún menos de "la" refutación, y sin que por ello sus argumentaciones pierdan interés.

    A los efectos, y sintiendo mucho que pueda haber lectores a quienes les fatigue la existencia de textos extensos, voy a reproducir unas líneas que, en mi opinión, vienen muy a cuento de esta discusión:

    "Los datos objetivos.

    Constituyen fundamentalmente la única base. 'OBJETIVO' no significa aquí que la percepción de los hechos dé un conocimiento directo del mundo real, sino que indica sólo que se trata de hechos que son independientes del sujeto que los observa y que pueden ser reproducidos en cualquier momento, por complicadas que sean las relaciones entre los datos."

    Más adelante ya citaré la fuente por completo. Destaco estas frases porque se aplican perfectamente a un aspecto de nuestro tema: no se puede generalizar sobre la evolución en sentido lato porque desde Lamarck y Darwin ha sufrido una enorme transformación y diversificación, mientras que el discurso crítico sigue tomándola como algo unitario. Por otro lado, en este nivel de discusión es erróneo extenderse a toda la materia, por que para ser precisos el problema de la evolución se circunscribe realmente al hombre, su naturaleza y sus orígenes. Es decir, si el ser humano hubiese quedado al margen en los escritos de los evolucionistas de antaño hoy no habría ningún problema, salvo los estrictamente empíricos entre investigadores en relación a esta línea de investigación. Eso, y el hecho de que la han logrado imponer en casi todos los planes de estudios del mundo moderno. Naturalmente, desde el instante en el que se afirmó el monogenismo y al hombre como producto del mismo, surgió la polémica. Y si se afirma lo anterior, el hombre es una animal más, aunque dotado de una cosa llamada inteligencia racional; y si se niega toda posibilidad de evolucionar se aísla al ser humano de toda relación con el resto de la Naturaleza. Así, se puede afirmar el creacionismo sin mayores dificultades. En la primera de las posiciones se dota a las hipótesis de un cuadro de cientificidad; en la segunda, bajo la acusación de que "la teoría de la evolución es una forma apenas disimulada de la deificación de la materia", se dota al discurso del ropaje metafísico, y unos y otros se refieren a "la materia", mientras se opone "el espíritu", como un arma arrojadiza dando la sensación de que el hombre no fuera un ser dual.


    "La hipótesis resume luego en el proceso constructivo de la inducción los datos iniciales de la observación y el experimento, enriquecidos con los elementos aportados por la experiencia del sujeto.

    La teoría, que describe correctamente por lo menos ciertas propiedades del sistema en cuestión del mundo real, es obtenida cuando la hipótesis es mejorada con nuevos datos objetivos y cuando las conclusiones a las que conduce han sido verificadas y confirmadas en el experimento.

    El enunciado, se presenta en forma de proposiciones, es decir, en una ordenación lógica de conceptos definidos con precisión y solamente tiene sentido cuando la exactitud de su contenido puede ser verificada mediante datos objetivos.

    La esencia de los enunciados científicos. Las teorías de las ciencias naturales son siempre mejoradas y alteradas debido al descubrimiento de nuevos datos y hechos. Hay que tener conciencia de esta dinámica de los conocimientos y renunciar a todo tipo de dogmatismo científico, a toda pretensión de la verdad absoluta y de la exactitud definitiva de los enunciados. Además, cada disciplina científica se limita al campo de su competencia, en el que sólo ella puede obtener datos objetivos. Por ello, las ciencias naturales no se preocupan de si sus enunciados son 'verdaderos' en un sentido metafísico, ​sino sólo de si no están en contradicción con los datos objetivos y con el rigor lógico."



    Es evidente que los elementos de la investigación en ciencias naturales son los mismos que en otras ciencias, pero los autores se limitan a escribir sobre su propia disciplina. Resulta importante tener conciencia de lo que se está tratando, no sólo se excluye con toda claridad toda pretensión cientificista, sino también se declara abiertamente que respetando lo que pueda decir la metafísica sobre el cientificismo, se afirma que la ciencia verdadera se ocupa de que cualquier hipótesis o teoría se ajuste a los muy estrechos límites de la investigación científica. Es decir, no niega la metafísica como fuente de conocimiento lógico, pero si es exigente con el conocimiento empírico y lo que se hace con él.



    "Las 'teorías correctas' en este sentido confieren la capacidad de predicción: el comportamiento de un sistema en determinadas condiciones puede ser predecido por la teoría correspondiente. Con ello esta parte del mundo queda asequible a la actuación planificada del hombre, quien debería utilizar ese poder de manipulación con conciencia de su responsabilidad.
    Toda 'verdad científica' es pues relativa en el sentido de que depende, en primer lugar, del estado general de los conocimientos, en el momento en que es enunciada y que, por otra parte, está ligada a las condiciones en las que se halla situado el sistema estudiado: por ello la verdad de la ley está limitada a estas únicas condiciones, por generales que sean. Por esta causa, una ley científica no puede dar lugar a una ley metafísica, pues esta última no está sometida a ninguna condición particular."
    El sistema coherente de las 'muñecas rusas'.

    La ciencia biológica debe adaptar sus métodos al sistema coherente de las "muñecas rusas" de todas las ciencias naturales. Esta concepción dice que los procesos de todo el Universo están regidos por un único conjunto de leyes naturales que se incluyen unas a otras. Toda ley especial comprensible sólo en la estrategia más compleja, puede ser deducida básicamente de esta misma estrategia y de las leyes naturales más amplias de las ciencias fundamentales. El encadenamiento de los distintos fenómenos obedece pues tan sólo al principio de causalidad ( pregunta: ¿por qué?) a la relación estrictamente verificable y medible en lo posible de la causa y el efecto. Pero los seres vivos son sistemas altamente complejos en los que el encadenamiento ininterrumpido de las causas y los efectos resulta muy difícil de observar; por ello, la biología intenta desarrollar unos modelos que faciliten este empeño. Por esta razón se utiliza a veces, transitoriamente, una concepción final (teleológica) (pregunta: ¿para qué?) aparentemente opuesta al principio de causalidad y que considera que el fin, la finalidad es la verdadera causa, ya que con ello se consigue una mejor visión del conjunto de la estrategia y la función. De hecho, la ley del encadenamiento de las causas y los efectos y la explicación finalista no son más que dos aspectos de una misma necesidad activa. Se explican los hechos según el principio de que nada es fortuito y de que toda estructura viene determinada por una finalidad que, no es más que la expresión del desarrollo necesario de la manifestación. Se considera 'como si' la finalidad hubiera dado lugar a la estructura, es decir, que se tiene conciencia del carácter de modelo (principio heurístico). Pero por lo general el fenómeno es simplificado, ya que el modelo intenta imitar al organismo para poner de manifiesto las interacciones existentes. También en este caso es variable el grado de concordancia entre la relación causal objetiva y del modelo.

    Este método es el que conduce generalmente a la simplificación de los hechos a pesar de que la concordancia entre los modelos y la misma realidad de los hechos no conduce siempre a una fácil resolución en el campo de la teoría científica."

    (FUENTE: Atlas de Biología Ediciones OMEGA. Introducción, págs., 1 y 7)

    Esta explicación del método científico no introduce en parte alguna esa especie de religión materialista de la que son acusados (con razón) los evolucionistas, o sea,"los dogmáticos evolucionistas". Pero, sin afirmar ni negar nada, no se descarta la posibilidad de que la evolución sea una estrategia de supervivencia para los individuos, y en consecuencia de su especie. El ser un erudito no convierte a una persona en un especialista, no otorga carta de conocimientos superiores equivalentes a los que conducen la formación académica y la práctica continuada que supone la experiencia en campos concretos de aplicación de los conocimientos adquiridos. Desde mi punto de vista, el tema de la evolución no quedará resuelto hasta que no exista un conocimiento exhaustivo del ADN, que es, además de un código, el "plano general" de cada especie. Pero, de cualquier modo, su refutación cierta sólo está en manos, como ya me expresé, de algún bioquímico. No obstante, desde las explicaciones que he reproducido textualmente y "sin meter la tijera" en ninguna de sus partes, ya se dirá si no se puede concatenar perfectamente la idea de la Creación de Dios con la ciencia, en este caso la natural.

    Saludos en Xto.
    "He ahí la tragedia. Europa hechura de Cristo, está desenfocada con relación a Cristo. Su problema es específicamente teológico, por más que queramos disimularlo. La llamada interna y milenaria del alma europea choca con una realidad artificial anticristiana. El europeo se siente a disgusto, se siente angustiado. Adivina y presiente en esa angustia el problema del ser o no ser.

    <<He ahí la tragedia. España hechura de Cristo, está desenfocada con relación a Cristo. Su problema es específicamente teológico, por más que queramos disimularlo. La llamada interna y milenaria del alma española choca con una realidad artificial anticristiana. El español se siente a disgusto, se siente angustiado. Adivina y presiente en esa angustia el problema del ser o no ser.>>

    Hemos superado el racionalismo, frío y estéril, por el tormentoso irracionalismo y han caído por tierra los tres grandes dogmas de un insobornable europeísmo: las eternas verdades del cristianismo, los valores morales del humanismo y la potencialidad histórica de la cultura europea, es decir, de la cultura, pues hoy por hoy no existe más cultura que la nuestra.

    Ante tamaña destrucción quedan libres las fuerzas irracionales del instinto y del bruto deseo. El terreno está preparado para que germinen los misticismos comunitarios, los colectivismos de cualquier signo, irrefrenable tentación para el desilusionado europeo."

    En la hora crepuscular de Europa José Mª Alejandro, S.J. Colec. "Historia y Filosofía de la Ciencia". ESPASA CALPE, Madrid 1958, pág., 47


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  8. #8
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    Re: A metafísica contra a teoria da evolução

    Estimado Valmadian:

    Pretender que una teoría de una determinada ciencia sólo pueda ser refutado con argumentos basados en la misma ciencia es un error. Este error consiste en la pretensión de dichas ciencias, producto del nominalismo, de pretenderse escindidas e independientes de la metafísica.
    La metafísica es prueba definitiva, la razón lo demuestra y la Iglesia siempre lo ha sostenido así. Sostener lo contrario es consecuencia del complejo del "pensamiento" moderno-al cual pertenece el pretendido método científico-respecto de su capacidad para conocer la verdad.
    Por lo demás el silogismo expuesto, no es tal sino una falacia fácilmente identificable por cualquier metafísico de capacidad media, pues la lógica es una de las conductas de entrada para imbuirse de la ciencia de las ciencias, la metafísica.
    Una ciencia que no tenga explicación metafísica es una falsa ciencia. Lo que da razón de ciencia a las llamadas ciencias positivas es el hecho de que jamás entren en contradicción con la metafísica. De hecho sólo pueden probar que son ciencias recurriendo a argumentos metafísicos no a argumentos salildos de sí mismas, pues se trataría de una petición de principio.
    Por último, todas las definiciones y condenas en doctrina de Fe y Moral se basan en argumentos metafísicos irrefutables que, a lo menos, demuestran que una determinada doctrina se opone o no a la razón. Y estos argumentos son considerados definitivos, salvo por quienes debido a la soberbia o a una formación deficiente desconocen los principios metafísicos.

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  9. #9
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    Re: A metafísica contra a teoria da evolução

    Cita Iniciado por CRISTIÁN YÁÑEZ DURÁN Ver mensaje
    Estimado Valmadian:

    Pretender que una teoría de una determinada ciencia sólo pueda ser refutado con argumentos basados en la misma ciencia es un error. Este error consiste en la pretensión de dichas ciencias, producto del nominalismo, de pretenderse escindidas e independientes de la metafísica.
    La metafísica es prueba definitiva, la razón lo demuestra y la Iglesia siempre lo ha sostenido así. Sostener lo contrario es consecuencia del complejo del "pensamiento" moderno-al cual pertenece el pretendido método científico-respecto de su capacidad para conocer la verdad.
    Por lo demás el silogismo expuesto, no es tal sino una falacia fácilmente identificable por cualquier metafísico de capacidad media, pues la lógica es una de las conductas de entrada para imbuirse de la ciencia de las ciencias, la metafísica.
    Una ciencia que no tenga explicación metafísica es una falsa ciencia. Lo que da razón de ciencia a las llamadas ciencias positivas es el hecho de que jamás entren en contradicción con la metafísica. De hecho sólo pueden probar que son ciencias recurriendo a argumentos metafísicos no a argumentos salildos de sí mismas, pues se trataría de una petición de principio.
    Por último, todas las definiciones y condenas en doctrina de Fe y Moral se basan en argumentos metafísicos irrefutables que, a lo menos, demuestran que una determinada doctrina se opone o no a la razón. Y estos argumentos son considerados definitivos, salvo por quienes debido a la soberbia o a una formación deficiente desconocen los principios metafísicos.

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    Estimado Cristian, sólo con esa primera frase que he destacado en negrita acabas de cargarte toda la ciencia y toda posibilidad de avance científico, ya sea empírico o no experimental. La cuestión no está, precisamente, en que la Ciencia en sensu lato se haya escindido de la metafísica lo cual, me temo, no es cierto y la prueba es la existencia de los códigos deontológicos, sino del problema surgido a raíz de la creencia de que sólo la metafísica por si misma es capaz de llevar a cabo cualquier investigación. Lo expuse en el primer mensaje y lo reitero aquí, si tengo que ir al médico a operarme de algo espero que lo haga un médico asistido de toda la parafernalia tecnológica que sea precisa y no un metafísico, y este argumento lo extiendo a miles de situaciones, y si quiero lo contrario me iré a un convento de clausura o a una ermita aislada, y más aún, empezaré por prescindir del ordenador y de Internet, porque todo esto es ciencia y tecnología, se quiera o no, guste o no. Y, por otro lado, un metafísico no tiene ni los conocimientos suficientes ni la formación necesaria para saber cómo se ha de proceder en casi todas las dos mil ciencias existentes salvo cuando se llega a la Causa Primera, cuyo conocimiento directo, por cierto, nos está vedado en este mundo, con lo que acerca de por qué y cómo procedió Dios es un imposible para nuestra razón, por muy metafísica que sea. Para comprobar, a continuación, que ni ARISTÓTELES puso semejantes objeciones a lo que es la realidad objetiva.


    Para el estagirita todo hombre apetece naturalmente saber. Y, según él mismo las formas de conocimiento o saberes son los siguientes:

    Experiencia; Técnica; Prudencia; Ciencia; Inteligencia; Sabiduría.

    A su vez, la Ciencia la concibió de la siguiente manera:

    1.- Es conocimiento de las cosas por la esencia.
    2.- Es conocimiento de las cosas por sus causas: extrínsecas: Eficiente y Final. E intrínsecas: Material y Formal.
    3.- Es conocimiento necesario.
    4.- Es conocimiento universal: fijo, inmutable y necesario (de lo particular e impermanente no se puede hacer ciencia).

    Además, es un saber demostrativo: versará no sobre los principios, sino sobre las conclusiones.

    El saber de los principios corresponde a la Inteligencia.

    Clasificó las ciencias en tres géneros:

    1.- Teoréticas: Física, Matemáticas y Filosofía Primera o Metafísica.
    2.- Prácticas: Ética, Monástica, Económica y Política.
    3.- Poéticas: todas las artes en general.

    A su vez la Lógica no entra en ninguna categoría en particular ya que la califica como el instrumento de las ciencias.

    También le corresponde la explicación sobre la formación del concepto universal, la teoría de la abstracción, los primeros principios, el concepto de verdad y el valor de la ciencia.

    Y afirma que: toda ciencia es conocimiento de la realidad en sus fundamentos o causas, en sus "porqués".

    Como la realidad es compleja, en la búsqueda del conocimiento hay que distinguir entre la apariencia y la realidad, la realidad inmediata y la realidad subyacente. Una ciencia es un conocimiento natural espontáneo que se tiene de la realidad.

    (FUENTE: "Ciencia y Fe" G. Malavassi)

    Por otro lado, al afirmar que estas ciencias son nominalistas es demostrar que no se conocen en modo alguno. Es un principio deontológico y empírico encontrar universales en todas y cada una de las ciencias. Más aún, ninguna rama de conocimiento puede aspirar en sus supuestos a ser tenida como científica si carece de universales. Ese es uno de los aspectos por las que pueden diferenciarse de las pseudociencias. Y dentro del nominalismo, el único evolucionista que lo propugnó fue Spencer. Por otra parte, el nominalismo no es más que una falsa interpretación acerca de los esquemas sensoriales a la hora de la construcción de la ciencia. Y hay que tener cuidado con ello, porque negar la validez de los universales obtenidos por observación, contrastación y experimentación para atribuir sólo tal posibilidad a una sola forma de conocimiento, también pudiera considerarse nominalismo.

    Luego, ¿en qué sentido afirmas que la metafísica es prueba definitiva? ¿Tal vez como Ontología o como Teología? Esto es algo que ni siquiera puede afirmarse desde la Teología. Y no por ausencia de Dios, sino por falta de capacidad de nuestro intelecto para llegar a Él excepto como Dios personal. Después de muchos años de dejarme las pestañas en la observación del cielo a través de mis instrumentos, todavía no he logrado ver ni seres sobrenaturales ni OVNI alguno. Y cuando quiero llegar más allá del alcance de esos instrumentos, recurro al soporte oportuno que trabaja y expone las cosas mediante instrumentos mucho mayores y más avanzados. Y cuando eso no llega tampoco, recurro a la Cosmología y me encuentro con otro problema: hay un momento del que ya no es posible pasar. Bueno, pues entonces sólo queda la Teología y aun así seguiré sin entender y sin conocer por ello. Cuando se habla de Ciencia hay que hablar de lo experimentable por los sentidos, y en esto no hay engaño posible, la ciencia es material o deja de ser ciencia. Cuando a través de la búsqueda de "qué", "cómo", "cuándo", "dónde", "por qué" y "para qué", se llega al "quién", es decir, agotadas todas las vías de la razón empírica, es el momento de acudir a la metafísica en cualquiera de las dos vías que la componen. Pero mientras no se agoten, repito, agoten, todas las opciones habrá que esperar que haya respuestas racionales y tampoco deben esperarse explicaciones definitivas o totales, pues éstas no existen en las capacidades humanas. Se llega a un punto en el que ya no hay más respuestas como algunos pretendéis. En ese sentido, y no otro ya se expresaron algunos Papas anteriores al CVII y de modo, creo que, bastante claro. Sobre este aspecto ya he tenido que reproducir textos últimamente en demasiados mensajes por lo que he de interpretar que o no se leen o no interesa leerlos.

    Además, y ya metidos en esta cuestión, a la Iglesia hay que dejarla en paz. Considero una falacia estar aludiendo continuamente a lo que la Iglesia ha mantenido o dejado de mantener, y es falaz porque se logra el efecto de que haya personas que no se atrevan a expresar su opinión por temor a ser consideradas como "modernistas", "evolucionistas", o sabe Dios que otra cosa. Sobre estas cuestiones y las interpretaciones particulares que al respecto se suelen hacer hay mucho que decir. Yo no necesito estar recurriendo a lo que se dice para saber si mi trabajo cotidiano o mi forma de vivir la fe está conforme a la mentalidad de algunos y al respecto, tengo un volumen de materias más que suficiente para estar consultando cuando lo considero oportuno sin necesidad de recibir lecciones, y eso no es ni soberbia, ni desconocimiento, sino sentido lógico y práctico. Y si hago este comentario es por si se hacen extensivos ciertos juicios morales.

    El error más monumental que se comete hoy en día es estar recurriendo permanentemente a la metafísica cuando ésta es rechazada de plano por materialistas y positivistas que son quienes imponen sus tesis en el mundo académico, mientras no se fomenta ni se apoya a aquellos científicos que son creyentes "a priori", católicos en muchos casos, y de los que se pone en cuestión su fe ("no juzguéis y no seréis juzgados"), al tiempo que se amedrenta a los más jóvenes que sienten interés por las ciencias sin dejar de lado su vivencia religiosa. Esto es extraordinario, la ciencia una actividad propia de la razón, otorgada por Dios, razón que tiene su fundamento en esa misma metafísica, ha de ser dejada en manos de los manipuladores que niegan toda espiritualidad y al mismo Dios. ¡Ver para creer! Y por respuesta a esos mismos, hay que hacerlo desde argumentaciones nebulosas, esencialmente inexperimentables, y no con el mismo lenguaje y desde el terreno en el que ellos se desenvuelven y luego nos quejamos de ver cómo la gente se aleja de Dios.

    En fin, ya es muy tarde en España y yo he tenido que madrugar para asistir a mi empírico empleo. Sin otro particular, que Dios y Nuestra Señora te bendigan.
    Última edición por Valmadian; 11/02/2012 a las 03:47
    "He ahí la tragedia. Europa hechura de Cristo, está desenfocada con relación a Cristo. Su problema es específicamente teológico, por más que queramos disimularlo. La llamada interna y milenaria del alma europea choca con una realidad artificial anticristiana. El europeo se siente a disgusto, se siente angustiado. Adivina y presiente en esa angustia el problema del ser o no ser.

    <<He ahí la tragedia. España hechura de Cristo, está desenfocada con relación a Cristo. Su problema es específicamente teológico, por más que queramos disimularlo. La llamada interna y milenaria del alma española choca con una realidad artificial anticristiana. El español se siente a disgusto, se siente angustiado. Adivina y presiente en esa angustia el problema del ser o no ser.>>

    Hemos superado el racionalismo, frío y estéril, por el tormentoso irracionalismo y han caído por tierra los tres grandes dogmas de un insobornable europeísmo: las eternas verdades del cristianismo, los valores morales del humanismo y la potencialidad histórica de la cultura europea, es decir, de la cultura, pues hoy por hoy no existe más cultura que la nuestra.

    Ante tamaña destrucción quedan libres las fuerzas irracionales del instinto y del bruto deseo. El terreno está preparado para que germinen los misticismos comunitarios, los colectivismos de cualquier signo, irrefrenable tentación para el desilusionado europeo."

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  10. #10
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    Re: A metafísica contra a teoria da evolução

    La reflexión filosófica-metafísica más acertada que yo he leído sobre la teoría de la evolución es la que realiza el profesor de filosofía Nestor Martínez en este trabajo ->

    Documento: Acerca de la evolución
    Consideraciones del profesor Néstor Martínez acerca de la evolución, en donde se pregunta si es lógica y metafísicamente posible una evolución o “descendencia” de las especies y con qué requisitos metafísicos es posible
    También es igualmente interesante el apartado que dedica a la evolución el catedrático de metafísica Antonio Millán Puelles en su 'Léxico Filosófico', páginas 281-291.

    En google books se puede consultar pero no permiten ver algunos fragmentos.
    Léxico filosófico - Antonio Millán-Puelles - Google Libros
    Última edición por Felipe; 11/02/2012 a las 21:32

  11. #11
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    Re: A metafísica contra a teoria da evolução

    Estimado Valmadian:

    Todo conocimiento se adquiere a través de los sentidos. Es un principio básico de toda sana metafísica. Por si tuvieses alguna sospecha respecto a mí sobre el particular. Por lo demás, evidentemente que no se trata de negar el desarrollo particular de todas las ciencias, particulermente de las positivas, sino de negar su autosuficiencia. Porque las sólas ciencias positivas son absolutamente incapaces de explicar todo, menos pueden pretender demostrarse como ciencias recurriendo a sí mismas, sería un argumento circular. Todo lo que te he explicado se reduce a que si un postulado o eoría de una determinada ciencia es contradictorio respecto a una verdad metafísica, tal postulado o teoría es falso necesariamente por negar una causa última; causa que, en definitiva, es la que demuestra que tal conocimiento sea ciencia.
    Ahora que haya gente que por falta de formación o inteligencia caiga en el desprecio o sospecha respecto de las ciencias positivas es otro tema.

    Saludos en Cristo Rey y en María Reina.

    LAUS DEO VIRGINIQUE MATRI

  12. #12
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    Re: A metafísica contra a teoria da evolução

    A metafísica contra a teoria da evolução (V): a criação, um problema de natureza diversa



    “Concedamos espaço maior, papel mais relevante, às causas segundas; mas não concedamos nada à evolução porque ela é uma monstruosidade metafísica que não cabe em lugar algum”.

    Gustavo Corção

    (As Descontinuidades da Criação)

    (continuação deste texto)

    Sidney Silveira

    Santo Tomás de Aquino dedicou textos importantes de sua obra ao problema da criação. Isto em dois vetores: a criação em sentido geral e a criação do universo corpóreo. Em ambos os casos, comprovando a absoluta transcendência da causa primeira do ser com relação a todas as causas segundas. Estas, a propósito, sempre pressupõem em seu operar algo anterior, ao passo que a causa primeira não pode supor em suas operações algo que ela mesma produziu,[1] o que implicaria contradição. Ademais, nada pode haver anteriormente ao que é primeiro em sentido absoluto.

    A causa primeira do ser não é cognoscível — sob aspecto algum — por nenhuma das ciências naturais, visto que a natureza, com todas as suas operações, já se enquadra no contexto das causas segundas. A razão disto é que as causas naturais produzem este ou aquele ente, partindo sempre de algo anterior, ao passo que a causa primeira produz o ser. Assim, nem mesmo a materia prima como “ser real-potencial”, na feliz expressão do tomista Gallus M. Manser, pode ser objeto da física, da biologia ou de qualquer outra ciência natural, justamente por ser informe. Neste contexto, como se afirmou que o problema filosófico da criação nada tem a ver com a hipótese da evolução, cabe fazer algumas considerações a seu respeito.

    Comecemos pela observação do Aquinate de que os filósofos antigos — ao analisar a origem de todas as coisas — sempre consideraram um devir, uma geração, uma mutação a partir de matéria preexistente.[2] Nem mesmo Aristóteles, com o seu Primeiro Motor Imóvel, ultrapassou satisfatoriamente a idéia de uma materia prima existente desde sempre.[3] Na verdade, algo assemelha esses antigos filósofos da natureza aos cientistas contemporâneos que esboçam teses sobre a origem do universo, da vida, etc.: o não enxergar a inadequação entre os instrumentos de que se valem e as teorias que formulam.

    Para ter-se idéia de quão distinto da hipótese da evolução é o problema da criação, comecemos por observar, com Santo Tomás, o seguinte: tudo o que tem potência para ser e não ser, com certeza um dia não foi. Pois bem: não é possível que todos os entes do universo sejam assim (contingentes), pois se todos, sem nenhuma exceção, possuíssem potência para o não-ser, seria necessário admitir, retrocedendo nas séries de causas ordenadas per se, que em algum momento nada foi. Mas se isto fosse verdade, nada existiria agora, pois o nada não tem potências; portanto é absolutamente falso que todos os entes do universo sejam contingentes, quer dizer, que tenham potência para ser e não ser. Logo, é preciso conceber a existência de um ser que não tenha potência alguma para o não ser, ou seja: um ser absolutamente necessário, raiz possibilitante de todas as contingências.[4]

    Das cinco vias demonstrativas da existência de Deus, esta é a que mais firmemente conduz ao problema da criação, pois, ao conceber-se a existência de um (único) ser absolutamente necessário, surge a pergunta de como os contingentes dele provieram. Uma vez mais, salta aos olhos que a hipótese da evolução nada tem a ver com este problema, pois já parte das operações da natureza, ao passo que aqui se está indicando a causa de todas as naturezas — apontando para o seguinte: a existência de todo o conjunto de entes naturais do universo (do núcleo atômico aos buracos negros, do talo de grama às galáxias mais distantes) pressupõe algo supra naturam, quer dizer, algo fora da série de causas naturais, sem o que estas sequer existiriam. Noutras palavras, a natureza está orientada teleologicamente ao sobrenatural.

    O leitor que até aqui nos acompanhou há de estar convencido de que é totalmente falsa a dicotomia criacionismo/evolucionismo, pois sequer se trata do mesmo problema. E mais: a hipótese da evolução das espécies é um problema posterior, para cuja formulação honesta seria necessário antes de tudo resolver como é possível o trânsito de uma potência x a um ato y ao qual não está orientada — o que está pressuposto na tese de que uma espécie evolui em outra. E aqui reiteremos o que se disse anteriormente: a cobrança de uma prova metafísica para a hipótese da evolução justifica-se, na medida em que esta, partindo de algumas observações em seu âmbito restrito, quer impor-se como verdade transcendente e omniabarcante para toda uma série de causas naturais.

    Para demarcar ainda mais a diferença entre os problemas, diga-se que, em síntese, a criação pode considerar-se sob quatro aspectos distintos:


    • Com relação à sua causa material (termo a quo): productio ex nihilo. Ou seja, é a produção de todo o conjunto de entes, literalmente, do nada, e não de uma matéria preexistente. Isto ainda abordaremos em detalhe na continuação da série sobre a criação.



    • Com relação ao fim (termo ad quem): productio rei secundum totam substantiam. Ou seja, é a produção de todas de todas as coisas já em sua integridade substancial (matéria e forma, no caso dos entes com composição de matéria, e forma sem matéria, no caso das substâncias imateriais);



    • Com relação à causa eficiente: emanatio totius entis a causa universali, quae est Deus.[5] Ou seja, a proveniência de todos os entes de uma causa só universalíssima: o Próprio Ser Subsistente, Deus.



    • Com relação à ordem entre o termo a quo e o ad quem: transitus de non ente simpliciter ad ens simpliciter. Ou seja, o trânsito do nada em sentido absoluto a partir do Ente em sentido absoluto (que é o Próprio Ser). Daí dizer Santo Tomás que a criação é o primeiro ato que pode exercer-se sobre qualquer coisa (prima actio quae circa rem exercetur).


    Em resumo, a hipótese da evolução não apenas nada tem a ver com a criação, mas mais ainda: por lidar com o ente já formado, a evolução, devido ao seu intrínseco materialismo, sequer pode vislumbrar tão elevado problema metafísico, que finge não existir. Sequer pode vislumbrar que a criação lida com o ente que não pode, com propriedade, ser enquadrado em nenhum gênero, e por conseguinte em nenhuma espécie.

    A questão, portanto, não é contrapor a criação à evolução, mas cobrar desta última a apresentação de hipóteses verdadeiramente científicas, ou seja, que partam de premissas e princípios que não agridam a nenhum princípio universal da razão especulativa, sem o qual não pode sequer haver ciência.

    (continua)

    ______________________


    1-“Nullum agens praeexigit ad suam actionem quod per sua actionem producit”. Tomás de Aquino, Compêndio de Teologia, c.68

    2- Tomás de Aquino, Subst. Sep, c.7, ad.1.

    3- Santo Tomás, comentando a tese de Aristóteles sobre a eternidade do mundo, conclui que não é possível à razão decidir com certeza se o universo foi criado por Deus no tempo ou desde a eternidade. Mas, com relação à criação, propriamente, o Aquinate aponta em diferentes obras que a razão humana pode demonstrá-la de forma apodítica. E ele o fez. Veja-se, portanto, que se trata de dois problemas distintos: o da criação e o de se ela aconteceu no tempo ou desde a eternidade (neste caso, com a pressuposição de que Deus poderia produzir algo fora do tempo).

    4- Cf. Tomás de Aquino, Suma Teológica, I, q. 2, art. 3, resp.

    5-Tomás de Aquino, Suma Teológica, I, q. 45, art. 1.

    Contra Impugnantes

  13. #13
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    Re: A metafísica contra a teoria da evolução

    A metafísica contra a teoria da evolução (VI): a natureza dos predicáveis




    (continuação deste texto)

    Sidney Silveira


    Embora útil e adequada aos fins a que visa, a taxonomia da ciência biológica tende à entropia, pois multiplica ad infinitum as espécies a partir de pequenas diferenças materiais, sem a consideração prévia de que a matéria só pode ser raiz comum do gênero corpo — animado ou inanimado, conforme a clássica divisão da Árvore de Porfírio —, mas não um princípio definidor das espécies.[1] Veremos, a seu tempo, como esse modo de classificação (útil e adequado, repitamos, para a biologia) está indevidamente implicado na hipótese da evolução, e induz a um erro basilar quando se tenta aplicá-lo ao conjunto das espécies assim entendidas.

    Contudo, como se vem apontando ao longo do presente estudo que a forma de um ente é o seu princípio de operação e de especificação, ou seja, é o que o faz ser diferente em espécie de todos os demais, vale fazer alguns aprofundamentos relativos a este tópico. Comecemos, pois, esclarecendo como algo pode, fundamentalmente, ser predicado de outro.

    Trata-se, a propósito, de princípios pré-categoriais implicados em qualquer classificação possível por parte da inteligência humana.




    O lugar do gênero e da espécie entre os predicáveis


    1. O gênero


    Partamos da consideração de que o intelecto humano é, radicalmente, essa potência para abstrair as condições individuantes da matéria e alcançar a região das formas inteligíveis, ou seja, alcançar o universal pelo particular. E também de que, nesta abstração da matéria, ele está apto a separar racionalmente coisas que estão em si unidas na realidade, atribuindo a muitos o que percebe em um (intenção de universalidade). Neste contexto, diz-se que a inteligência não está presa à matéria porque o seu objeto formal está além da matéria: a species intelligibilis, o ente imaterial ao qual o homem chega por um processo que se inicia nas potências sensitivas, passa pelo intelecto possível[2] e culmina numa “iluminação” do intelecto agente, como veremos.[3]

    Dada esta atividade abstrativa da inteligência humana,[4] abra-se um parêntese para registrar que os conceitos por ela formulados são referentes antes de tudo à substância (ente), à qualidade (forma) e à quantidade (matéria) — neste último caso, evidentemente, em se tratando de entes compostos de matéria e forma. Todos os demais conceitos ou predicamentos, de alguma maneira, supõem estes. Mas como, afinal, se pode dizer que algo pertence a um gênero de ente?

    Para responder a esta pergunta, deve-se levar em conta que os entes naturais são por nós conhecidos com a matéria, e não sem ela. Seja com esta ou com aquela matéria, não importa; o fato é que eles nos chegam devidamente limitados pelas condições da matéria assinalada por certa quantidade. Esta, por sua vez, é captável pelas potências sensitivas externas (tato, olfato, audição visão e paladar) e laborada pelas potências sensitivas internas (senso comum, memória, imaginação e cogitativa). Assim, por exemplo, as cores de determinada superfície, em virtude da luz que as torna visíveis, agem sobre a potência da visão e produzem uma forma (species) na base do intelecto possível — à qual chamamos "forma inteligível". Essa forma imaterial passa a estar presente virtualmente na potência intelectiva, até que o intelecto agente atualiza-a, fazendo-a passar de potencialmente inteligível a inteligida em ato. Neste sentido é que a gnosiologia tomista afirma que o intelecto agente ilumina a forma inteligível.[5]

    Neste processo se chega ao universal: deste azul individuado naquela matéria y à forma inteligível azul — universal e distinta em espécie de todas as demais cores. Como se vê, trata-se de uma propriedade universal atribuída a este indivíduo, o que nos dá a clara indicação de que os universais não estão nas coisas reais, mas tão-somente na inteligência. Ninguém, portanto, jamais deparou com o azul, mas com este azul hic et nunc, abstraído da matéria pela potência intelectiva. Ninguém viu a humanidade, mas este ou aquele homem.

    Isto considerado, observe-se que a inteligência — abstraindo a matéria signata — descobre graus de universalidade. E um deles é justamente o gênero, percebido como o que é comum em muitas substâncias no que tange à sua quididade.[6] Ora, como ente de razão, o gênero também não possui ser na realidade (genus non est unum in re, nas palavras de Santo Tomás), mas apenas na inteligência, que o identifica e o classifica.

    A título de exemplo, neste contexto vale perguntar em que difeririam e em que se assemelhariam Platão, um asno e uma planta? Radicalmente, assemelha-os o fato de que todos estão no gênero da substância, mas este é o gênero generalíssimo e não conta para a nossa classificação, relativa a entes já compostos de matéria e forma.

    Portanto, o que neles é comum (e o que os diferencia) é:

    1- Possuir corpo;

    2- Possuir corpo animado;

    3- Possuir corpo animado sensitivo;

    4- Possuir corpo animado sensitivo e intelectivo (racional).

    Observa-se que, do corpo (primeiro gênero que é subalterno ao gênero generalíssimo, a substância), passando pelo segundo gênero subalterno (animal) até chegar a espécie ínfima especialíssima decorrente da racionalidade (ou seja, o homem) existe uma escala de diferenciações. Mas, a partir da espécie, as diferenciações só poderão ser numéricas, ou seja, materiais, e não específicas, ou seja, formais. Daí que Sócrates e Platão não difiram em espécie, mas em número.

    Portanto, as formas específicas encontram-se indeterminadas no gênero, e todos os predicáveis neste âmbito se referem a ele fundamentalmente. É neste exato sentido a matéria se diz princípio de determinação do gênero, e não da espécie.

    A seguir, após a definição de espécie, verifiquemos a atualidade da Árvore de Porfírio e sua pertinência ao problema que ora nos ocupa.

    (continua)

    __________

    1-
    Ou seja: a matéria não pode ser fundamento da especificação porque, nos entes compostos de matéria e forma, ela tem a função de condição predisponente para a forma realizar os seus atos próprios. Ademais, como se disse anterioremente, se a matéria fosse princípio de especificação, todos os entes com composição de matéria seriam de uma mesma espécie, o que é absurdo.
    2- Ou seja: dessa potência radical para todos os inteligíveis.
    3- Não há, portanto, o que alguns pensadores zubirianos chamam de cognição instantânea, pois, após inteligida uma essência pela primeira vez, não é necessário abstraí-la sempre e sempre, mas basta um reconhecimento (pela memória), desta ou daquela species inteligível particular, para que se perceba que o ente individual X pertence à essência Y. Assim, pois, quando o intelecto humano apreende um asno reconhecendo-o de imediato como asno, não se trata de cognição instantânea, pois mesmo neste caso o encontro do intelecto com a essência da coisa se dá por intermédio da species inteligível — a qual lhe aponta uma essência que já havia sido abstraída anteriormente das condições individuantes da matéria.

    4- Advirta-se que a abstração à qual se faz aqui referência é desta ou daquela matéria, ou seja, da matéria delimitada por certa quantidade — captável, por sua vez, pelos sentidos. É neste sentido que as coisas naturais são conhecidas pelo homem a partir desta ou daquela matéria informada.

    5- Luz do intelecto agente – lumen intellectus agentis – foi o conceito empregado por Tomás de Aquino ao fazer reparos à gnosiologia agostiniana da iluminação. Segundo o Bispo de Hipona, a percepção da verdade provém de uma direta iluminação divina na mente humana: é a luz divina o que propicia ao homem compreender as coisas por meio de símbolos e palavras. Em resumo, para Agostinho, a luz divina põe ao alcance do homem as verdades – que estão em seu interior como reflexo da própria verdade divina, eterna, necessária, imutável. Neste contexto, o mestre não faria mais do que transmitir ao discípulo os signos das coisas, e estes, para ser compreendidos, necessitariam haurir sua inteligibilidade da iluminação divina. A isto o Aquinate contrapõe o seguinte: se por “iluminação divina” se entende a potência da faculdade intelectiva ou a virtude encerrada nos primeiros princípios do entendimento, que não se adquirem por serem hábitos naturais inatos, então se pode dizer que Deus ilumina a mente humana. Mas a atividade cognoscitiva não consiste em o homem ser “iluminado” por Deus cada vez que entende algo. Para a aquisição da ciência requer-se o processo de compor e dividir raciocínios, tendo sempre como fundamento os primeiros princípios indemonstráveis. Neste contexto, o que faz o conhecimento passar da potência ao ato não é outra coisa senão o intelecto agente, princípio operativo inerente à alma humana. Esta é, pois, a função própria do intelecto agente – iluminar, fazer passar da potência ao ato um novo conteúdo inteligível. Cf. Santo Tomás de Aquino, De Ver q11 a1-2.
    6- “No que tange à sua quididade” foi a expressão em português a mim sugerida pelo tradutor Luiz Astorga para a quase intraduzível expressão latina in eo quod quid. Ou seja: na definição do Aquinate, gênero é o que se predica de muitas coisas distintas em espécie in eo quod quid, quer dizer, “no que tange à sua quididade”.

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    Re: A metafísica contra a teoria da evolução

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    A metafísica contra a teoria da evolução (VII): ainda os predicáveis


    (continuação deste texto)

    Sidney Silveira



    2. A espécie


    Para compreender os predicamentos (categorias filosóficas básicas), é necessário antes conhecer os predicáveis (pré-categorias) — saber identificá-los e classificá-los devidamente, pois, como dizia Santo Tomás, fundamentalmente os predicamentos não são outra coisa senão certa relação lógica entre os predicáveis. Sem isso, não foram dados sequer os primeiros passos na filosofia.

    Qualquer estudante do período escolástico, orientado desde a sua iniciação filosófica para formar-se nas sete artes liberais — herdeiras medievais das sete disciplinas encíclicas (έγκυκλία παιδεύματα) da Escola de Alexandria —, conhecia de cor esta lição. Daí ter o máximo cuidado de evitar alguns escolhos no âmbito dos predicamentos, que, se não fossem devidamente superados, o fariam passar vergonha perante os colegas. Neste contexto, infelizmente, quando as ciências naturais contemporâneas saem do seu escopo e se transformam num arremedo de metafísica, acabam transformando-se em ideologia científica, como diz Carlos Casanova no citado Reflexiones Metafísicas sobre la Ciencia Natural. Nestas ocasiões, mostram ignorar totalmente a ordem predicamental.

    Pois muito bem. Ficou antes estabelecido como se pode dizer que o predicável gênero tem fundamento na matéria — ou seja, na medida em que o primeiro gênero subalterno é o corpo. Para se ter idéia de quão espinhoso é o problema, este princípio levou Santo Tomás de Aquino a dificuldades para colocar as criaturas espirituais num gênero, já que lhes falta esse fundamento genérico comum da matéria. Mas não mudemos de assunto e assinalemos agora algumas características do predicável seguinte: a espécie.

    Diz o Aquinate, comentando a lógica aristotélica, que a espécie é o que se diz de muitas coisas diferentes numericamente no que tange à qüididade.[1]Trata-se na verdade de um termo polivalente, mas enquanto predicável é aquilo que diz respeito à essência de um ente e lhe indica a um só tempo o gênero próximo e a diferença específica. Por exemplo, quando se diz que João é animal racional, está sendo indicada nesta proposição a species constituitur ex genere et diferentia,[2]. Trata-se, reiteremos, do conjunto de notas (qualidades) que se podem predicar de muitos entes semelhantes no tocante à forma.[3] Quanto aos vários outros usos do terno “espécie” em Santo Tomás, deixemo-los para outra ocasião para não perder o fio da meada.

    Para o que nos interessa, basta por ora saber que a espécie se predica do indivíduo, e o gênero se predica da espécie e do indivíduo. Mas atenção: tal predicação não diz respeito a acidentes materiais do indivíduo, nem a diferenças específicas dele em relação aos seus pares (como acontece em algumas classificações da taxonomia biológica, ao distinguir como espécies distintas entes com potências operativas idênticas), mas à essência — e, por conseguinte, às propriedades inalienáveis dela. A suas notas diferenciais com relação a todas as demais espécies.

    E aqui chegamos ao predicável próprio.



    3. O próprio

    Em síntese, próprio é o que, embora não seja a essência de um ente, a ela está inextricavelmente associado. Pode-se por isso dizer que ele é uma emanação das potências que radicam em tal ou qual forma entis — de maneira que, ao ser identificado, se identifica no ato a essência da qual participa. Assim, por exemplo, a risibilidade é propriamente humana, porque nenhum dos outros entes animados possui a propriedade do riso, na medida em que o riso é o reflexo sensível, orgânico, de um tipo de fruição espiritual que radica na vontade e na inteligência. Portanto, sorrir, em sentido próprio, não é abanar o rabo como um cão, mas expressar fisicamente certo gozo no qual estão implicadas a inteligência e a vontade.

    O cão não pode rir de uma piada, por exemplo, porque rir de uma piada pressupõe o entendimento de um desvio no curso natural do fato narrado, ou a compreensão do inusitado de uma situação, etc. Nestes casos, quando alguém ri é porque, em geral, entende que a situação foge ao habitual, e às vezes, mesmo sendo constrangedor ou impróprio rir, a pessoa não consegue conter-se porque a comicidade do fato se impõe à sua inteligência.[4] Com estes breves apontamentos agora se vislumbra uma definição precisa: próprio é um acidente inseparável da espécie. E o é porque se dá sempre e em todos na espécie. Noutras palavras, trata-se de um tipo de contingência que não pode ocorrer senão naquela espécie, pois é sua propriedade ímpar.

    Esta definição aplica à espécie as categorias de tempo (sempre) e de quantidade (todos) porque há acidentes inseparáveis que não se dão em todos. Ou seja: há acidentes inseparáveis do indivíduo, e não da espécie, como por exemplo o ser macho ou fêmea. E há, por fim, os acidentes inseparáveis do gênero, como por exemplo a sensibilidade no animal, ou o peso nos corpos. Mas estes últimos não se podem dizer próprios senão por analogia, justamente porque se dão em várias espécies. E quanto aos primeiros, repitamos, não se podem dizer próprios porque se dão apenas neste ou naquele indivíduo.

    Falaremos a seguir da diferença específica e dos acidentes, os dois últimos predicáveis.

    (continua)

    __________________________

    1- Novamente: “In eo quod quid”.

    2- Santo Tomás de Aquino, Suma Teológica, I, q.3, art.5.

    3- E, na clássica definição do Aquinate, o selhemante é o uno na qualidade.

    4- Como não é a propósito do tema em questão, não entraremos em pormenores interessantes, a saber: de que forma pode dar-se nos anjos a ratio risibilis, já que eles não possuem corpo e o riso é o reflexo sensível de um ato espiritual. E como classificar o riso maléfico, ou seja, o que representa o gozo espiritual com o mal que sucede a outrem. Deixaremos estes problemas para o artigo sobre o riso que publicaremos mais à frente.

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