COM CERTEZA
Eu sei que seria feliz,
Por exemplo e com certeza,
Se meu futuro fosse vivido,
Numa casa portuguesa,
Eu ficaria pelas tabernas de Alfama,
Eu ficaria pela torre de Belém,
Eu ficaria no Bairro Alto,
Vinho verde e fado, porém,
Eu ficaria com carioca de café,
Eu ficaria com os pastéis melhores,
Eu com gosto abraçaria o mar,
Para desembarcar nos Açores,
Passear em Fátima pela noite,
E pela tarde, em Alcobaça,
E por estradas e mosteiros,
Chegar, então, à Batalha,
Voaria pelas ruas de Óbidos,
Sonharia em Sintra: Palacio da Pena,
E voltar, voltar, voltar....
Logo a vida lisboeta,
Pelos povos da serra,
Pelos povos da praia,
Povos que lavam no rio,
E têm lenços de cambraia,
Como não vou saber,
Saber eu, com certeza,
Que ficaria muito feliz,
Tendo, pois, uma casa portuguesa ?
Pois eu sei que já tenho,
Uma doce paixão lusitana,
Que carrega com ternura meu sangue,
Com clarões de ilusão hispana,
Então, com certeza escrevo,
Meus pobres versos, mas com certeza,
Que quero viver e morrer amando,
Minha vizinha, irmã, pátria portuguesa.
OLHOS TRISTES
Como poderia esquecer,
Esses teus tristes olhos ?
Chorando na despedida,
E eu também choroso....
Agora olho para ocidente,
Para o meu ocidente vizinho,
Tenho saudade de Portugal,
Tenho saudade do teu carinho,
Ali descobre-se Portugal,
Como nobre cabeça da Europa toda,
Ali descobre-se o fado,
E meu coração sinceramente chora,
Por meus olhos foi despida,
A silenciosa ternura lusa,
Meus olhos contigo, mulher,
De lágrimas é a chuva,
Identifico-me com Portugal,
E indentifico-me contigo,
E olha que não estou tão longe,
Ai, mas morro sozinho,
Como esquecer os teus olhos tristes ?
Seria como esquecer Portugal !
Sim Portugal fica triste,
Espanha como vai estar ?
Eu sou espanhol,
E tu és portuguesa,
Nós, os dois, como estamos ?
Presos da própria tristeza,
Os meus olhos ainda vêem,
A suave luz das cidades,
Cidades do nosso passeio,
Ai, rapariga, que saudade !
Ai, mas aquela luz, a luz,
Que meus olhos vêem tao pura,
Aquela luz um bom dia voltará,
Engrandecer a terra lusa,
Mulher, vamos viver nossa vida,
Escolhendo então, Portugal,
Não tenhamos mais tristeza,
Juntos, pois, vamos amar.
CAVALEIRO MONGE
* Agradecemos las correcciones ortográficas pertinentes de los amigos del Movimiento Legitimista Portugués
Olhando ao mar,
Desde o profundo monte,
Tem forte o peito,
O cavaleiro monge,
Sacro estandarte porta,
Com uma cruz vermelha,
Emblema limpo que vai,
Numa branca bandeira,
Cristo é a sua ordem,
Cristo é o seu general,
Cristo ilumina sua monarquia,
Bendita coroa de Portugal,
Cavaleiro das quinas,
Sangue de Viriato,
Guarda das estrelas,
Do céu lusitano,
Do Medievo filho,
Valente e nobre cavaleiro,
Clarão de forte garganta,
Luz de católico império,
Cavaleiro da liberdade,
Cavaleiro do Evangelho,
Oh, cavaleiro monge,
Espada firme do mosteiro,
Cavaleiro monge,
Eco da bela história,
Quanta vida nos caminhos,
Cruzado da glória,
Cavaleiro português,
Cavaleiro monge,
É possível que ainda,
Nao fiques tão longe....
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