Re: Muerte a los amakwerekwere

Iniciado por
DON COSME
La pregunta es ¿por qué triunfó un movimiento tan minoritario? ¿qué falló para que se desmoronase la herencia colonial?
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Caro Don Cosme,
Concordo consigo. A África portuguesa, pois só me atrevo a falar do caso do meu país, não conseguiu alcançar um grade carácter civilizacional luso-africano como era de desejar. Até acho que o Brasil absorveu melhor a nossa cultura e civilização, embora tenha muitas outras à mistura.
É também verdade que as elites politicas impediam muita coisa de ser feita, mas foi afirmado na altura e ainda há pouco tempo passou num documentário cá em Portugal que nunca houve colónias com mais ligação entre brancos (do povo), negros e europeus.
Então pergunta-me porque triunfou um movimento tão minoritário. No caso português é simples. Porque embora a revolução do 25 de Abril até fosse necessária nalguns aspectos de mudança de politica ( e não me refiro a censuras e afins), a África portuguesa perdeu e tal como o país com o desgoverno da nação. Se ainda não sabe digo-lhe que o país sofreu a seguir ao 25 de Abril tensões tão grandes criadas pelos comunistas, que no chamado Verão quente de 1975, esteve à beira de uma guerra civil.
O que estragou a herança colonial em África foi a forma como o processo de descolonização foi mal conduzido, assim como muitas coisas na altura, por governos temporários. Pois então vejamos desse processo de descolonização:
1) Porque tal descolonização foi efectuada sob o signo da democracia e entregou os pobres descolonizados a férreos regimes totalitários de partido único.
2) Porque tal descolonização foi efectuada à luz do princípio da auto-determinação dos povos e, a respeito dela, povo algum, daquém ou de além-mar, se consultou, ouviu ou escutou.
3) Porque tal descolonização foi efectuada depois de uma promessa solene do M.F.A., consignada no texto constitucional do seu programa, de que seria precedida de um amplo debate público e não houve o mínimo debate público sobre tão magno problema, que obteve resolução, autocraticamente, em negociações mais ou menos confidenciais.
4) Porque tal descolonização foi efectuada para libertar nacionalidades pretensamente oprimidas e semelhantes nacionalidades apenas praticam o lastimável lapso de não existir, consoante o provam os massacres de compatriotas, as guerras civis, a submissão a estrangeiros (russos, cubanos, americanos, chineses) a que se dedicaram os diversos movimentos terroristas mal lhes concederam a independência.
5) Porque tal descolonização foi efectuada para restabelecer a paz e depois dela já houve lutas e morticínios muitíssimo mais sangrentos do que os originados pelos treze anos das chamadas campanhas coloniais.
6) Porque tal descolonização foi efectuada para evitar o descalabro da nossa economia profundamente onerada, dizia-se, pelos gastos inerentes ao esforço bélico e, precisamente, a seguir à mesmíssima descolonização, é que a economia entrou em franco descalabro vivendo, agora, de uma despudorada mendicidade internacional.
7) Porque tal descolonização foi efectuada para fazer perder uma batalha decisiva ao imperialismo e as desgraçadas províncias ultramarinas, deitadas pela borda fora, são, hoje, presa do imperialismo soviético ou do imperialismo yankee que nelas combatem entre si, sanguinolentamente.
8) Porque tal descolonização foi efectuada com a solene garantia de serem respeitados os direitos dos brancos instalados em Angola, Moçambique, Guiné, etc., e esses direitos, logo que a soberania portuguesa desapareceu (e às vezes, antes disso) foram, imediatamente, postergados, violados, desprezados por um furioso racismo negro que fez com que milhares e milhares de pessoas, a fim de não serem trucidadas, se vissem forçadas a regressar à metrópole, na maior miséria e aflição, vindo, na qualidade de refugiados (ou retornados).
Mais uma vez digo, só respondo pelo fracasso português, embora seja pouco humilde da minha parte responder pela minha nação. Pois Don Cosme acho que foi um fracasso, não porque nós errámos, mas porque houve muita má fé por esse mundo fora.
"Tudo lhes pertence e nos cabe, porque a Pátria não se escolhe, acontece. Para além de aprovar ou reprovar cada um dos elementos do inventário secular, a única alternativa é amá-la ou renegá-la. Mas ninguém pode ser autorizado a tentar a sua destruição, e a colocar o partido, a ideologia, o serviço de imperialismos estranhos, a ambição pessoal, acima dela. A Pátria não é um estribo. A Pátria não é um acidente. A Pátria não é uma ocasião. A Pátria não é um estorvo. A Pátria não é um peso. A Pátria é um dever entre o berço e o caixão, as duas formas de total amor que tem para nos receber."Cidade do Santo Nome de Deus de Macau, Não Há Outra Mais Leal
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