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Tema: O comércio de escravos realizado pelos árabes musulmanos por 1400 anos

  1. #1
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    O comércio de escravos realizado pelos árabes musulmanos por 1400 anos

    O COMÉRCIO DE ESCRAVOS REALIZADO PELOS ÁRABES-MUÇULMANOS POR 1400 ANOS

    Posted by Adversus Haereses in História




    O genocídio velado: o comércio de escravos no mundo árabe-muçulmano

    *Tidiane N'Diaye, é muçulmano senegalês, antropólogo, economista e pesquisador do INSEE (Instituto Nacional de Estudos Económicos). Seu livro Le Génocide Voilé é um inquérito sobre o comércio de escravos no mundo árabe-muçulmano.


    • Tidiane N'Diaye afirma em sua obra que a miséria, a pobreza, a longa estagnação demográfica e os atuais atrasos no desenvolvimento do continente negro, não são apenas conseqüências do tráfico transatlântico de escravos, como muitos imaginam. O tráfico transatlântico é bem conhecido e tem sido debatido há décadas. Estudos e sínteses sobre este tráfico de escravos são muitos. No entanto, é possível afirmar que o comércio de escravos negros e as guerras provocadas pelos árabes-muçulmanos, foram para a África negra, através dos séculos, muito mais devastador do que o comércio transatlântico. Entretanto, até hoje, o genocídio dos povos negros pelos árabes-muçulmanos não tem sido claramente reconhecido e estudado.


    • Tidiane N'Diaye também observa que a escravidão da África Negra pelos árabes-muçulmanos teve início no século VII d.C. Neste século, os árabes, durante a expansão islâmica, tendo conquistado o Egito, passaram a escravizar numerosos povos da Núbia, Somália, Moçambique e de outros lugares. Os núbios haviam sido duramente tratados pelas forças árabes. Eles se defenderam valentemente, mas confrontados com os números superiores das forças islâmicas, com a determinação dos soldados da jihad e com os assaltos repetidos por jihadistas árabes, os núbios preferiram negociar a paz, no ano de 652 com o Tratado de Bakht. Este tratado assinado pelo monarca africano vencido, determinava a entrega anual de 360 cativos para se tornarem escravos no mundo árabe-muçulmano. Foi deste modo, que em larga escala, o tráfico de escravos negros africanos foi, pela primeira vez, inventado pelos árabes-muçulmanos.


    • N'Diaye utiliza o termo "árabe-muçulmano”, devido ao fato de após o Tratado de Bakht, este comércio de escravos extendeu-se do Saara ao Oriente, o que implica mais e mais povos e regiões, e que vai além do mundo árabe. Os comerciantes que também participaram eram: berberes do Magrebe, turcos do Império Otomano e iranianos, daí persas. Muitos cativos africanos foram vendidos pelos árabes à lugares tão distantes como a Índia. O rei de Bengala, por exemplo, possuía cerca de 8000 escravos no século XV. A maioria dos homens deportados no início deste comércio veio da população de Darfur. Tudo começou lá e, aparentemente, ele nunca cessou.


    • N'Diaye ao explicar quais foram as formas específicas e as motivações deste comércio de escravos em comparação com o comércio transatlântico diz que no mundo árabe - o sistema Wahhabi (Arábia Saudita), por exemplo - não favorecia desenvolvimento econômico e social através do árduo trabalho de seus habitantes. Isso levou a utilização do trabalho servil fornecidos pelo comércio de escravos negros. A Guerra Santa neste contexto veio a calhar, caso você quisesse se tornar rico. Desde que, cada fiel tinha a obrigação de conduzir uma jihad. Era imperioso submeter e escravizar os não-convertidos. Eles usavam textos do Corão de forma abusiva, a fim de encontrar pretextos para atacar vizinhos infiéis, e privá-los de todos os seus bens. E foi assim que, com de modo consciente e usando métodos que lhes eram convenientes e ‘abençoados’, a maioria dessas tribos árabes convertidas acabava por não viver de recursos próprios.


    • N'Diaye diz ainda que havia a castração maciça de escravos. Porém, antes das castrações terríveis, haviam primeiro, as invasões repentinas e os massacres. Por exemplo, numa Jihad liderada por um místico, iluminado, que se considerava um Mahdi (descendente do Profeta), todo o Sudão até Egito, do Nilo ao Zambeze - foi submetido ao manhunts e venda de cativos. Para se ter uma idéia do mal, é preciso perceber que para caçar e matar 500.000 indivíduos, era necessário matar quase dois milhões de outras pessoas (que resistiram e tentaram fugir). Os nascimentos haviam cessado na época, e, então, em menos de meio século, o interior da África era apenas uma terra desolada. Frente a compra de escravos praticada pelos ocidentais, os muçulmanos os capturavam em expedições guerreiras. Calculava-se que a cada escravo capturado matavam-se outras três pessoas.


    • Diaye fala num verdadeiro genocídio esquecido pela historiografia. Diz encontrar na palavra "genocídio" um termo adequado para um empreendimento sem precedentes. Refire-se ao desdém dos árabes para com os africanos. Um famoso historiador árabe do século XIV, Ibn Khaldum, escreveu: "As únicas pessoas que aceitam a escravidão são os negros, por causa de um grau inferior da humanidade, sendo o seu lugar mais próximo do nível dos animais." A questão então colocava-se então: como fazer com que esses animais "não se reproduzissem em terras árabe-muçulmanas? A castração parecia ser uma solução bem prática. E assim, neste esforço de humilhar seres humanos, os árabes enviaram a maioria das mulheres negras para os haréns, e mutilaram os homens, usando procedimentos rudimentares que causava uma mortalidade assustadora. Os números relativos a este comércio de escravos são simplesmente horrorosos.


    • N'Diaye diz que o silêncio em torno dos crimes árabes-muçulmanos contra os povos negros funda-se num esforço de minimizá-la, de modo a melhor projetá-lo exclusivamente no comércio transatlântico que também não pode ser esquecido. Esta atitude não saudável e é fortemente influenciada por uma espécie de auto-censura. Como se evocando o passado, o comércio de escravos realizados por árabes-muçulmanos, de alguma forma equivale a minimizar o comércio transatlântico.





    Existe um excelente documentário neste site abaixo de Moçambique,
    em português e legendado que aborda o tema.


    Moçambique para todos: OS ESCRAVOS DESCONHECIDOS (Video)

    ou fazer o download aqui:

    http://www.macua.org/blog/escravosdesconhecidos.wmv


    Documentário muito interessante em que alguns mitos são desfeitos, além da escravidão realizada pelos árabes, mostra que os próprios africanos já praticavam o escravidão desde antes da chegada dos árabes.

    O documentário é apresentado pela TVI24 de Moçambique.


    São intervenientes no documentário:

    Salah Trabelsi
    Universidade de Lyon

    Mohammed Ennaji
    Universidade de Rabat

    Tidiane N'Diaye
    Institut National de la Statistique et des Etudes Economiques (INSEE)

    Thomas Vernet
    Universidade de Paris

    Ibrahima Thioub
    Universidade de Dakar

    Adversus Haereses

  2. #2
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    Respuesta: O comércio de escravos realizado pelos árabes musulmanos por 1400 anos

    Más que en Historia, creo que debería haberlo posteado en Otras zonas, dado que no tiene que ver con el ámbito hispánico.

  3. #3
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    Respuesta: O comércio de escravos realizado pelos árabes musulmanos por 1400 anos

    Muito bem, Hyeronimus, excelente artigo que nos trazes! Muito desmistificante, sem querer com isto escamotear o triste papel esclavagista que Portugal desempenhou ao longo dos séculos, impelido em parte pelo marranismo.

    Creio que até está muito bem no sub-fórum onde está, pela parte que versa sobre Moçambique. Mas se a Administração decidir movê-lo para Outras Zonas tambén não ficará mal.
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  4. #4
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    Respuesta: O comércio de escravos realizado pelos árabes musulmanos por 1400 anos

    Impelido em parte pelo marranismo? Eu pensava que o comércio de escravos era feito pela sua conta por judeus marranos portugueses. Também participava a Coroa?

  5. #5
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    Respuesta: O comércio de escravos realizado pelos árabes musulmanos por 1400 anos

    A Coroa portuguesa autorizou e tirou o seu quinhão pelo menos a princípio. Supostamente autorizada (em termos de excepção) pelo Papa Nicolau V nas bulas Dum Diversus e Divino Amorecommuniti de 1452, nas quais autorizava que se mantivessem cativos indígenas africanos com o intuito de conversão à nossa Santa Fé.

    D. Manuel I, regulamenta e restringe o comércio de escravos nas suas Ordenações Manuelinas de 1521 e com as Ordenações Filipinas de 1603 - ainda mandadas compilar por Filipe II e vigentes em Portugal - com alterações - até 1833!! (no Brasil até 1916!!!) fica quase reduzida à clandestinidade. Todavia, a falta de autoridade da Coroa nas colónias portuguesas não permitiu que se chegasse à ausencia de escravatura que existia nos virreinatos espanhóis.
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  6. #6
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    Respuesta: O comércio de escravos realizado pelos árabes musulmanos por 1400 anos

    ESCRAVIDÃO NO MUNDO ISLÂMICO





    MOHAMMED ENNAJI

    Mohammed Ennaji é da Universidade de Rabat.


    Mohammed Ennaji

    É especialista em escravidão no mundo islâmico. Analisa o tema a partir de uma grande variedade de fontes.

    ALGUMAS OBRAS DE REFERÊNCIA

    Le Sujet et le mamelouk, Mille et une nuits, París, 2007. Durante muito tempo foi politicamente incorreto mencionar o tema da escravidão no mundo islâmico. Mas incorreto ainda é mencionar que, todavia, existe na península arábica, na África do Norte, na África...O marroquino Mohammed Ennaji afirma que “a escravidão foi um aspecto determinante das relações sociais no mundo árabe-muçulmano (...) A relação entre o amo e o escravo é o pivô da relação de autoridade sobre a qual se articulam todas as demais relações.” Determina o laço e o poder quase absoluto que conservam hoje os chefes de Estado, entre o sujeito e seu monarca, como entre o fiel e seu deus. Tais relações são analisadas nesta obra.

    Soldados, sirvientes y concubinas: la esclavitud en Marruecos en el siglo XIX. Granada, Almed, 1999. Este livro pinta o quadro da vida material e social dos escravos negros em Marrocos, permitindo ao leitor ter uma idéia realista das práticas sociais no mundo muçulmano. Os escravos são os heróis deste livro, desde sua chegada da África negra até sua instalação no seio de famílias marroquinas e sua liberação com a chegada do protetorado francês.

    Adversus Haereses

  7. #7
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