200 Anos... De Uma Vitória Desperdiçada
Batalhão de Caçadores 6, Companhia de Atiradores, em parada. Imagem proveniente de BRIGADA TRIPEIRA: Março 2010
Faz hoje precisamente 200 anos que se travou a Batalha do Bussaco. 65.000 franceses enfrentaram os exércitos anglo-lusos - as tropas portuguesas lutaram, infelizmente*, todas sob comando inglês - 52.000 homens, dos quais 25.500 portugueses.
Embora o marechal Massena, comandante da força invasora napoleónica tenha rodeado as posições aliadas e continuado o seu avanço em direcção a Lisboa, foi conseguida uma importante vitória: pela primeira vez, desde a tragédia da fortaleza de Almeida, se repeliam convicentemente os intrusos e se acreditava na vitória. Vitória que acabaría por chegar às portas de Lisboa, nas Linhas de Torres.
1250 aliados e 4500 franceses caíram mortos há precisamente 200 anos: caíram para que Portugal tivesse uma oportunidade de renascer para a vida e para o seu destino universal, oportunidade que deitou fora, 24 anos depois, em Évora-Monte. No fim, acabou por ganhar a Revolução.
Rezemos pelos mortos: os de um lado e os de outro. Todos eles vítimas do maior logro da humanidade.
* - Infelizmente por várias razões. Mas a que cabe aqui é a de que as tropas portuguesas foram usadas pelo comando britânico, muitas vezes, em ataques frontais em que não quiseram empregar os seus próprios regimentos de linha. Cobriu-se a tropa portuguesa de glória que os ingleses fizeram por ocultar, atribuindo-se os créditos da vitória conseguida e, quando não, quase rangendo os dentes ao admiti-lo. Veja-se este exemplo (o negrito é nosso):
«Picton writing to one friend said "The Portuguese brigade attached to the 3rd division was the admiration of the whole army" and to another, "The Portuguese brigade, if possible, exceeded the British in gallantry.»
Robinson, "Life of Picton," letters to Colonel Pleydell and Mr. Marryat, July 1 and 7,1818
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