Tema: Dificultades que entraña la opinión sedevacantista

Iniciado por Valmadian

Pero, del mismo modo, tampoco es admisible el todo vale. El Infierno existe, el maligno también, ambos son dogmas de fe y lo que no resulta de recibo es la tan extendida idea de que " como Dios es Infinita Misericordia con arrepentirme en el último momento". El camino a la salvación hay que trillarlo a lo largo de la vida, con caídas y nuevos levantares. En términos pedagógicos la vida es una evaluación continua y no vale creer que hago un examen y como llevo chuletas, pues... ¡ya está!.

Quien se obsesiona con todo vive un infierno diario en vida, y quien cree vivir en un paraíso de juerga constante, que se prepare para el Infierno.

Esta es mi respuesta a tu pregunta acerca de un "Infierno vacío". Creo que un poco más de atención y lectura no sólo de la última frase es algo muy saludable. Cuando leo una novela no empiezo por el final y paso a evaluarla a continuación.

Por supuesto el Infierno no está vacío, pero no nos corresponde decir a nosotros quiénes deben estar en él, cuidado porque eso sólo le corresponde a Dios. Y, por cierto, en mi opinión ya se ha mencionado en exceso la palabra "herejía" ante cualquier planteamiento..., también hay que tener extremo cuidado con ello.

Saludos.

Está vacante a Sede?

Carlos Nougué

Alguns, maliciosamente, andam a insinuar que o SPES, por sua luta global e sem trégua contra a doutrina e o magistério vaticano-segundos, é sedevacantista ou tangencia o sedevacantismo. Pois bem, se acerca deste tema não posso falar em nome de todos os membros do SPES,[1] fá-lo-ei todavia em nome próprio e de alguns de nossos membros, para dizer o seguinte.

I) A possibilidade de a sede estar vacante foi admitida por ninguém menos que Dom Marcel Lefebvre e Dom Williamson, e admitimo-la nós também, pelas razões que se verão mais adiante. Mas, como também se verá, dada precisamente a perfeição do “golpe de Satanás” que pôs a Igreja na situação em que se encontra hoje, é impossível hoje comprovar ou provar tal possibilidade, razão por que o melhor é, enquanto perdure a atual situação, suspender o juízo a respeito do tema, e considerar os papas vaticano-segundos exatamente ao modo como o faz o Padre Álvaro Calderón em A Candeia Debaixo do Alqueire: como papas, sim, mas liberais, razão por que renunciam a exercer o magistério infalível por assistência do Espírito Santo.[2] É desta conclusão que decorre a luta sem trégua que movemos ao magistério vaticano-segundo.
II) Para ver, porém, onde reside precisamente aquela possibilidade de sedevacância, temos de ver primeiramente, segundo o Direito da Igreja, se todo e qualquer herege está ipso facto excomungado, e, se não, se algum o está.
1) Dois direitos regem a Igreja: o Direito Divino; e o Direito Eclesiástico.[3]
2) Em prol da brevidade requerida por este espaço, vejamos a questão da excomunhão do herege do ângulo da eleição papal, ou seja, quais são os eleitores possíveis de um novo papa e quais são os elegíveis possíveis a papa. Visto isto, estou certo, a questão que move este artigo se aclarará.
a) São eleitores possíveis de um papa (ou seja, podem fazer parte de sua eleição ativa):
• Segundo o Direito Divino: nada há estabelecido quanto aos que possam ser tais eleitores; mas ele inabilita para tal os hereges, cismáticos ou apóstatas notórios, e os excomungados vitandos;[4]
• Para o sabermos segundo o Direito Eclesiástico, vejamos o que dizem os dois últimos documentos provenientes do magistério infalível: o Direito Canônico de 1917 e a Constituição de 1945 (Pio XII):
> Ambos os documentos seguem, ainda, a Alexandre III, que em 1179 determinou fossem eleitores unicamente os cardeais;
> Pelo cânon 167, o Código de 1917 inabilita para ser eleitor de um papa “os cardeais censurados ou notados com infâmia de direito depois de sentença declaratória ou condenatória, e os que deram seu nome ou aderiram publicamente a uma seita cismática ou herética”. Já o cânon 2.265 inabilita os cardeais excomungados vitandos ou após sentença condenatória ou declaratória;
> Por sua vez, a Constituição de 1945 afirma que podem eleger um papa até os que estiverem “excomungados, suspensos, interditados ou afetados por qualquer outro impedimento eclesiástico”, menos os que tiverem sido depostos pelo Papa segundo os cânones 1.557, 1.558 e 1.227 ou se enquadrarem nos marcos do Direito Divino.
b) Podem ser eleitos papa (ou seja, podem fazer parte de sua eleição passiva):
• Segundo o Direito Divino: podem ser eleito papa os cardeais, ou qualquer varão batizado, católico e com perfeito uso da razão; e estão inabilitados para tal os hereges, cismáticos ou apóstatas notórios, e os excomungados vitandos;
• Segundo o Direito Eclesiástico, vejamos ainda o que dizem o Direito Canônico de 1917 e a Constituição de 1945:
> Segundo ambos, podem eleger-se papa os cardeais, ou qualquer varão batizado, católico e com perfeito uso da razão;
> O Código de 17, segundo o cânon 2.265, inabilita para tal quaisquer cardeais e quaisquer varões excomungados vitandos ou após sentença declaratória ou condenatória;
> Por sua vez, a Constituição de 1945 não impõe nenhuma restrição para que quaisquer cardeais sejam eleitos papa, incluídos os cardeais canonicamente depostos pelo próprio Papa, a não ser que se enquadrem nos marcos do Direito Divino ou do cânon 2.265 do Código de 1917. Igualmente, ainda pela mesma Constituição, não há nenhuma restrição a que quaisquer varões se elejam papa, a não ser que se enquadrem nos marcos do Direito Divino ou do cânon 2.265 do Código de 1917.
III) Pois bem, já estamos em condições de responder à nossa pergunta. Procedamos ainda por partes.
• Se bem se ler tudo quanto foi exposto acima, ver-se-á que não há senão uma possibilidade de os papas vaticano-segundos não serem de fato papas: se forem hereges, cismáticos ou apóstatas notórios.[5]
• Ora, parece que por “notórios” se quer dizer duas coisas:
1) Que tenham, por exemplo, dado seu nome ou aderido publicamente a uma seita herética, ou se tenham dissociado publicamente da Sede de Pedro, ou tenham renegado publicamente a Fé católica, ou tenham declarado publicamente não ser dotados do primado de Roma (o que os igualaria a qualquer Bispo católico ou aos Patriarcas orientais cismáticos), etc.;
2) Que, por se tratarem de atos públicos, sejam evidentes ao menos para os católicos mais bem formados.
• Ora, por este ângulo, não se pode dizer que os papas vaticano-segundos não são de fato papas: eles se afirmam acima dos demais bispos (apesar de, pela noção de colegialidade e pelo liberalismo de seu magistério, tenham de fato abdicado de seu íntegro papel monárquico); não rompem com a Igreja nem com sua Tradição (embora, como bem o sabemos, a “hermenêutica da continuidade” de fato não passe de um véu com que se tenta encobrir uma efetiva descontinuidade e ruptura com o magistério anterior); não é impossível que ao menos alguns dos mesmos fautores daquela colegialidade e desta hermenêutica da continuidade pensem estar atuando em benefício da Igreja e do catolicismo (enquanto, de fato, estão propiciando “a abominação da desolação”); etc.;
• Ademais, que os papas vaticano-segundos não fossem de fato papas não é evidente nem sequer para a grande maioria dos católicos mais bem formados.
• Ora, se não é evidente para tais católicos que a sede estivesse vacante, por isso mesmo a precondição “notoriedade” – do Direito Divino e do próprio Direito Eclesiástico – para que um herege deixasse de ser papa não se cumpre neste caso (e lembremos sempre que, como visto acima, não é em todos os casos que a heresia faz ipso facto que alguém deixe de ser membro da Igreja).
• Mas havemos de conceder que o acúmulo de desvios públicos contra o magistério infalível por parte dos papas vaticano-segundos é tal, que, por extensão de sentido, se podem considerar tais atos como evidência pública de defecção da Fé – conquanto siga faltando a precondição de que ao menos os católicos mais bem formados, por evidência, procedam à mesma extensão de sentido.
• Mas, obviamente, tal extensão de sentido é o próprio cerne da disputa em torno da sedevacância (se é que não consideremos como seu cerne um documento em boa parte ab-rogado,[6] teses que confinam com o sensus fidei protestante, etc.). Como, ainda obviamente, já não temos magistério que a decida, e como o magistério infalível não a decidiu, a possibilidade única da sedevacância atual fica sem solução definitiva.
• Por todo o dito acima, parece-me em todos os sentidos mais prudente hoje suspender o juízo acerca dessa possibilidade e ficar, repita-se, com a conclusão magistral do Padre Álvaro Calderón em A Candeia Debaixo do Alqueire: ainda que sejam papas de fato, o magistério liberal[7] dos papas vaticano-segundos não só não obriga à obediência, mas deve ser combatido sem trégua.
IV) Em verdade, exatamente por se tratar de um “golpe de mestre de Satanás” é que o Concílio Vaticano II, sua doutrina e o magistério e governo dos papas que a seguem trazem tamanha confusão, e não só em torno da sedevacância, mas também e sobretudo quanto às condições da salvação eterna. Contribuem assim tanto para a perdição eterna de um sem-número almas como para o próprio advento do Anticristo.
Combater sem trégua, repita-se e repita-se, o magistério e o governo dos papas vaticano-segundos é um dever do católico, conquanto, como sempre o fizemos, também devamos rezar fervorosamente para que aqueles se convertam à Fé que informa a verdadeira religião de Cristo.

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[1] O que nos une a todos é o TEXTO FUNDAMENTAL DO SPES, no qual não se trata do tema em pauta aqui.

[2] Não falo em nome do Padre Calderón (a quem aliás nem sequer conheço pessoalmente), mas de acordo com seu livro.

[3] Grande parte dos dados que se verão aqui é extraída ou diretamente do Código de Direito Canônico de 1917 ou do magnífico Contra papólatras y papoclastas, do Padre Ceriani (sempre que uma citação vier entre aspas sem nenhuma referência, tratar-se-á de citação desta obra). (E diga-se ainda, agora contra a malícia dos que querem identificar o SPES com o Padre Ceriani e a Radio Cristiandad: a referida obra do sacerdote argentino é um primor teológico e ensinou a gerações de membros da FSSPX e da Tradição em geral, e a seguimos [ou seja, os mesmos em nome dos quais posso escrever este artigo] em quase tudo; ademais, como ele, afirmamos inequivocamente que não pode haver acordo entre a religião de Cristo e a religião do homem vaticano-segunda [e veja-se que, embora esta asserção seja universalmente aplicável, com ela não pretendemos acusar ninguém por nada que não se funde em dados inequívocos e perfeitamente claros]; divergimos porém profundamente do Padre Ceriani quanto ao “milenarismo”, que ele defende; já no que diz respeito às demais questões [sua relação com a FSSPX, por exemplo], não nos interessam aqui, por se tratarem de posturas no campo prudencial e não no teológico.)

[4] Excomungados vitandos são, precisamente, os excomungados que devem ser evitados. Mas atenção: o cânon 2.258 do Código de 1917 define que “nenhum é vitando se não tiver sido excomungado nominalmente pela Sede Apostólica, se a excomunhão não tiver sido publicamente proclamada, e se no decreto ou sentença não se disser expressamente que se deve evitar o excomungado”. Insista-se e retenha-se: só a Sede Apostólica pode declarar vitando a um excomungado.

[5] Naturalmente, um papa também deixa de sê-lo por renúncia, por casar-se (ainda que apenas no civil), ou por quaisquer coisas semelhantes. Mas obviamente não é esse o caso em questão.

[6] E que em verdade, ademais, como o mostra irrefutavelmente o Padre Ceriani no referido texto, não se refere em suas determinações disciplinares ao papa.

[7] Ou seja, não infalível por renúncia a comprometer ou empenhar sua infalibilidade, e por ser frontalmente contrário ao magistério infalível de dois mil anos. Naturalmente, tal magistério não pode ser considerado “católico” senão ao modo de um câncer – o que é assunto que excede os limites deste artigo.

SPES - Santo Tomás de Aquino: Está vacante a Sede?