Cita Iniciado por Josean Figueroa
Su actitud esta basada en el disparate de ver a Brasil como si no fuese hispanoamericano.
Exactamente. E é com base nisso que vou basear o resto do meu comentário. Porque é para mim claro que todo este tópico avança num sentido que pouco tem a ver com "hispanidade", e muito mais a ver com "espanholismo". Que não tem nada de mal, desde que seja assumido e como tal possa ser confrontado.

Cita Iniciado por Erasmus Ver mensaje
Es colombiano y Colombia tiene frontera con Brasil, cualquiera que sea de un país limítrofe con Brasil puede tener este tipo de prevenciones.
Ora ai está um bom argumento. Até porque, aplicado a Espanha, é exactamente igual ao argumento que ouço constantemente em Portugal, e que aqui é geralmente desconsiderado.

Este tópico é interessante porque, tal como outro que envolvem Portugal directa ou indirectamente, vai progressivamente avançado num determinado sentido, que na minha leitura é o da clara menorização - consciente ou não - de Portugal e do seu papel, na consideração de Portugal e do Brasil como algo que tem que ser "corrigido" e até na pura e simples má-vontade em termos de descrição histórica.

Havia muito de mau que eu podia dizer sobre o Brasil (tal como, na verdade, sobre quase todos os países). Tenho a minha opinião crítica sobre a sua história, mas o que para mim é aparente é que acima de tudo o que incomoda no Brasil aos presentes é o facto incontornável de ser a maior potência regional, e de não ser uma ex-colónia espanhola. Passa assim a ser um país que necessita de "hispanização": resta saber o que se quer dizer com isso, porque olhando para todos os restantes países da Ibero-américa não vejo onde é que são mais "hispânicos" no sentido em que julgava se empregava o termo por aqui. O que parece é que por "mais hispânico" se quer dizer "ser mais parecido com as ex-colónias espanholas"... digam lá, se o Brasil falasse castelhano já era "mais hispânico"? Um bocadinho, não era?

A seguir a isto vejo o comentador Erasmus - que respeito - avançar com uma lista de supostas maldades do Brasil, sendo que metade delas é na verdade sobre Portugal. Mais uma vez parece que o "problema" do Brasil é ter afrontado (e vencido) territórios que eram ou foram de Espanha, como se isso fosse alguma espécie de mácula por si só. Compreendo perfeitamente que espanhóis tenham a sua visão própria sobre os acontecimentos, tal como eu tenho a minhas que é oposta na maior parte dos casos. Agora, utilizar essa visão para medir "hispanidade" é que não me parece próprio.

A isso adicionam-se umas considerações sobre os Bandeirantes, e é com interesse que vejo que nisto de Lendas Negras só algumas é que convém desmentir: os Bandeirantes (e por arrasto óbvio o Brasil colonial) passam a figurar aqui no papel que é dado a Espanha na "Black Legend". Curioso, no mínimo.

Seguem-se uma série de acontecimento do século XIX que encontram paralelo em practicamente todos os países da América Latina, cujas independências tiveram todas a mesma génese. No entanto parece que o Império do Brasil (e a República que se seguiu) foi caso único, sendo os restantes países - ex-colónias de Espanha - exemplos a seguir de tradicionalismo e hispanidade que muito têm a ensinar ao Brasil, como se a esmagadora maioria deles não padecesse dos mesmos defeitos, da mesma dependência (ou maior) dos EUA, etc, etc.

A parte final não deixa também de ser curiosa, e trata do "colonialismo" do Brasil em termos da língua portuguesa. Mais uma vez eu tenho também uma opinião crítica em relação á questão, mas o que leio aqui não me parece propriamente fruto de uma grande preocupação com a língua portuguesa. É sim uma forma adicional de "mostrar" como o Brasil, sendo uma excepção, é algo de perigoso que urje "hispanizar"...

A questão linguística é complexa e deriva do facto do Brasil não se ter dividido em dezenas de países independentes. Se o tivesse feito, em especial com as inevitáveis querelas intermináveis entre eles, não tenho dúvidas que a situação seria diferente. COmo isso não aconteceu é perfeitamente natural (tal como acontece com os EUA em relação ao inglês) que com a sua dimensão geográfica, estratégica, populacional e económica o Brasil tenha um peso determinante em termos de utilização da língua portuguesa. Pode-se não gostar, pode-se não fazer alterações, mas não se pode fechar os olhos.

Seja como for estou muito menos preocupado com o Brasil do que estaria caso a língua portuguesa dependesse de outros.

Hoje, o Rio Grande do Sul, seguido de Santa Catarina e Paraná, cansados pelas discriminações reinantes de Brasília, buscam a sua autodeterminação, sem com isto desconsiderar os ilustres habitantes das outras regiões do Brasil
Descriminados pelo poder central, uma identidade própria, buscam a sua autodeterminação... fazem-me lembrar movimentos de um pais que faz fronteira com o meu. Quero com isto dizer que o simples facto de existirem movimentos (sabe-se lá com que expressão) não os torna em algo representativo (o que também não significa que não tenham razão, claro).

En el marco del nuevo boom de Internet grande llamado Wikipedia, portugués europeo peticiones para una enciclopedia han sido anulados y prohibidas.
E bem, porque é ridículo querer fazer uma Wikipédia de Português Europeu. Tal como foram negados pedidos para se criar uma Wikipedia de Português do Brasil, e foram negados pedidos para se criar Wikipedia de American English. O pedido em si é uma patetice, a Wikipédia em Português funciona bastante bem e só por puro posicionamento político é que se quer criar uma Wikipedia de "Português Europeu", e vice-versa.

Caso algo semelhante fosse feito por falantes de castelhano não faltaria quem os acusasse de "falta de hispanidade" por querer dividir a língua, etc, etc.

Conclusión: por ahora, la única integración posible la veo con la región sur (formada por los estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina y Paraná) cuya cultura, estilo de vida, composición étnica y alimentación es similar a la rioplatense; precisamente, es de esa querida tierra que salieron los caudillos que se alzaron en armas contra el emperador sinarca.
Sim, mas integração... com quem? É que se formos por cultura, estilo de vida e composição étnica... então não sei se existe algum país que seja "hispânico". Querem ver que o Uruguay é igual á Bolívia? Essa da composição étnica é interessante. Eu até concordo com o Erasmus, e sou dos primeiros a altertar para o perigo de morte que é a imigração do Brasil para Portugal em termos de composição étnica... mas tal também é verdade para uma grande parte da restante América Latina.

Para mais, acabo sem perceber que tipo de "integração" se está a falar.