Ó "Irmão de Cá" você, que não me conhece de lado nenhum, abriu a boca (que deve ter ligação directa ao seu intestino grosso) para debitar a meu respeito uma catrefa de alarvices.

Nos últimos anos tive oportunidade de conviver com toda a espécie de espanhóis, monárquicos e republicanos, espanholistas e separatistas, uns que odeiam Castela e outros que nem por isso. Com alguns tive oportunidade de construir verdadeiras amizades e aprendi a amar a Espanha e os espanhóis por isso, a este respeito, não me venha com lições de moral.

Pelo que escreveu, de si fiquei com ideia de que deve ser um pobre diabo, quiçá descendente de um daqueles aristocratas que Filipe II se gabava de ter comprado, um asqueroso Miguel de Vasconcelos dos tempos modernos. Um traidor aos heróis dos Atoleiros e de Aljubarrota.

Já agora, se um dia fosse governo cá do quintal do Filipe, diga-me lá o que faria dos republicanos, ateus, maçons, socialistas e liberais que por aí existem. Proibia-lhes o uso da palavra e a liberdade de se organizarem ou, simplesmente, mandava-os exterminar?

E qual é o rei que você propõe para Portugal, o triste do Duarte Pio não sei das quantas de Bragança ou um dos seus louros descendentes ou o Rei de Espanha?

Finalmente, quero que fique a saber que a hipótese de uma União Ibérica não é coisa que me assuste, até é uma coisa que me agrada. Gosto da ideia de uma Confederação dos povos da península, mas numa relação de completa igualdade, em que todas as línguas nacionais teriam o mesmo estatuto e com chefia do estado conjunta ou rotativa. E sim, um regime democrático representativo. E sim, dentro da União Europeia.

Viva Portugal e Viva Espanha!